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Pedro 9.277 posts

Publicado no Fórum do Meu Timão em 08/02/2021 às 01:32
Por Pedro D.C. (@pedro.checchetto)

Como Mundial de Clubes se transformou e virou massacre da Europa contra os outros continentes

Sentença Bosman foi assinada 17 dias antes de o Grêmio perder para o Ajax. Naquele dia, a América do Sul ganhava da Europa por 19 x 14 em títulos intercontinentais

07/02/2021 09h27 Atualizado há 15 horas

Não se deve olhar para os Mundiais de Clubes como um duelo de forças entre países, como acontece com seleções nacionais. As competições entre os campeões da Europa, América, Ásia, África e Oceania carregam o desequilíbrio, desde que foi assinada a sentença Bosman, em 15 de dezembro de 1996. Naquele dia, a Fifa ainda não havia oficializado o Mundial e os duelos da velha Copa Intercontinental registravam 19 troféus para a América e 14 para a Europa.

Já havia um certo desequilíbrio desde 1988, marcado pelo supertime do Milan, na temporada em que os europeus permitiram a inclusão de um terceiro jogador estrangeiro em seus elencos -- a Itália, especialmente. Mas o caso Bosman terminou com o limite de jogadores do exterior. Quem tivesse passaporte europeu poderia transitar e trabalhar em qualquer clube da Comunidade Econômica Europeia.

Claro que passou a ser um processo. Não aconteceu da noite para o dia a transformação que transformou em um massacre a vantagem dos europeus. Se em 1995, a distância era de 19x14 a favor dos sul-americanos, a sequência da história da intercontinental até sua última edição, em 2004, passou a ser de 7x2 a favor da Europa. No Mundial oficial criado pela Fifa em 2000, são doze troféus para os europeus e apenas quatro para os sul-americanos.

Um dos exemplos mais bem acabados da mudança se deu em 1999. No dia 30 de novembro daquele ano, o Manchester United venceu o Palmeiras com seis ingleses, dois irlandeses e um francês, um holandês e um norueguês. Como na velha primeira divisão inglesa, os irlandeses tinham permissão para jogar como se fossem britânicos, havia três estrangeiros.

Menos de um mês depois, o Chelsea venceu o Southampton por 2 x 1 e tornou-se o primeiro clube da história a escalar onze forasteiros: De Goey (holandês), Ferrer (espanhol), Émerson Thomé (brasileiro), Leboeuf (francês) e Babayaro (nigeriano): Petrescu (romeno), Di Matteo (italian;o), Deschamps (francês) e Poyet (uruguaio), Ambrosetti (italiano) e Tore André Flo (norueguês).

O técnico era o italiano Gianluca Vialli. Onze anos depois, a Internazionale tornou-se a primeira e única campeã da Champions League com onze estrangeiros. O português José Mourinho escalou, na decisão contra o Bayern, Júlio César (brasileiro), Maicon (brasileiro), Lúcio (brasileiro), Samuel (argentino) e Chivu (romeno); Zanetti (argentino) e Cambiasso (argentino); Eto'o (camaronês), Sneijder (holandês) e Pandev (macedônio); Diego Milito (argentino). O Bayern tinha só três alemães: Oliver Kahn, Phillip Lahm e Badstuber.

Da era dos três estrangeiros, chegou-se aos três nativos.

O último sul-americano campeão, o Corinthians tinha um titular estrangeiro: Paolo Guerrero. O Palmeiras deve entrar em campo contra o Tigres com o paraguaio Gustavo Gómez e o uruguaio Matías Viña. Os mexicanos serão seis, completados por um brasileiro, dois argentinos, um colombiano e um francês.

É claro que o Palmeiras tem chance de quebrar a hegemonia da Europa, mas sua única arma é ter estratégia e entender que a superioridade técnica do Bayern é resultado do desequilíbrio econômico.

Não pense que se trata de rechear os representantes brasileiros de jogadores internacionais. O desequilíbrio é econômico. O Brasil é o segundo país com mais jogadores escalados na Champions League. Há menos brasileiros do que franceses, mais do que alemães, espanhóis, ingleses, italianos, holandeses ou portugueses. Imagine que estes jogadores com experiência na Champions jogassem dentro de seu próprio país.

Era a realidade dos mundiais de clubes antes da sentença Bosman.

Achei esse pequeno apanhado de dados do PVC interessante pra gente não perder a noção histórica das coisas. Vejo muita gente analisando futebol do passado com a cabeça de hoje chegando ao cúmulo de dizer que se Pele e Garrincha fossem tão bons assim teriam jogado na Europa. Hoje em dia infelizmente “não dar certo” na Europa é critério pra definir se o cara é bom ou ruim, mas para quem viveu pelo menos os anos 90 sabe que os clubes daqui batiam de frente numa boa com os de lá. Lei bosman, lei Pelé, enfraquecimento dos clubes, condição econômica dos países envolvidos, tudo isso pesa pra essa disparidade de hoje em dia.

