Com a chegada do 'camisa 10' inevitavelmente criou-se uma grande expectativa e uma comoção geral de que um filho retornava para sua casa. Muitos torcedores, equivocadamente, ao meu ver, confundiram o entusiasmo de ver um grande jogador com uma brilhante carreira na Europa e com passagens pela seleção brasileira vestindo a nossa camisa com o status de um ídolo que abriu de tudo para vir resolver nossos problemas por amor ao clube.

A verdade é que, por mais que o Willian tenha sido revelado no clube, tenha sua família toda declarada corintiana e tenha uma identificação com a torcida, ele nunca foi ídolo. Isso porque sua primeira passagem foi extremamente curta e nada vitoriosa. Retornou para ser uma das lideranças do elenco e assumir as responsabilidade e aí sim, taaaaalvez, conquistar uma idolatria.

No entanto, o que a gente vê com sua saída é extremamente o oposto. Ele é e sempre será lembrado apenas como um bom jogador que foi revelado pelo terrão e que deu certo na carreira. Nada além disso!

Realmente, Willian nunca foi goleador ou a grande estrela pelos clubes em que passou e não seria agora que isso mudaria. Mas o problema de sua segunda passagem não foi somente isso. A decepção foi pelo fato dele se omitir fora de campo em todos os momentos difíceis pelo qual o clube passou, dentro das quatro linhas nunca foi decisivo e nunca demonstrou qualquer tipo de liderança, posicionamento. Omisso, passivo, indiferente, medroso, ele foi tudo o que um ídolo de verdade não pode ser.

Eu entendo que, para um jogador que fez toda sua carreira na Europa, jogar no Brasil não deve ser fácil. As cobranças são excessivas e tudo é mais complicado. Porém, sair imediatamente após uma eliminação na Libertadores para jogar em um clube sem tradição na Inglaterra, só escancara a falta de perfil de um verdadeiro cria do terrão. Deveria ao menos cumprir seu contrato até o final e brigar por um título pelo clube que o revelou. Sai no pior momento possível, com campeonatos em andamento, com decisão na Copa do Brasil, derby contra o Palmeiras, brigando pelo Brasileirão.

Enfim, a ele desejo apenas sorte para o restante da sua carreira, como muita calmaria e glamour europeu.

Já para o Corinthians, desejo que traga jogadores mais cascudos para a próxima temporada. Gostamos de jogadores bons tecnicamente, é claro, mas, principalmente, gostamos de jogadores que tenham SANGUE NOS OLHOS. Libertadores não se ganha com dribles, com lances individualmente bonito, mas sim com entrega, ambição, brio...

Encerro deixando minha menção honrosa ao Renato Augusto, que jogando poucos minutos, voltando de uma contusão, sem ritmo de jogo, entrou ontem e assumiu o protagonismo. Esse sim merece a chancela de ÍDOLO!