Venha fazer parte da KTO
x
Fórum do Corinthians

Dupla estratégia e banho tático de Carille

Tópico Lendário Entenda as regras
Foto do perfil de Vinicius

Ranking: 1.230º

Vinicius 2.584 posts

Publicado no Fórum do Meu Timão em 20/08/2019 às 08:05
Por Vinicius Rebouças (@vinicius.reboucas1)

Se um dia o técnico Fábio Carille declarou não saber os motivos que o levaram a vencer o Paulista desse ano, o discurso pós-jogo contra o Botafogo poderia ter sido o oposto. O técnico foi responsável direto pelo triunfo (2x0) contundente sobre o alvinegro carioca no último sábado (17).

Carille submeteu o velho conhecido Eduardo Barroca a um banho tático de causar pesadelos. Com direito a duas estratégias para frear os impulsos do visitantes. Uma para cada tempo. Ambas bem executadas (novamente) pelo time considerado misto. Sinal de que os reservas pedem passagem.

Ciente de que Barroca gosta de armar equipes que construam o jogo com base na posse de bola, Carille armou o Corinthians em um 4-1-4-1 distribuído para uma marcação sob pressão logo na saída de bola do adversário. Estratégia que ditou o ritmo do primeiro tempo. Buscou, com sucesso, os erros de um Botafogo que passou boa parte da primeira etapa apertado em seu próprio campo, como é possível ver na imagem congelada da finalização de Everaldo.

Nas raras oportunidades em que o time de Barroca conseguiu vencer essa pressão, os avançados do Corinthians (Everaldo, Vital, Urso e Pedrinho) retornavam para compor o padrão das duas linhas defensivas corintianas. Por sinal, elas não estiveram tão abaixo do meio-campo, como de costume, e funcionaram de forma harmônica com uma transição em contra-ataque. Deu a possibilidade de vantagem no 1x1 aos nossos pontas, algo crucial no primeiro gol.

Pela direita, Pedrinho mais uma vez espetacular, ajudado por Fagner e Urso (que não atropelou ninguém e fez bem seu papel de 'jogador surpresa'). Um trio entrosado. Pela esquerda (em pleno funcionamento), um Everaldo sem firulas, Vital impecável e Carlos Augusto como bom apoiador (mas que precisa amadurecer). Boselli dispensa comentários no pivô e finalização.

Desta forma não há dúvidas de que o placar poderia ter sido maior ainda no primeiro tempo. Um volume de 14 finalizações é bastante significativo. Principalmente quando impõe um ritmo de trabalho alucinante ao goleiro. Gatito foi bombardeado.

Para o segundo tempo o panorama mudou completamente. No entanto, mais uma vez Carille ditou a norma da casa. Estava ciente da disposição de Barroca em fazer o Botafogo impor o ritmo de jogo. Deu a bola e armou a arapuca para novos contra-golpes. Funcionou bem. O adversário mais uma vez sentiu a pancada. A posse de bola em 57% para o time da estrela solitária foi ilusória. O máximo que conseguiu articular foi um bola no travessão. Os jogadores sequer se entenderam em campo.

Do lado de cá, o volume ofensivo diminuiu mas permaneceu letal. Everaldo acabou coroado pela objetividade. Ampliou o placar com categoria. Na origem do lance, destacada abaixo, lançamento de Manoel para Pedrinho não foi por acaso. O próprio Everaldo, livre, no lado oposto ao do garoto é uma prova disso. Fruto da disposição tática. Também é possível notar como a última linha de marcação está entre 10 e 15 metros à frente da grande área. O que deu mais campo e melhor compactação time.

A partir daí as substituições foram compreensíveis. Dar ritmo a Gustavo e Jadson. Manter a intensidade no contra-ataque e recomposição com Clayson. Nenhum dos três conseguiu mostrar algo relevante. Era de se esperar. O centroavante e o armador estão há tempos afastados por problemas distintos. E Clayson foi Clayson. Ele sempre é.

