Uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo foi confirmada na tarde desta terça-feira. A reportagem do Meu Timão conversou com Antonio Goulart, presidente do órgão, que confirmou o dia 12 de agosto (segunda-feira) como data. Entre os assuntos, a Arena Corinthians.

A inclusão do estádio na pauta se deu por imposição de grupos de oposição. A motivação: circula no Parque São Jorge a informação de que, com base nos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento), Corinthians, fundo e Odebrecht negociam um acordo final para equação total da dívida entre as partes.

Questionado pelo Meu Timão sobre esse possível acordo final, Goulart respondeu:

"Tá caminhando, mas eu não posso falar mais nada porque não tenho detalhes. O que posso dizer é que estamos sendo informados que encaminha bem", afirmou.

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A expectativa de associados e conselheiros é que seja confirmado (ou ao menos detalhado) esse possível acordo final com a Odebrecht com base nos CIDs, emitidos pela Prefeitura de São Paulo à época da construção para a Copa 2014. A totalidade dos últimos papéis seria cedida à construtora.

No último dia 25, o Diário Oficial trouxe o despacho do processo SEI n° 6017.2019/0000390-1, na qual informava e autorizava que a Arena Fundo de Investimentos Imobiliários S.A. FII (fundo responsável pela administração financeira pelo estádio) transferisse os CIDs de nº 01/1.100; 01/1.101; 01/1.692 a 01/1.695; 01/1.700 a 01/1.706; 01/1.900; 02/0.122; 02/0.282 a 02/2.283; 02/0.555 a 02/2.568 para CNO S.A., inscrita no CNPJ sob o n° 15.102.288/0375-07. A sigla é a diminuição de Construtora Norberto Odebrecht.

A reportagem do Meu Timão pediu, na ocasião, que o clube esclarecesse se esses CIDs seriam os últimos disponíveis, o que poderia configurar o acordo firmado entre as partes. Não houve resposta. É bem provável que o Conselho Deliberativo receba essa confirmação no dia 12.

Divulgação

Vale lembrar que, no início de agosto, o grupo de oposição Movimento Corinthians Grande obteve o valor atualizado dos CIDs, por meio de um contato com a Secretaria Municipal da Fazenda de São Paulo.

A informação passada pela SMF, na época, foi de que a Prefeitura havia emitido 8.400 CIDs. Desse total, 2.519 (29,99%) foram negociados, com valores que variavam entre R$ 68 mil e R$ 70 mil. O valor que rendeu ao fundo que administra o estádio: 175 milhões. Ou seja, as 5.881 CIDs ainda disponíveis poderiam assegurar quase R$ 400 milhões aos cofres da administradora.

Vale lembrar que o fundo optou por sempre repassar as CIDs à Odebrecht. A intenção seria a de quitar o quanto antes a dívida com a construtura. A dúvida que fica agora é que, se esses CIDs publicados pelo Diário Oficial na quarta-feira, foram os últimos mesmo.

Uma pessoa que tem bom trânsito no Parque São Jorge falou à reportagem do Meu Timão:

"Se eles (diretores atuais) optaram por já transferir os CIDs para a construtora é porque chegaram a um acordo. Não tirariam do nome deles para colocar no nome da construtora se não tivessem certeza do acordo final", ponderou.

É preciso ressaltar que os CIDs são transformados de papéis por dinheiro quando a Prefeitura coloca em seu orçamento anual. A mesma optou por dar um limite ano a ano. Em 2018, por exemplo, foram emitidos R$ 50 milhões. Ainda não se divulgou o valor correspondente para 2020.

Em tempo: além da comissão da Arena, outras duas comissões levarão seus representantes para a reunião do Conselho Deliberativo: finanças e jurídico, incluindo os dois diretores das áreas, Matías Ávila e Fabio Trubilhano, respectivamente.

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