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Mais que ídolo: uma geração. Ralf marca território como maior corinthiano do século

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Ralf: chegou ao Corinthians em 2010, está em 2019 e não tem data pra sair

Ralf: chegou ao Corinthians em 2010, está em 2019 e não tem data pra sair

Agência Corinthians

"Criança não mente, né?"

Assim começou o bate-papo de Ralf com o Meu Timão. Ele havia acabado de assistir a vídeos de pequenos torcedores do Corinthians, de cerca de dez anos de idade, declamando seus mais genuínos sentimentos de idolatria pelo Pitbull que há quase uma década dava início à marcação de território que hoje o deixa prestes a ser o maior corinthiano do século.

Ralf assistindo aos vídeos de fãs mirins a pedido do Meu Timão

Ralf assistindo aos vídeos de fãs mirins a pedido do Meu Timão

Meu Timão

Mais do que ídolo, Ralf se tornou geração. Com a saída de Danilo no último mês de dezembro, o volante se isolou no atual elenco como o jogador com mais tempo de casa, tendo chegado ao Timão em 2010. Para crianças de oito, nove e até 13 anos de idade, como as do vídeo visto pelo experiente volante, Ralf e Corinthians são quase uma coisa só.

"O vídeo fala por si só. A gente agradece o carinho. Isso me enche de orgulho. Alguns lembram, outros veem por vídeo. São muito novos para saber tanto sobre minha história no Corinthians, né? A própria história do Corinthians para cá, quando o Corinthians começou a conquistar tudo. Estão sabendo muito bem (risos)", comentou o jogador de 34 anos.

Ralf chegou ao Corinthians em 2010

Ralf chegou ao Corinthians em 2010

Daniel Augusto Jr./Fotoarena

É uma diferença aparentemente sutil, mas que, no fim das contas, faz toda a diferença. Uma coisa é ser a referência e o exemplo a ser seguido de torcedores que acompanharam Rivellino, Zé Maria, Wladimir, Basílio, Sócrates, Casagrande, Ronaldo Giovanelli, Neto, Marcelinho Carioca, etc. Outra bem diferente é ser o primeiro ídolo de uma nova geração – e permanecer no clube até os dias atuais sem perspectiva de deixá-la desamparada.

"É diferente. Adulto, pessoa mais velha, é normal ter acompanhado, saber da minha trajetória, desde os tempos do Barueri. Mas as crianças... Esses corinthianos mirins... Fico muito honrado, são crianças muito espertas hoje em dia, sabem muito da história. O corinthiano por si só já procura tudo, se atualiza. Então fico muito feliz de eles saberem da minha história, de tudo o que conquistei, porque é muito importante para mim e para eles também", descreveu Ralf, ainda tentando assimilar o quão gigante é para aqueles pequenos.

Uma das crianças da geração Ralf que gravou recado para o ídolo foi o garoto Raul, de 13 anos de idade. Ele não só se declarou para o volante como deixou uma pergunta ao ídolo. "Você ainda tem algum sonho a realizar como jogador de futebol, Ralf?"

"Sonho em cada dia conquistar mais. Por mais que você tenha, não pode se acomodar, achar que está tudo bem. Tem que estar sempre procurando crescer, melhorar tanto profissional quanto pessoalmente. Se eu ganhar um Paulista, quero ganhar um segundo, um terceiro. Se ganhei dois Brasileiros, quero mais. Não posso me acostumar, achar que aonde cheguei já é o ápice da minha carreira. A Copa do Brasil mesmo eu não conquistei e é um sonho de consumo meu", declarou, se referindo ao torneio no qual o Corinthians segue vivo e pelo qual entra em campo na noite desta terça-feira precisando vencer o Flamengo no Maracanã.

"Difícil fazer história com uma camisa só, ainda mais hoje em dia que o jogador não se vincula tanto a uma equipe, fica um, dois anos e vai embora, acaba não demarcando território. E eu tenho essa identificação pelo Corinthians, não me vejo jogando em outro lugar que não aqui", Ralf

O maior corinthiano do século 21

Os números e as marcas que Ralf segue construindo nestes quase dez anos de Corinthians (interrompidos, é verdade, por uma breve passagem de duas temporadas pela China) ajudam a entender o porquê de ele ser símbolo de uma geração inteira de alvinegros.

Ralf durante entrevista ao Meu Timão no CT Joaquim Grava

Ralf durante entrevista ao Meu Timão no CT Joaquim Grava

Meu Timão

Com a convocação de Cássio à Copa América pela Seleção Brasileira (que pecado Ralf ter tido tão poucas chances com a Amarelinha!), o camisa 15 do Corinthians tende a alcançar e ultrapassar o goleiro em número de partidas disputadas pelo Timão. Hoje o arqueiro está na frente por apenas duas casas nessa histórica e acirradíssima corrida: 417 versus 415.

A ultrapassagem deve ocorrer após jogos contra Cruzeiro e Santos, pelo Brasileirão, e Vila Nova e Botafogo-SP, em amistosos de intertemporada. E aí Ralf não se tornará apenas o corinthiano que mais vezes entrou em campo no atual elenco. Mas também no século 21!

"Você imagina... Eu não sabia também, fiquei surpreso. A gente não se apega muito a número, mas sabe que é de muita expressão. Porra, 350 jogos, 400, o que mais jogou no elenco, com mais tempo de casa... Você fica feliz, soma muito para a gente também."

