Corinthians sofre triplo pedido de penhora da mesma empresa; valor é milionário
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Por Rodrigo Vessoni
O Corinthians tem, neste momento, três pedidos de penhora online autorizados pela Justiça de uma mesma empresa. A soma das três solicitações de bloqueio nas contas correntes do clube é de R$ 2.169,771,49.
O montante é solicitado pela B2F Marketing Esportivo LTDA, que tem como sócios os empresários Bruno Misorelli e Fulvio Misorelli. A empresa cuidava das carreiras do volante Maycon e do meia Matheus Pereira, conhecido como Pirulão, quando a dupla foi negociada pelo Timão.
Dois processos são relacionados à transferência de Maycon ao Shakhtar Donetsk, em 2018. E outro é da venda de Pirulão ao Empoli, da Itália, em 2016. Veja abaixo, em detalhes, os três processos e seus respectivos valores.
Maycon - R$.1.543.658,35
A B2F tinha direito a 10% da venda do volante ao Shakhtar, transferido por R$ 28.326.540,00. Ou seja, a empresa deveria receber R$ 2.832.654,00. Porém, alega que recebeu apenas a metade desse montante (R$ 1.443.617,25) - valor acima, não repassado, já é com juros.
O juiz Cláudio Pereira França, da 37ª Vara Cível, autorizou a penhora online. O Corinthians, porém, entrou com recurso sob alegação de que um bloqueio desse montante, em meio à situação financeira do clube, causaria enormes transtornos.
O pedido foi acatado, mas em partes. A penhora segue autorizada, porém, em caso de sucesso do bloqueio, o valor de R$.1.543.658,35 deverá permanecer numa conta judicial à espera de uma solução mais amigável (possível acordo de parcelamento).
Uma reunião de conciliação deve ocorrer nos próximos dias. Enquanto isso, por questões legais, o Corinthians deve colocar alguns bens à disposição da Justiça. O Parque São Jorge, por exemplo, já foi colocados em diversas ações. Carros também são colocados em casos assim.
Matheus Pereira - R$ 490.820,97
A B2F tinha direito a 15% da venda do meia ao Empoli, transferido por € 2,4 milhões (R$ 8 milhões, à época). Pelo acordo com a empresa, o Corinthians deveria pagar R$ 1.160.000,00 (em dez parcelas) e ainda repassar uma outra parte do valor total da transferência.
O Corinthians pagou nove parcelas, mas a última foi quitada apenas parcialmente (faltou R$ 66 mil). O clube ainda não pagou a segunda parte do acordo, que correspondia a R$ 266,3 mil. Com juros e correções, a soma desses dois valores chegou a R$ 490.820,97.
O pedido de penhora online autorizado pela Justiça foi diretamente às empresas que patrocinam ou patrocinavam o clube na época do despacho (Banco BMG, ALE Combustíveis, Midea, Serasa Experian, Hapvida, Positivo, Galera Group, Totvs e Poty).
As empresas deverão fazer o depósito em juízo de 10% do crédito do Corinthians até o limite do valor atualizado da execução (R$ 490.820,97). Algumas empresas já repassaram seus valores à Justiça, mas o montante ainda não foi alcançado. O prazo autorizado pela Justiça para chegar ao valor desejado é de seis meses.
Maycon - R$ 135.292,17
Essa terceira ação é referente a uma comissão não paga pelo Corinthians pela renovação de contrato do volante com o próprio clube, ainda em 2017. A informação foi divulgada, recentemente, pelo UOL Esportes.
No processo, a B2F alega que o Clube se comprometeu a pagar R$ 462 mil em dez parcelas de R$ 46,2 mil (em caso de transferência para o exterior, os pagamentos não precisariam ser realizados). Maycon foi vendido em junho de 2018.
As parcelas anteriores à transferência, porém, ficaram abertas. A empresa alega que não recebeu os valores referentes a julho e outubro de 2017. O valor original do débito era R$ 92,4 mil). Com juros, correções, custas processuais e honorários advocatícios, o montante está em R$ 135.292,17.
No mês passado houve a tentativa de penhora online, mas não foram encontrados saldos positivos nas contas do Corinthians e o valor não foi bloqueado.