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Tópico Lendário Entenda as regras
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Carlão 794 posts

Publicado no Fórum do Meu Timão em 28/02/2020 às 00:16
Por Carlão da Massa (@carlos.tirelli)

O conceito de jogo do TN é extremamente estratégico, praticamente maquiavélico.

Guarde a palavra 'bloco'.

A defesa fica muito exposta? Fica. Daqui a pouco explico o porquê.

Porém, o time só irá perder o jogo em 1 condição. E vocês já observaram isso, porém a maioria não deve ter percebido a razão.

Condição - excesso de desperdícios de oportunidades de gol ou falta de criação de oportunidades de gol + tomar gol(s) de bobeira.

O estilo de jogo é amassar o outro time o máximo de tempo possível, com todo o time no ataque, levar o time compactado junto, movimentar o time como se fosse um bloco de peças fixas, onde avançam todos em mesma proporção. É um modelo moderno e extremamente eficiente SE executado com maestria.

O time só será capaz de executar ese modelo com maestria através de muito treino, muita repetição, porque os jogadores precisarão mudar determinados comportamentos, como o 'vou resolver sozinho', que desperdiça muitas boas oportunidades de gol. Era a grande característica do mítico Clayson, inclusive. Seu Janderson, seu Everaldo, seu Love, seu Vital ainda tem bastante disso. E isso atrapalha o time. Porque nesse modelo de estratégia, não pode haver ego. Estão todos no mesmo barco. O gol não é do jogador X ou Y, é do bloco. Lembra? Todos avançam numa mesma proporção.

Para o time 'jogar por música', é preciso eliminar os egos. F#da-se quem vai anotar o gol. Não importa se vários terão poucos gols ou se o Boselli vai ter 250 gols na temporada. Se ele tiver, quem ganhou foi o time, o Corinthians, não o Boselli.

O time precisa finalizar mais do que finalizava o ano passado? Com absoluta certeza. Mas não pode ser finalizar por finalizar, precisa finalizar com inteligência. E é exatamente esta palavra que nos fez perder e empatar jogos que poderíamos ter ganhado.

Faltou inteligência.

O time é para ser um bloco, que vai e volta junto. Obviamente o cansaço comprometerá em algum momento um ou outro jogador. Entretanto, se bem executada a formação de bloco, o cansaço chegará mais lentamente. Porém, a falta de inteligência do bloco, possivelmente por falta de entrosamento, falta de exaustivas repetições, exaustivas orientações, fez com que a inteligência, ou a falta dela, comprometesse nossos resultados.

Reparem bem, a maioria dos jogos o time amassou o adversário, com certas limitações de nosso lado sim, tudo bem, mas fizemos jogos muito mais consistentes que os adversários, mesmo perdendo o jogo.

Mas... O que nos fez perder?

Passes errados que deixaram a defesa aberta, faltas 'bobas' como a do Fagner ou a do Amarilla (o Gil nem encostou no adversário), jogadas aéreas de bola parada que não soubemos afastar adequadamente e também tivemos um pouco de azar..

O modelo de bloco só será extremamente eficiente se o bloco concluir a jogada 'para um fim de linha'. Onde fim de linha seria: gol, linha de fundo, lateral ou falta. Por que isso?

Porque, com a bola obrigatoriamente parada por um destes motivos acima, o bloco inteiro se recompõe e deixa de expor a zaga, reduzindo absurdamente os riscos de tomar gol. Se a bola é perdida por erro de passe, principalmente entre zagueiros ou volantes, a defesa está exposta e é um 'Deus nos acuda', que nos fez tomar gols bobos com o outro time finalizando somente aquela vez no jogo praticamente.

O Athletico só teve TANTO êxito com o TN por causa de uma única coisa: o bloco jogava por música. E para um bloco jogar por música é necessário muita obediência tática e ZERO ego. O gol não é do jogador X ou Y, é do bloco. Mais vale deixar o companheiro concluir sem goleiro do que tentar chutar com goleiro e zagueiro fechando o ângulo. É preciso sempre buscar a melhor posição para a melhor conclusão. E o Athletico teve isso em praticamente todos os jogos.

Não estamos tão longe de nosso time ser um bloco que joga por música. Falta reduzir o ego de alguns, fazer o time todo (incluindo reservas) entender que estão TODOS no mesmo barco e o time todo ganha quando fazemos mais gols que o adversário, e repetir muito, treinar muito, para ficar natural a obediência tática.

O Corinthians pode não ter um elenco incrível, mas pode sim se tornar um bloco extremamente eficiente e que joga por música, como a Alemanha dos 7x1, que nos provou que a obediência tática, e exaustão nas repetições e jogar para o time, sem ego, podem fazer qualquer elenco que esteja do outro lado passar vergonha.