Ficou bastante claro após essa apresentação que Carille foi responsável direto pela construção do jogo (parabéns para ele), assim como o fato de Corinthians atualmente ter 'duas equipes' para encarar seus desafios. Uma para segurar o adversário (e a vibração da torcida), outra para propor o jogo (e encantar elogios). Tudo isso perpassa pelas características de Love x Boselli, Vital x Sornoza e Avelar x Carlos Augusto.

Finalmente o leque de possibilidades se abriu no Joaquim Grava. Mas a questão é: essa separação de funções é mesmo necessária?

Avalie este tópico do Fórum do Meu Timão

Responder tópico

Foto do perfil de Estevão Pinel

Estevão 178 posts

@estevao.pinel em 20/08/2019 às 18:52

Muito bom o conteúdo desse tópico. Concordo em número, gênero e grau.

Foto do perfil de Mir Pepe

Ranking: 338º

Mir 6.916 posts

@pepe.dafiel em 20/08/2019 às 18:51

Pior que se o clayson não tocar para o boselli não vai ter everaldo pra por no lugar...

Portanto, aprende com o Pedrinho e vamos toca a bola pra todos do time clayson.

Foto do perfil de Ehnois Smith

Ranking: 168º

Ehnois 10.677 posts

@ehnois.smith em 20/08/2019 às 18:47

Quando o time correspondente ou o adversário permite, dá para ver a organização que o Carille prometeu

Foto do perfil de Marcelo Siqueira Ribeiro

Marcelo 9 posts

@marcelo.siqueira.rib em 20/08/2019 às 18:43

É o que eu vinha falando ah um tempo, o bom técnico tem que ter o elenco na mão, tem que mudar os jogadores mas não o esquema, e isso que vem acontecendo. Temos um padrão de jogo e dependendo do adversário ele muda as peças dando uma dinâmica diferente nas partidas.

Publicidade

Foto do perfil de Guilherme Caxias

Ranking: 1.234º

Guilherme 2.579 posts

@guilherme.caxias em 20/08/2019 às 18:42

Paciência e trabalho duro são imprescindíveis para alcançar os objetivos. Carille mais uma vez vem mostrando que precisa da nossa compreensão..

Foto do perfil de Fabio Ferraresi

Ranking: 6.435º

Fabio 365 posts

@fabio.ferraresi em 20/08/2019 às 18:42

Hoje eu vi um torcedor fazer um excelente post desses no fórum e um jornalista escrever 'enfarto' numa matéria sobre o Duílio no Globoesporte.com, na empresa de maior dinheiro da mídia no Brasil.

Tá tudo de cabeça para baixo.

Foto do perfil de Guilherme Calil

Ranking: 151º

Guilherme 11.044 posts

@guilherme.calil em 20/08/2019 às 18:40

Vinícius curti pra caramba tuas análises brother!

Mas esse time do Botafogo, assim como do Goiás, é horrível, sofrível e forte candidato a cair pra série B.

Contra times medianos/fracos vamos dar vários 'nós' taticos...

No entanto jogando fora de casa ou em casa contra times do nível de vetmeiras/ cheirinho/binter/prantos vai ser notável a velha tática de sempre:

Os 11 atrás da linha da bola, abraçados dentro do gol e fazendo oração para o jogo terminar em 0 a 0.

Em todo caso parabéns pela análise!

Abço!

Foto do perfil de Osvaldir De Paula

Osvaldir 30 posts

@osvaldir.de.paula em 20/08/2019 às 18:32

Olha talvez não vão gostar do que eu vou escrever, tudo isso é bom tudo isso é mil maravilhas, mas c isso não for transformado em pelo menos um título importante no final de tudo... Nada disso terá algum valor... Banho tático não sei o que... Também acho que o carilli agora está mudando um pouco a sua mentalidade... Como treinador... Tá evoluindo essa é palavra chave... No final agente irá saber no que Deu o seu trabalho... Eu prefiro esperar mais um pouco pra daí dizer agora sim eu acredito... Até mesmo porque tem muita coisa pela frente... Vamos ver como o time c comporta diante do florminense?