A cada jogada de brilhantismo do nosso garoto é inevitável que nos empolguemos e vejamos nele um talento a nível de futebol mundial. E eu não discordo.

Nessas comparações o primeiro nome é sempre o de Neymar, e guardadas as proporções e individualidades dele, não é absurdo, visto que ele foi a maior revelação do futebol brasileiro e mundial dos últimos anos.

Mas Pedrinho é absolutamente diferente de Neymar. E não digo técnicamente (até porque se fomos comparar com alguém, que se seja com o Bruxo rs), mas sim da pessoa e das diferenças entre Corinthians e Santos.

Aqui cobramos incessantemente o Pedrinho e outros garotos da base com oportunidades, e eu entendo, estou louco pra ver Pedrinho e Vital juntos logo. Assim como o Matias e toda rapaziada.

O Neymar já era o dono do Santos e dado como herdeiro da genialidade brasileira desde os 13 anos. E não digo que era ou não, mas que era tratado como tal. Ganhava salários altíssimos desde a base.

Pedrinho até 2015 (17 anos) havia sido dispensado do Vitória (!). Passou por dificuldades e foi subnutrido, não desenvolveu o corpo de atleta com a intensidade que se vê nos trabalhos de base do Corinthians. Pedrinho nunca foi dono do Corinthians, pois se tem dono é do povo. E ele sempre soube disso. Subiu sabendo o que era Corinthians. Moleque humilde, quieto e trabalhador. Quer ser ídolo aqui.

O Santos desde Pelé foi refém de jogador. O Santos não tem torcida o suficiente pra fazer dele um time rico. Sobra pros moleques taparem buraco e é tradição santista a molecada. A torcida (que já não oferece pressão) já sabe.

Agora me digam: qual último grande jogador o Corinthians revelou? Willian? Não é craque, e mesmo já sendo ótimo jogador em 2007, demorou a ganhar o destaque merecido na Europa. Arana? Tem um potencial enorme mas ainda não é uma realidade mundial.

Eu também me irrito com o excesso de preciosismo que às vezes transparece no trato da base no profissional. Mas se pensarmos, é ela que vem dando resultados que não estávamos acostumados. Arana esquentou banco, foi emprestado, voltou e arrebentou. Maycon esquentou, foi emprestado e se tornou um pilar dos últimos 3 títulos (de 5 disputados).

Me lembro quando eu era garoto e sempre que via algum moleque da base entrando eu me animava mesmo sem nem saber o nome do sujeito. E nunca davam em nada.

Agora está dando, é irritante, mas vamos respeitar que até agora a margem de erro foi mínima. (ou até nula)

Não adianta comparar Corinthians a Santos e nem Pedrinho a Neymar. Nunca fez sentido e nunca vai fazer.