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Fórum do Corinthians

O círculo vicioso de Carille

Tópico Épico Entenda as regras
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Vinicius 2.582 posts

Publicado no Fórum do Meu Timão em 12/08/2019 às 06:04
Por Vinicius Rebouças (@vinicius.reboucas1)

Primeiro é preciso deixar claro que empate na casa do adversário é sempre bom resultado. Indiscutível. Contudo, o desempenho do Corinthians é passível de críticas e precisa melhorar. Para isso Carille precisa revisar alguns pontos nesse esquema dele.

Nem é preciso ser um expert para notar que é uma ideia ruim forçar o 4-2-3-1 ou o 4-1-4-1 com as peças que o Corinthians dispõe hoje. Do jeito que são usados, são formações que parecem irmãs gêmeas. Nem dá para saber onde uma começa e outra termina. Exigem do elenco uma preparação física absurda para correr de uma grande área a outra, graças à mentalidade defensiva (lê-se retranca). Algo que resulta em três pontos: SOBRECARGA DOS PONTAS, a responsável geração da BAIXA PRODUTIVIDADE OFENSIVA, que é mãe da ESCASSEZ DE GOLS.

Um círculo vicioso digno da espiral da OGX, que foi da ascensão astronômica à queda vertiginosa graças à teimosia do próprio CEO, Eike Batista. Mas será que Carille entende de gestão empresarial?

Provavelmente não. E vamos a outros três pontos que exemplificam isso.

1- É IMPORTANTE OUVIR E ENTENDER O AMBIENTE

Coisa que nosso técnico provou por A + B que nunca esteve disponível em fazer. Defende suas peças preferidas e mantém sua estratégia que se resume em defender no primeiro terço do campo a qualquer custo. Não é novidade e não entraremos nesse mérito. No entanto, essa retranca passa a falsa sensação de solidez defensiva. Como é possível notar na imagem a seguir, há furos nesse queijo.

Nove jogadores do Timão estão dispostos, como sempre, em duas linhas de marcação dentro de uma faixa de 12 a 13 metros a frente da grande área.

Por sua vez, quatro jogadores colorados participam ativamente do lance. Três deles como opções viáveis de passe. Outros três apoiadores estão posicionados um pouco atrás, completamente livres de marcação. Na continuidade, Nico López recebe o passe de D'Alessandro e mete um peito de pé para fora. Se ele 'chapa' a bola no canto direito de Cássio era caixão e vela. Azar o dele, sorte nossa.

Não foi a primeira vez que vimos isso. Nem será a última nesta temporada. Quando não falta qualidade no arremate, sobra qualidade em (São) Cássio. Mas ele é humano. Passível de falhas, como contra o Flamengo. Assim como Gil, que resolveu muita coisa na zaga mas um certo Michael (que não nenhuma Brastemp) já mostrou o caminho para anulá-lo.

2- RECONHEÇA LIMITES DA EQUIPE E PROPONHA DESAFIOS QUE POSSAM SER CUMPRIDOS

A principal opção ofensiva do esquema de Carille é partir em um contra-ataque pelos flancos. Com a bola no pé, o time toca de lado e para trás à exaustão. Pragmatismo puro.

A causa está na ausência de armadores no meio-campo, que é povoado por dois pontas (sofredores), um cabeça de área, um segundo volante e um central. Os dois últimos utilizados como distribuidores de jogo. Caras que estão lá para entregar a bola aos pontas durante a transição. Nada além. Não possuem o necessário para encarar defesas adversárias armadas e abrir espaços pelo meio. Qualidades existentes nos meias de ofício (Jadson, Matheus Vital e, até mesmo, Régis).

Não é à toa que se espera dos pontas velocidade, habilidade, improviso, profundidade, infiltração, assistência e arremate. Tudo executado com perfeição. É muito. Sobrecarrega Pedrinho e Clayson. Ocasionalmente Everaldo e Ramiro. Eles jogam, cada um, em uma extremidade do campo. Não se comunicam a menos que haja um evento muito extraordinário em campo que os leve a trocar dois passes suficientes para uma mísera tabela. Sem contar que precisam marcar o lateral adversário até a linha de fundo do próprio campo, como Clayson fez no lance destacado acima.

Com uma bigorna nas costas, os pontas precisam do apoio dos laterais. É por isso que Fagner está para o Corinthians tal qual Arrascaeta está para o Flamengo e Messi está para o Barcelona. Algo que não deveria acontecer, já que Fagner é defensor.

...não esqueçamos que Avelar está para o Corinthians tal qual um tumor está para um enfermo.

3- ANTECIPE-SE AO PROBLEMA COM SOLUÇÕES VIÁVEIS

Nesse esquema é impossível ser (e ter) um centravante no Corinthians. Quem está nessa função transforma-se em uma ilha, geralmente de costas para o gol, que precisa armar a jogada para ele mesmo finalizar ou quem sabe tentar um passe (espírita) para quem chega de trás. Não dá. Presa fácil, como mostra a imagem abaixo.

