Mandaca recorda trajetória na Paraíba e 'não' do Corinthians: 'Trabalhei e olha onde estou'
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Por Meu Timão
Após fazer sua estreia pelo Corinthians com gol na vitória do Timão contra o Novorizontino no último domingo, o jovem Luis Mandaca, de 19 anos, vive um momento especial com a equipe do Parque São Jorge.
O jogador faz a primeira viagem internacional de sua vida para o Uruguai, onde é uma das opções para o técnico Vagner Mancini buscar uma vitória importante contra o Peñarol, às 21h30 desta quinta-feira. Em entrevista ao GloboEsporte.com, o jogador comemorou a oportunidade e relembrou a trajetória até conseguir chegar ao Timão.
"Com 14 anos eu vim fazer teste no Corinthians de lateral-direito, mas não consegui ser aprovado. Do Corinthians eu fui para o Fluminense, mas também não consegui. Nunca desisti. Trabalhei, trabalhei e olha onde eu estou de novo", recorda Mandaca.
Apesar de ter corrido atrás de seus sonhos, o volante lembra que o desejo do avô era outro: queria que o atleta se dedicasse ao exército. Mas Mandaca lembra a luta da mãe, que o levava de bicicleta aos treinos ainda na Paraíba.
"É verdade. Isso chega até a me emocionar. Desde pequeno, vivi muitas dificuldades na minha vida. Tinha dias que não tinha dinheiro para treinar de ônibus. Meu avô tinha uma bicicleta e minha mãe (Irani) me levava: "Vamo simbora" (sic). Eu carrego isso para a vida toda, me dá forças. Quando vem as dificuldades, eu paro para pensar naquilo. Jamais vou parar enquanto não der um futuro melhor para ela", recorda.
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O jovem ainda contou que o apelido "Mandaca" vem do bairro Mandacaru, onde sua família ainda vive: "É um bairro em João Pessoa, na Paraíba. É considerado um dos mais perigosos da cidade. Mas nunca deixei de amá-lo, de carregar comigo esse bairro. Tenho orgulho de dizer que moro ali, que cresci ali com a rapaziada. Minha mãe ainda mora lá. Ela e toda a minha família", completou.
Vivendo a expectativa de estrear numa competição internacional pelo Corinthians, Mandaca recordou o primeiro gol pela equipe, justamente em sua estreia oficial. O volante foi lembrado da brincadeira de Fábio Santos, que disse que o Corinthians tem a base mais chorona do Brasil.
"Na hora eu não ia chorar (por ter marcado o gol), mas pensei na trajetória até chegar aqui, no que passei. Não tem como segurar a emoção. O Fábio é brincalhão, gente boa, gosto dele demais. Mas não tem como segurar a emoção. A gente lutou muito para chegar neste momento", disse.
"É uma semana dura para gente. Nunca viajei para fora do país, vou trabalhar forte para poder estrear em um campeonato sul-americano", completou.
Elogiado pelo técnico Vagner Mancini por sua dedicação nos treinamentos e por sua versatilidade dentro de campo, Mandaca afirmou se sentir mais à vontade como primeiro volante, mas que busca dar o máximo e fazer o simples quando é colocado em outra posição.
"Eu me sinto mais à vontade como primeiro volante. Sou aquele volante que marca, o que a torcida gosta, que está sempre brigando, dando carrinho e procurando ajudar a equipe. Saio morto de campo. Na lateral-direita eu fui bem (contra o Novorizontino), pois sou um jogador que onde me botarem vou dar o meu máximo fazendo o simples. Sobre os treinos, sempre me orientaram para não acabar o treino e ir pegar o celular, mas sim para fazer sempre um pouco a mais. Isso sempre me ajuda", finalizou.
O Corinthians entra em campo nesta quinta-feira, às 21h30, para enfrentar o Peñarol, em Montevidéu, no Uruguai. O Timão é o segundo colocado do grupo, empatado com o River Plate-PAR, com quatro pontos.
O adversário desta noite é o líder do grupo, com 9 pontos somados. Vale destacar que apenas o primeiro colocado segue na competição. Assim, o alvinegro do Parque São Jorge precisa da vitória para seguir com chances de continuar na Sul-Americana 2021.