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O Anticorinthianismo e o Papel da Imprensa: Um Caso Paradigmático

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Paulo 13.845 posts

Publicado no Fórum do Meu Timão em 07/08/2015 às 23:06
Por Paulo Paulo Paulo (@paulo.52)

Dia 26/04/1998 – Segundo jogo da semifinal do Campeonato Paulista, La Bambinera, Corinthians x Portuguesa, árbitro Javier Castrilli (Argentina).

O placar foi inaugurado pela Lusinha, em lance originado de claro impedimento do centroavante Evair, que recebeu adiantado e fez o cruzamento que resultaria, na sequência, no primeiro gol da partida (nota: o próprio Evair, vendo depois o lance na TV, reconheceu um impedimento de um metro, pasmem).

O mesmo jogador, em lance na área do seu time, já no segundo tempo, deu uma gravata no zagueiro Cris, do Corinthians, que resultou na assinalação de pênalti claríssimo para o Time do Povo, convertido por Marcelinho Carioca.

Quase no final da partida, o jogador luso Da Silva recebe assistência pra gol, em impedimento (pasmem todos, reconhecido pela imprensa), e põe a APD em vantagem, novamente.

Aos 46 minutos, porém, o zagueiro luso César intercepta escanteio cobrado em sua área com a mão, segundo o árbitro, que aponta pênalti, convertido por Rincón, dando números finais à partida, terminada em 2×2. O empate beneficia o Corinthians, que, por ter melhor campanha, se classifica para a final do Campeonato.

César sai chorando copiosamente de campo, e é logo cercado por repórteres, que registram sua contrariedade e revolta.

Milton Fezes, que na época apresentava um programa pós jogo, na Rádio Jovem Pan (se não me falha a memória, mas pouco importa), sequioso por polêmica, fez um escândalo, daqueles a que poucos vezes tive a oportunidade de ver ou ouvir, compartilhando, repercutindo e ampliando, por horas a fio e nos dias seguintes, a indignação de César e acusando o árbitro de “desonesto” (acusação que temperou, naturalmente, ao seu estilo evasivo e covarde), o que se espraiou pela imprensa da época.

Até hoje esse jogo é citado, pela imprensa anticorinthiana e pelos antis, de um modo geral, como modelo paradigmático de arbitragem facciosa pró-Corinthians.

Agora, eu indago: Numa partida em que o adversário faz dois gols irregulares, e sofre um SUPOSTAMENTE nessa mesma condição, sem falar na expulsão de nosso principal jogador, Marcelinho Carioca, num momento crucial da partida, pode-se dizer, com um mínimo de honestidade intelectual e vergonha na cara, que fomos ajudados?

O fato é que essa partida ainda povoa o imaginário anticorinthiano (e revolta a todo fiel que assistiu àquela partida), sendo utilizado por muitos como prova de existência do malfadado 'apito amigo' corinthiano (expressão que, salvo engano, foi cunhada naquela tarde, e que viria a nos causar imensos prejuízos de arbitragem, doravante), constituindo-se na maior mentira da história do jornalismo esportivo brasileiro de todos os tempos, só comparável, nos anais da imprensa em geral, ao caso da Escola Base, em que uma família que administrava uma pequena escola infantil, em São Paulo, sofreu todo tipo de execração pública, catalisada pela imprensa, por uma acusação de pedofilia, que, depois, se mostrou falsa. Essa família foi destruída e jamais se recuperou desse duro golpe.

Nós, corinthianos, sobrevivemos, ainda que a um preço elevadíssimo, em matéria de danos a nossa imagem e integridade moral. Sobrevivemos para contar essa história e condenar aqueles que deturparam - e inverteram - os fatos então ocorridos, com intenções inconfessáveis, e cujos efeitos se propagaram no tempo, produzindo reflexos até hoje.

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