E o mais louco de tudo isso não é nem ultrapassar os tais 400 jogos, ser o que mais jogou no elenco, o que tem mais tempo de casa... É que não há qualquer perspectiva de esse ciclo chegar ao fim, mesmo o volante estando prestes a fazer 35 anos mês que vem!

"Enquanto a carcaça estiver aguentando, a gente vai levando. Não pode é passar vergonha", brincou, mostrando os dentes porque ri. E não porque morde. Mesmo sendo um Pitbull.

Ralf ainda falou mais. O volante contou qual é (ou não é) seu segredo para ser no atual elenco o jogador com mais minutos em campo na temporada mesmo já veterano. Também analisou a projeção de Fábio Carille de utilizá-lo como zagueiro daqui um tempo. E já que está valendo projetar, que tal fingir que pegou um túnel do tempo e teve oportunidade de conversar com aquele Ralf de 2010 recém-chegado ao Corinthians vindo do Barueri?

Confira mais da entrevista de Ralf ao Meu Timão

Se pudesse hoje voltar no tempo e conversar com o Ralf de 2010 sobre tudo o que viria pela frente em sua carreira no Corinthians...

"É tudo novo, né? A gente não sabe o que vai acontecer em dez anos. O que fica é o legado, a história, as alegrias, as coisas boas. Por isso quando você (Ralf de 2010) passar tem de marcar território. Isso para mim conta muito. Daqui a dez anos ele vai crescer, às vezes tem oportunidade de jogar também, só Deus quem sabe. Pode estar aqui representando como eu estou hoje no momento. Ainda mais que todo mundo quer jogar no Corinthians, né? Um time da grandeza que tem, você torcendo pelo time... Isso é mais valioso ainda, você ser jogador e passar a defender as cores do seu time (de coração)."

Ralf é o corinthiano que mais joga em 2019 (isso com quase 35 anos)

Ralf é o corinthiano que mais joga em 2019 (isso com quase 35 anos)

Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

O que pensa sobre ser o corinthiano com mais tempo de casa após a saída do Danilo?

"Danilo tive oportunidade de jogar junto naquela época de Iarley, Roberto Carlos, Tcheco... Danilão já era mais experiente, rodado, tinha mais bagagem. Eu estava apenas iniciando um ciclo profissional por um clube grande, vinha do Barueri, não depositavam confiança. Mas minha trajetória sempre foi assim, com desconfiança. Até agradeço, porque se dão muito holofote você acaba caindo na mesmice, não valoriza. Prefiro até chegar desvalorizado, sem tanto crédito, e aí provar meu trabalho, ao contrário do que as pessoas pensam. Como quando eu voltei da China e acharam que eu não tinha mais nada pra dar ao Corinthians, falando que eu estava com a vida ganha, 32 anos na época, não era mais o mesmo... Isso tiro de aprendizado para estar sempre provando o contrário."

Como você definiria sua relação com o Corinthians?

"Só tenho gratidão. Minha carreira vitoriosa, tudo o que conquistei foi graças ao Corinthians. O Corinthians me abriu as portas para ser campeão mundial, de Libertadores, chegar à Seleção Brasileira, jogar fora do país. Devo muito a essa entidade, a essa casa. Tenho muito respeito pelo Corinthians, mesmo de férias vim visitar meus amigos. Sou muito grato pelo resto da minha vida. Todos os títulos que conquistei são de suma importância, cada um tem sua marca, e devo tudo ao Corinthians, tudo o que conquistei no futebol. Só tenho que agradecer. É só gratidão mesmo, se eu ficar falando aqui vai até amanhã (risos). Não só crescimento profissional, mas pessoal, como homem, ser humano... Devo tudo ao Corinthians."

Qual seu segredo no que diz respeito à parte física?

"É o trabalho. A dedicação do dia a dia. Não tem fórmula mágica. Você fazendo as coisas corretas, se alimentando bem, descansando, tendo todos os cuidados com o pessoal da parte física, fisiologia. Sempre me cuidei, fui um cara de chegar antes, fazer meu trabalho de prevenção na academia, pós-treino também vou para a academia, isso facilita para atingir essa marcas. Claro: tem todo o trabalho do pessoal da parte física. A gente sabe... 34 anos, sequência de jogos quarta e domingo, eu vim agora de um futebol que jogávamos uma vez por semana (China)... Isso já muda a rotina muito, você tem de se cuidar mais, ter mais atenção, conversar com o Fábio, fazer exames de imagem, de corpo. Não tem segredo, é só trabalhar e se dedicar cada vez mais."

O que acha da projeção de Carille de utilizá-lo como zagueiro?

"Fiquei sabendo depois dessa entrevista, repercutiu muito. Temos excelentes zagueiros, tanto jogando como suplentes. Também nunca iniciei uma partida jogando como zagueiro. Então não passa pela minha cabeça de momento. Mas estou pronto para ajudar. Se ele falar amanhã que precisa, estou aqui à disposição. Mas é uma posição de característica, de origem. Ali se você errar só tem o Cássio, só tem o goleiro. Hoje quando erro na minha posição sei que tem o zagueiro ainda. É diferente. Ainda não me prepararei psicologicamente para jogar na zaga, mas se precisar um dia... Sei que aos poucos a idade vai chegando, vão chegando outros jogadores para a posição. Estou aqui para ajudar o Corinthians da melhor forma possível."

Veja mais em: Ralf, Torcida do Corinthians, Ídolos do Corinthians, Títulos do Corinthians e Especiais do Meu Timão.

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