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Enquanto o Fiel Torcedor não tiver direito ao voto, a torcida não pode se calar
Ana Paula Araújo

Engenheira de formação, mas corinthiana de alma. Deixei a profissão para fazer parte dessa família desde 2013.

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Enquanto o Fiel Torcedor não tiver direito ao voto, a torcida não pode se calar

Coluna da Ana Paula Araújo

Opinião de Ana Paula Araújo

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Enquanto o Fiel Torcedor não tiver direito ao voto, a torcida não pode se calar

Vibração da torcida durante jogo contra o Flamengo

Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

O que te fez ser corinthiano? O que te fez ser fiel? A popularidade do clube? A democracia? Tudo isso?

Sempre que ouço ou vejo em algum lugar denominarem o Corinthians como Time do Povo ou citarem a Democracia Corinthiana, me causa estranheza que o Fiel Torcedor ainda não tenha direito ao voto nas eleições do clube.

Quando comparado com rivais em relação à arrecadação com seus programas de sócios, o Timão ficou atrás de oito agremiações. O Fiel Torcedor é enorme e tem um potencial gigante, mas é mal explorado. Inclusive, falei sobre isso em outra postagem na coluna.

  • 1º Grêmio: R$ 75 milhões
  • 2º Inter: R$ 74 milhões
  • 3º Flamengo: R$ 61 milhões
  • 4º Palmeiras: R$ 46 milhões
  • 5º Vasco: R$ 36 milhões
  • 6º Athletico: R$ 26,4 milhões
  • 7º Bahia: R$ 19,3 milhões
  • 8º Fortaleza: R$ 18,6 milhões
  • 9º Corinthians: R$ 13 milhões
  • 10º São Paulo: R$ 9,5 milhões

Grêmio, Internacional, Flamengo e Bahia dão direito ao voto para seus sócios-torcedores. Por que o Corinthians ainda não faz isso?

São vários fatores. É um processo complexo, pois o sócio do clube social é como se fosse dono de uma parte do Corinthians pagando um valor bastante significativo, enquanto que o Fiel Torcedor é considerado apenas um contribuinte que injeta um valor bem menor nos cofres do Timão. No entanto, no ano de 2019, foi arrecadado pouco mais de R$ 13 milhões com mensalidades do seu programa de sócios comuns; os associados do clube somaram R$ 14,8 milhões. Valores bem parecidos. Agora veja bem: só em 2018 o quadro social onerou o clube em mais de R$ 21 milhões. O social não se paga, então quem paga por ele? O futebol.

A possibilidade esbarra ainda no fato de que o torcedor comum terá seus interesses quase que inteiramente voltados para o bem do futebol, obviamente. É inviável e talvez até impensável para os associados darem poder para essa parcela da torcida. Por que o fariam? O torcedor comum deseja investimentos em futebol, transparência e não churrasco e anistia de dívidas.

A questão é ampla, mas vai acontecer mais cedo ou mais tarde. O Corinthians deve se resguardar e ter cautela, porém o torcedor da arquibancada vai ter que ganhar mais espaço nas escolhas dentro do clube.

Com as eleições chegando, as contas no vermelho e todo o impasse sobre a Arena, fica cada vez mais insustentável que a Fiel não tenha representatividade real dentro do Corinthians. Não é possível que o ônus seja compartilhado enquanto que o poder de escolha fique concentrado todo na mão de um grupo específico. Grupo esse regido por uma postura centenária tão imoral que cala qualquer oposição.

Tenho fé que, aos poucos, o Corinthians vai sim ser norteado por uma verdadeira democracia e fazer jus a todas as alcunhas que leva pelo mundo afora.

Veja mais em: Fiel Torcedor e Torcida do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Ana Paula Araújo

Engenheira de formação, mas corinthiana de alma. Deixei a profissão para fazer parte dessa família desde 2013.

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