É preciso notar que os três apoiadores se apresentam ao ataque ainda em linha. Ou seja, atacam exatamente como defendem. Ombro-a-ombro. Love fica sem opções de passe próximas a ele. Motivo para Junior Urso (!) avançar além da conta e preencher um espaço que não lhe compreende. Espaço que deveria ser povoado por Clayson, Pedrinho ou Sornoza.

Identificado o problema, a solução para haver o mínimo de articulação é um falso 9 centralizado que faça o pêndulo na entrada da área. O elo entre os pontas de pés trocados (ainda por cima), que avance junto e recue com o bloco ofensivo, evitando isolamentos e impedimentos.

Carille sabe disso (pasme) e tenta com Vagner Love resolver essa falta de compactação no ataque. Love também tenta ser 'o cara' para isso mesmo ciente de que lhe falta o necessário para tal. Velocidade, qualidade técnica e fôlego, principalmente. A realidade é dura.

Como o time defende em duas linhas, não existe compactação ofensiva quando a bola é roubada. Só correria mesmo. O 'frente' do ataque não passa de uma figura decorativa à espera de um milagroso passe. Errando ao tentar acertar, errando ainda mais quando tenta se redimir.

Para completar o quadro bizarro, já que está sem ter o que fazer em sua função, o cara tenta colaborar em outra. Quase sempre dá em m*. A exemplo do próprio Love, que acabou como último homem de marcação na jogada que resultou no gol sofrido contra o Palmeiras. Ou das inúmeras vezes em que Boselli foi expectador de luxo. Não diferente de Gustavo, apesar do abismo de aproveitamento entre eles.

Passa a régua e saudações corintianas!

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Kleysson 2.723 posts

@kleysson.s em 12/08/2019 às 20:58

Legal cara

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@mizael.senhorinho1 em 12/08/2019 às 20:36

Colocar o nome dele de professor paredão

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Lazaro 9 posts

@lazaro.oliveira.gom2 em 12/08/2019 às 20:32

Puta que obpariu até que fim uma leitura doque é o atual Corinthians...

O Timão é grande e não só isso o que o Carille faz...

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Alexandre 1.725 posts

@alexandre.sccp1 em 12/08/2019 às 20:28

Difícil esse panorama.

Muita coisa tem que mudar

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Mizael 466 posts

@mizael.senhorinho1 em 12/08/2019 às 20:10

Verdade vai Corinthians só

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Torcedor 1.000 posts

@edson.santo.andre em 12/08/2019 às 20:01

Acho que é por aí e vou além: Falta para o Carille entender os jogadores que tem e o que eles podem fazer. Exemplo:

Seria importante jogar num 442, com Pedrinho e Vital armando para o Clayson e um centroavante (minha preferência pelo Gustavo, mas pode ser qualquer um dos três).

Os meias jogariam próximos, podendo trocar de lado constantemente confundindo a marcação. Dos volantes, Ralf ou Gabriel ficariam mais presos e o Júnior Urso faria o pêndulo defensivo pra descida dos laterais, especialmente o Fagner.

O centroavante faria o pivô segurando os zagueiros, semelhante ao que fez o Jô em 2017.

Com as linhas de defesa e ataque jogando próximas o time ficaria bem compacto.

Evidente que nenhum esquema da certo em todos os jogos, porém o time ficaria bem mais equilibrado deste jeito em minha humilde opinião.

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Anisio 11.489 posts

@amoamolim em 12/08/2019 às 19:35

Uma vez eu disse aqui nesse fórum que foram 3 treinadores que descaracterizaram o jogo do Corinthians, pois, nunca tinha visto tanta retranca e tanta covardia em jogar. São 11 anos nesse martírio de jogo covarde, sendo o Corinthians o gigante que é.

Hoje o companheiro Vinícius, se incumbe de fazer uma análise mais biográfica desse time de Carilles (não esqueçamos foram 3).

E sua análise é correta, de como esse time se ajusta em campo de forma apenas defensiva, pois, não tem ideias nenhuma de padrões e muito menos de ataques.

O Mano Menezes quando fez alguma coisa por esse Cruzeiro dependeu exclusivamente de alguns bons jogadores, coisa que o Corinthians não tem hoje. Tite quando aqui esteve, também dispunha de melhores jogadores, por isso seu sucesso e quando tiraram essas possibilidades dele, saiu fora.

Carille, além de não ter um bom grupo de jogadores do ponto de vista do futebol, carece também de sua própria condição de técnico, ele é no mais elevado índice, um mediano, eu prefiro um medíocre.

E por isso gostei da forma biográfica de como o companheiro Vinícius colocou esse Corinthians atual, que não tem nada de atual, vem assim desde 2008. São 11 anos.

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Sergio 11.764 posts

@asrdecampos em 12/08/2019 às 19:14

Errou o título do post. Círculo virtuoso. Ou quem ganha o que ele já ganhou em pouco espaço não tem crédito?