Bolsonaro revolta família de corinthiano morto após publicar montagem em rede social
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Por Meu Timão
O presidente Jair Bolsonaro usou suas redes sociais para provocar manifestantes no começo dessa semana e acabou revoltando os torcedores do Corinthians. O motivo? Um meme antigo, de uma montagem, com o corinthiano Felippe Mariano Vasconcellos, falecido em 2014. A situação, claro, também revoltou os familiares do alvinegro.
Na imagem, postada em seu stories, do Instagram, Bolsonaro usa duas faixas com erros de português. Em uma delas, dois torcedores do Corinthians aparecem segurando uma faixa escrito "emcompetência" - o correto seria "incompetência". O problema é que a imagem é uma montagem feita com a intenção de provocar dizendo que corinthiano não sabe escrever. Na foto original, Felippe e um amigo seguram uma faixa com os dizeres escrito da maneira correta.
O fato, aliás, aconteceu em 2011, em um protesto da torcida no Aeroporto de Viracopos, em Campinas. O Corinthians tinha sido eliminado pelo Tolima, da Colômbia, na pré-Libertadores, e estava retornando ao país. Felippe, assim como outros 14 torcedores, foram até o local receber a delegação alvinegro. O registro foi feito pelo GloboEsporte.com, como reproduzido abaixo.
"A foto podia até ser de verdade, mas ele não tem o direito de fazer chacota com nenhum grupo. E ele fez isso justamente usando uma imagem falsa, e atingiu a dor de uma família. A nossa família já tem uma aversão à linha do presidente. Discordamos muito da falta de responsabilidade com as informações que ele dá, das falas que parecem sempre uma conversa de botequim", relatou Olívia Vasconcellos, irmã de Felippe, em contato com o UOL Esporte.
"Ele não tem que zombar se corinthiano escreve certo ou errado. Não é esse tipo de mensagem que cabe ao presidente. Meu irmão não está nem aqui para se defender", completou a arquiteta e urbanista.
Fellipe faleceu três anos após a foto, em 2014, em um acidente de carro em Campinas. Ele era membro da Gaviões da Fiel e corinthiano desde a infância.
A montagem é usada desde aquela época por sites de humor e rivais. O UOL procurou o presidente Jair Bolsonaro por meio de sua secretaria de comunicação e foi informada de "que não é responsável pelas postagens no Instagram de Bolsonaro e que apenas o próprio presidente poderia responder por elas". O chefe do executivo não retornou à reportagem.