Momento crucial de Pedrinho no Corinthians
Opinião de Lucas Faraldo
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Diria que Pedrinho vive momento crucial no Corinthians. Após dois anos e oito meses integrado ao elenco profissional, três títulos paulistas e um brasileiro, o jovem meia-atacante tem tudo para se tornar protagonista e também tudo para bater as asas rumo ao futebol europeu. Tudo depende de como será tratado na equipe alvinegra a partir de agora.
Um dos destaques da Seleção Olímpica de André Jardine tanto no Torneio de Toulon, em junho, quando nos amistosos de data Fifa deste mês de setembro, Pedrinho não é mais promessa: é realidade. E será tratado como tal - em terras corinthianas ou estrangeiras.
Pedrinho, apesar de assediado pelo Grêmio num passado próximo e por um outro grande clube brasileiro mais recentemente, não tem pretensão de trocar o Corinthians por um rival nacional. Assim como quando recusou R$ 100 milhões para jogar no futebol chinês ano passado, o garoto prioriza seu plano de carreira: brilhar no Timão e então saltar para uma grande equipe europeia. Borussia Dortmund é quem tem hoje conversas mais frequentes.
O problema é: brilhará mais do que já está brilhando? Pedrinho tem potencial para ser o maestro desse Corinthians de 2019, no que poderia ser preparação para o protagonismo, quem sabe, numa Libertadores ano que vem. Para isso, ele tem de jogar livre, leve, solto e prioritariamente centralizado.
Pedrinho fez a base no Corinthians jogando pelo meio e sem grandes limitações táticas. Na Seleção Olímpica, chama atenção do mundo todo jogando assim. Sob comando de Fábio Carille, que havia prometido testá-lo na posição a partir da intertemporada dos últimos meses de junho e julho, foi escalado centralizado apenas no amistoso contra o Vila Nova, há pouco mais de dois meses.
Titular absoluto em 2019, Pedrinho segue escalado pela beirada direita. Segue limitado em termos de criação - seja para si próprio, seja para os companheiros. Isso em prol de um eficiente sistema tático que favorece o resultadismo. É essa a cultura de fazer de tudo pelos três pontos, inclusive sacrificar talentos que, se melhor lapidados, abririam um leque de possibilidades táticas - muitas já existentes, aliás - ao treinador do Timão.
Pedrinho não é bobo. Priorizar um plano de carreira e externar simplicidade sendo a principal joia do Corinthians aos 21 anos de idade mostra que, se tem algo que ele não é, é bobo. E assim sendo, perceberá que, se não houver mais perspectiva de crescimento pessoal no Timão, buscará isso para sua carreira em outros lugares.
Propostas não faltarão, principalmente de quem o viu jogar livre, leve e solto na Seleção. E desta vez não serão (só) da China ou de clubes brasileiros. Pedrinho terá em mãos a possibilidade de escolher entre brilhar na Europa ou brilhar ainda mais no Corinthians. Resta ao Timão, neste momento crucial, acenar com tal chance ao garoto. Ou acenará dando adeus no fim do ano - e argumentará que quando o jogador quer sair ninguém segura.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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