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Itamar 63.331 posts

@sr.fulano em 08/02/2021 às 03:14

Olha a vários anos eu já debati com muita gente sobre a lei Bosman e lei Pelé influenciar nessa diferença, e até hoje pra mim acho que supervalorizam isso.

A LEI BOSMAN E LEI PELÉ, SÃO ALGO INEVITÁVEL! PPR QUE SER HUMANO NÃO PODE TER DONO!

As pessoas fazem vista grossa porque tem a imagem dos jogadores como todos ricos, milionários, e por isso não tem direito a nada.

A verdade que a maioria dos jogadores no mundo ganham pouco!

E independente de quanto ganha o jogador, um clube não pode ser dona da pessoa isso é escravidão!

IMAGINE A EMPRESA QUE VOCÊ TRABALHA SER SEU DONO? VOCÊ SÓ SAI SE ELA QUISER!

Isso não existe!

Então a questão é outra!

Acho que o problema esta em outro ponto, que ajuda a aumentar o desequilíbrio da diferença economica.

O PROBLEMA É PERMITIR MAIS DE 5 ESTRANGEIROS NAS EQUIPES!

Se fizesse um acordo dos clubes junto a FIFA em que em todo mundo os clubes só pudessem ter 5 estrangeiros, mesmos naturalizados.

Traria um equilibrio maior.

Mas um clube Espanhol pode ter 11 estrangeiros!

Aí complica!

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@deco20 em 08/02/2021 às 09:20

O que importa desse texto: 'no mundial oficial, criado pela FIFA em 2000'.

Kkkkkk

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@lars.madara em 09/02/2021 às 02:11

Sempre achei essa ideia de limitar estrangeiros no Brasil nada haver, por isso estamos atrasado tanto clube ou seleção, dan.e-se o nacionalismo o importante é ganhar, o importante é se o cara é bom, fato é que os Super times marcados na história do futebol mundial são verdadeiras Quiméras, Barcenola do Guardiola, Real do Cr7, United de 2008, Milan do Dida e Seedorf, deveriam tirar o limite de estrangeiros, único problema seria pra Seleção, mas estou cagand0 pra ela, importante é o Timão

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Márcio 9.586 posts

@marcio.rodrigo.costa em 08/02/2021 às 17:14

Acho esse tipo de análise do PVC ótima: as históricas. Quando entra demais no atual, se perde. Sobre a Lei Bosman ela trouxe um legado que alguns países europeus aprenderam a lidar depois de algum tempo: formar bons jogadores.

Indiscutivelmente os campeonatos europeus (seja continentais ou nacionais) melhoraram muito ao longo dos anos. Isso fez com que a formação europeia fosse amadurecida e aprimorada. No Brasil esse tempo de maturação tem sido cada vez mais precoce e sem grandes referências técnicas como eles têm lá. Aprenderam a formar atletas mais técnicos. O futebol alemão, frances, espanhol e inglês se transformaram e, consequentemente, seus trabalhos de base também. Uniram o que já tinham de aspectos físicos, com o técnico (bom passe, bom drible, bom posicionamento), oriundo de sobretudo Brasil e Argentina.

Resultado: os europeus são campeões mundiais no sub-20 e no principal há quatro edições consecutivas. Se até na base passaram a dominar, o buraco é mais embaixo.

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Jose 547 posts

@jose.cesar.palacini. em 08/02/2021 às 10:40

Esse PVC se acha. Não tem nexo. Os 3 primeiros campeões do mundial de clubes são sul-americanos: CORINTHIANS, São Paulo e inter. E isso muito depois da lei bosman. Ou seja, quando es reveu já antevia o fracasso do seu time de coração.

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Léo 9.344 posts

@leo360 em 08/02/2021 às 10:32

Teve um ano que a seleção da França era quase toda de outros países, maioria africano, quase não tinha frances.

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Alex 32.452 posts

@alexbahu em 08/02/2021 às 08:55

A lei Pelé foi um câncer para o futebol!

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Absolon 4.595 posts

@absolonsoares em 08/02/2021 às 08:51

A partir do momento que se permitiu aos clubes europeus jogarem com time inteiro de estrangeireiros, ele começaram a formar verdaeiras seleções multicontinentais. Obvio que uma hora isso ia aparecer dentro das quatro linhas. A questão é que outros centros futebolisticos já batem de frente com os slumaricanos, caso dos asiaticos e africanos. E se continuar nessa romantização é ladeira abaixo!

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Bruno 3.885 posts

@umcorinthiano em 08/02/2021 às 08:40

Ele não está errado. Só que isso aí não é novidade em lugar nenhum, problema é usar isso como forma de vitimização. Brasil só ficam os jogadores de terceiro escalão mundial e vai ser assim por muito tempo ainda.