A nós cabe cobrar apenas a concentração e a doação dos jogadores que temos, mesmo aqueles que não gostamos, afinal, é isso que temos pra hoje. Ramirinho, por exemplo, ano passado muito criticado, esse ano dando show.

Nosso time pode jogar por música, e nós podemos escolher apoiá-lo para que isto ocorra ou ficar de mimimi e críticas que só vão gerar murmurinho da imprensa e situações de desconforto no elenco. Que caminho você prefere?

Ah, e só para lembrar os menos atentos, para o bloco jogar por música, com maestria, o nome do maestro é Tiago Nunes.

Espero que esse textão tenha sido bacana para você que teve paciência e coragem de ler até aqui.

Vai Corinthians!

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Melhores respostas

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@pedro.galvao3 em 28/02/2020 às 08:31

Sabem porque isso deu certo nos mulambos? Reparem que a escalação deles quase inteira já jogo na Europa onde está é a filosofia. Aí ficou fácil deles entenderem o conceito. Aqui temos o Cássio que quase não jogou lá. O Fagner que quase não jogou la. Gil só na China, Vagner só jogou lá em time médio. O resto só jogou aqui nas Américas mesmo. Ou seja é tudo muito novo para eles todos..

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@andre.ramos12 Apoiador em 28/02/2020 às 08:02

Curti seu texto. Sua filosofia cada com os principais times da Europa. O duro é que essa filosofia demanda tempo, pratica, e com os jogadores certos para executar.

Aí você coloca na receita do bolo a pressão da torcida por resultados, pressão da diretoria pra tal jogador entrar em campo (só isso explica Pedrinho de titular), contusões no pior momento (saída do Ramiro)...

Mas se superarmos tudo isso, temos tudo pra terminar o ano fazendo frente para o Flamengo.

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Biodados 6.438 posts

@miguelito.bom.retiro em 29/02/2020 às 04:17

Ou porque o PH falha e o Camacho dá pouca proteção.

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Brunno 1 post

@brunno.augusto em 28/02/2020 às 21:52

Muito bom. Parabéns!

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@vagner.silva13 em 28/02/2020 às 18:46

Ótimo tópico, pena que vai ter gente que vai ler e ainda sim não vai ter calma, e alguns que se vacilar não vão nem ler e sim criticar

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Daniel 2.526 posts

@danmendes91 em 28/02/2020 às 14:59

Perfeito. Exatamente o que eu penso.

Um time que faz os gols que precisa consegue defender com mais tranquilidade e sabedoria.

Se o time adversário faz um gol e não se consegue converter as chances criadas em gols, cada vez mais se expõe a defesa.

A leitura dos jogos quase sempre é assim. Ditamos o jogo, mas somos punidos por não colocar a bola na rede.

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Erivelto 42 posts

@batata.fiel em 28/02/2020 às 13:07

Onde assino?

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Snorlax 2.195 posts

@guilherme.magalhaes6 em 28/02/2020 às 12:57

Quem é o corno que negativa um post lúcido como esse?

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Juca 501 posts

@felipe.moreira18 em 28/02/2020 às 12:28

Concordo com tudo que falou! Inclusive, acho que o melhor para o time seria jogar com 3 volantes, no estilo Liverpool. Isso daria para o time a compactação no meio de campo para se defender sem a bola, além de dar mais opções na saída em blocos. Nesse início, acho que o Gabriel pode ser fundamental no meio de campo. Com o time ainda se entrosando, é natural que os passes não saiam com naturalidade e com precisão, por isso, é preciso um recuperador de bolas no meio de campo que evite que a perda da posse seja uma tragédia, ele deve ser esse jogador. No futuro, com o time já entrosado, aí, sim acho que jogaremos com Camacho, cantillo e ramiro OU ederson - os 4 são voltantes com saída de bola e chegada ao ataque. Hoje, como a movimentação ainda não é natural, colocaria o Gabriel.

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Rodrigo 5.739 posts

@r.braga em 28/02/2020 às 09:53

Eu sempre digo uma coisa. Jogador burro é mais prejudicial que um jogador ruim.

O jogador ruim erra se esforçando e volta pra recuperar. O jogador burro erra por escolher sempre a pior opção e não volta pra ajudar.

Exemplos:

Romero é um jogador ruim: ele errava mas nunca parava de correr, é ruim mas tem raça.

Vital é um jogador burro: tem técnica mas não faz questão de se esforçar, sempre tá escolhendo a pior opção. Não sabe chutar mas tá sempre chutando pra longe.

Clayson é um jogador ruim e burro. Quando não escolhe a opção errada, tropeça na própria bola.

O jogador burro perde a bola, mata o ataque e escancara a zaga só adversário.