Corinthians perde dinheiro em patrocínios e dívida total até setembro ultrapassa os R$ 800 milhões
19 mil visualizações 295 comentários Reportar erro
Por Tomás Rosolino
O Corinthians registrou déficit de R$ 10 milhões no último trimestre, viu o exercício no ano ficar negativo e tem a dívida o clube em R$ 824 milhões segundo balanço ao qual teve acesso o Meu Timão, válido até setembro deste ano. De acordo com avaliação do próprio clube, o problema se deu pela perda de dinheiro com contratos de patrocínio no período da pandemia da Covid-19.
"O resultado acumulado de janeiro até setembro de 2020 é um déficit de R$ 6,2 milhões. No terceiro trimestre de 2020 (julho a setembro), o resultado foi um déficit de R$ 10,6 milhões, causado basicamente pela reversão de valores de patrocínios, afetados pela rescisão de um contrato e pela renegociação de valores de outros contratos vigentes", diz o clube em análise.
"A situação atípica da Covid-19 no exercício de 2020 tem sido argumento frequente para essas operações. Desconsiderando o mencionado impacto relativo a patrocínios, o resultado do trimestre se manteve equilibrado", assegurou. Vale lembrar que o documento é válido apenas até setembro e já estamos entrando no mês de dezembro.
Notícias relacionadas
Corinthians perde patrocinador do masculino e feminino antes do esperado; empresa pediu rescisão |
De acordo com o material, o Timão recebeu R$ 54 milhões em amortização de direitos federativos de jogadores no período de junho a setembro, valor que ainda passa longe do montante de R$ 120 milhões pelo qual foi vendido o meia Pedrinho. O clube não confirma, mas o Meu Timão apurou que parte do dinheiro já entrou nos cofres corinthianos.
Além do armador, cedido ao Benfica no meio do ano após negociação finalizada em março, o Timão também vendeu o lateral-esquerdo Carlos Augusto para o Monza, da Itália, por 4 milhões de euros (R$ 25 milhões) além dos direitos de Gustagol e André Luis. atacantes que estavam emprestados.
No documento, o Timão registrou um total de R$ 186 milhões recebidos com repasses de direitos federativos em toda a temporada, mais do que quatro vezes mais do que os R$ 45 mi obtidos em 2019. Por outro lado, está estagnado nos R$ 7 mi de arrecadação com bilheteria, contra R$ 63 mi do ano passado.
O clube social e os esportes amadores registraram um déficit operacional de quase R$ 9 milhões até setembro. Dentre os gastos, porém, são apenas R$ 1 milhão para manter as modalidades contra quase R$ 29 milhões gastos em despesa de pessoal e serviço de terceiros.
Evolução da dívida
Dezembro de 2019: R$ 783 milhões, dos quais R$ 262 milhões (ou 33,5%) em compromissos de longo prazo, a maior parte desses quitáveis em até 20 anos, por conta de parcelamentos tributários.
Setembro de 2020: R$ 824 milhões, dos quais R$ 354 milhões (ou 43%) em compromissos de longo prazo, a maior parte desses quitáveis em até 20 anos, por conta de parcelamentos tributários.
Observação: O acréscimo de valor do endividamento (R$ 41 milhões) se deveu a investimentos realizados ao longo do ano (em atletas e ativos imobilizados), no montante de R$ 98 milhões, resultando uma evolução financeira (geração de caixa) de R$ 57 milhões.