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Palmeiras e uma música da torcida do Corinthians
Lucas Faraldo

Editor e apresentador no canal do Meu Timão no YouTube

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Palmeiras e uma música da torcida do Corinthians

Coluna do Lucas Faraldo Knopf

Opinião de Lucas Faraldo

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Palmeiras e uma música da torcida do Corinthians

Torcida do Corinthians pede todo jogo: 'sangue no olho!'

Foto: Fernando / Meu Timão

Tenho um amigo muito querido cujo principal (e talvez único) defeito seja torcer para o Palmeiras. Ele diz constantemente passar raiva com o time de coração por causa da falta de vontade da equipe alviverde, "podre de rica" e muitas vezes também de futebol.

Ontem assistindo à vitória do Santos de Sampaoli sobre o Palmeiras de Mano Menezes isso ficou mais do que evidente. Acima de qualquer jogada ensaiada ou orientação do técnico, os jogadores alvinegros tinha simplesmente mais vontade de vencer que os alviverdes.

A mesma raridade com a qual se via um jogador santista andar despretensiosamente em campo valia para as vezes em que um palmeirense entrava numa dividida ou disputa com intensidade tão alta quanto o rival. Faltou ao Palmeiras vontade, gana, tesão. A base de tudo.

Inevitável foi me pegar pensando na música "é sangue no olho, é tapa na orelha, é o jogo da vida, o Corinthians não é brincadeira". Acho que antes de qualquer mirabolante estratégia tática de Fábio Carille para que a equipe volte a fazer gols, um primeiro passo para esse time se tornar Timão passa pela simples compreensão do que a Fiel pede com o cântico citado.

Entrar em campo com vontade de vencer (e manter tal pegada até o apito final) é essencial. Até óbvio. Mas muitas vezes deixado de lado (principalmente quando esse Corinthians de 2019 sai à frente no placar e insiste em recuar sem qualquer justificativa plausível).

Como muito bem pontuou aqui nas colunas do Meu Timão o colega Rodrigo Vessoni, Fábio Carille já deu inúmeros indícios de ser um treinador acima da média. Não acho que esteja tudo errado no trabalho de quem, por exemplo, ostenta a melhor defesa do Brasileirão.

Mas falta muitas vezes a tal "base de tudo" que tanto irrita também meu amigo palmeirense. Base que está explicitamente descrita naquela que será uma das músicas certamente mais entoadas pelos torcedores na noite de hoje na Arena Corinthians, contra o Athletico-PR.

Base que vez ou outra até aparece neste Corinthians, como nas partidas de volta contra o Flamengo, pela Copa do Brasil, e o Independiente del Valle, pela Copa Sul-Americana.

Base que tem de ser incorporada de vez pelo treinador e exigida sempre dos jogadores, não só em clássicos ou em jogos eliminatórios nos quais muitas vezes a vaca já foi para o brejo – talvez aqui esteja um pouco do que Mauro Boselli deixou implícito na entrevista de ontem.

Vontade de vencer, coragem para se lançar ao ataque, criatividade (e não só pragmatismo) para anular o adversário... Os ingredientes estão na palma da mão. Nos olhos. No sangue.

Veja mais em: Dérbi, Fábio Carille, Torcida do Corinthians e Campeonato Brasileiro.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Coluna do Lucas Faraldo Knopf

Por Lucas Faraldo Knopf

Jornalista pela ECA-USP e ex-Esporte Interativo, Jovem Pan e Lance!. Hoje trabalha no Meu Timão. Autor do livro 'Impedimento - Machismo, racismo, homofobia e elitização como opressões no futebol'.

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