E se eu te falar que o Corinthians jogou com três zagueiros contra o Coritiba?
Análise de Luis Fabiani
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Dentre os três treinadores que passaram pelo Corinthians em 2020, Mancini parece ter sido o único capaz de assumir a carência do elenco nos atacantes de beirada. Não há hoje sequer um jogador unânime tecnicamente que atue com velocidade pelos lados do campo. Léo Natel, Everaldo e Mosquito tiveram suas chances, mas longe de assumirem uma titularidade incontestável.
Na partida contra o Coritiba, vimos as duas maiores novidades dentre as várias escalações que o Corinthians teve no ano. Lucas Piton, que iniciou o ano como lateral, jogaria na ponta-esquerda. Roni, volante durante toda sua carreira, iniciaria o jogo como ponta-direita. A escalação inicial prometia mudanças táticas. E Mancini não deixou a desejar nesse sentido.
Não, não estou errado se falar que o Corinthians atuou com três zagueiros na partida contra o Coritiba. E isso se dá principalmente pelos posicionamentos diferentes de Xavier e Fábio Santos.
Mancini, sabendo da carência nas pontas, esboçou um Corinthians com dois laterais extremamente livres para atacar. Para não se comprometer defensivamente, deixava Xavier e Fábio Santos atuando como zagueiros a depender do setor em que estava a bola. Uma espécie de 3-5-2, tendo Luan com bastante liberdade para atuar próximo ao centroavante.
A mudança, ao meu ver, é certeira. Há um bom tempo que Fagner é o melhor "atacante" do Corinthians e deve ter seu potencial ofensivo cada vez mais explorado. Qualquer mudança coletiva que o deixe mais perto do gol adversário me soa bastante interessante.
Em outros momentos, quem fazia o papel de terceiro zagueiro era Fábio Santos. Este, que muito fez essa função quando jogava pelo Atlético-MG de Sampaoli, passou a segurar suas subidas para dar liberdade ao novo ponta Lucas Piton.
Na imagem acima, alguns destaques a serem feitos. Além do já citado posicionamento do Fábio Santos, destaca-se o posicionamento do Roni (círculo branco do meio). O jogador, que em tese jogaria como ponta, centraliza, abrindo um corredor enorme para Fagner explorar. Justamente aí que enxergamos nitidamente o 3-5-2.
A novidade do técnico Vagner Mancini deve ser muito elogiada. E as peças que tem oferecem totais condições para repetir com êxito esse esquema. Às vezes, algumas decisões "de professor Pardal" vêm para o bem.
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