Ao longo dos meus quase 47 anos de vida sempre procurei ser verdadeiro com meus princípios. Usar de sinceridade pra falar tudo aquilo que estou pensando. Me prejudiquei algumas vezes com isso, é verdade. Afinal não é todo mundo que gosta de ouvir. De todos os jogadores do atual futebol brasileiro poucos são como o Emerson Sheik. Talvez por isso me identifique tanto com ele. O atacante do Corinthians vez ou outra é motivo de polêmica pelas coisas que fala.

Durante o programa ‘Bem Amigos’ da Sportv o camisa 11 corintiano criticou abertamente a postura do palmeirense Valdívia, que forçou um cartão amarelo contra o Paraná para cumprir suspensão enquanto tivesse defendendo a Seleção Chilena. Disse ele: “Não é atitude bacana. Palmeiras é muito grande para aceitar uma atitude dessa de uma atleta, uma vez que está disputando um campeonato da segunda divisão de um Campeonato Brasileiro, pensando em subir, onde é o lugar do Palmeiras. Então, não é uma atitude bacana”.

Logicamente que muita gente vai arrebentar o Sheik pela declaração. O próprio Valdívia deve estar odiando o cara. E pra falar a verdade o que chileno fez é a coisa mais natural do mundo. Pelo menos no meio do futebol. Foi exagero ser chamado de anti-profissional por causa disso. Mas a autenticidade do Emerson foi surpreendente. Disse o que pensava aquele momento sem pensar na repercussão. Agora a dúvida que fica no ar é a seguinte: será que esse excesso de sinceridade prejudica a carreira do atacante (assim como prejudicou a minha)? E mais: qualquer pessoa no dia-a-dia pode falar o pensa sem sofrer por isso?

É um caso de se pensar.

(Texto retirado do Blog do Neto)