O balanço financeiro do Corinthians em 2020 apontou um déficit de 123 milhões de reais. Desse montante, o departamento de futebol foi responsável por R$ 61,7 milhões, e o famigerado clube social teve déficit de R$ 61,6 milhões. Valor que fez a dívida do clube se aproximar de 1 bilhão de reais (a curto prazo). Isso sem considerar o débito com a arena. Vamos esmiuçar os passivos:

- Passivo circulante - com vencimento dentro de um ano (R$ 847,2 milhões)

- Empréstimos e financiamentos: R$ 75,8 milhões

- Fornecedores: R$ 217 milhões

- Direitos de uso de imagem: R$ 121,4 milhões

- Obrigações e encargos sociais: 138,2 milhões

- Obrigações tributárias: R$ 5,2 milhões

- Tributos parcelados: R$ 22,2 milhões

- Receitas a realizar: R$ 260,2 milhões

- Outras contas: R$ 6,2 milhões

- Passivo não circulante - com vencimento após um ano (R$ 443,5 milhões)

- Empréstimos e financiamentos: R$ 28,5 milhões

- Fornecedores: R$ 10,7 milhões

- Tributos parcelados: R$ 304,6 milhões

- Receitas a realizar: R$ 37,9 milhões

- Provisão para contingências: R$ 61,7 milhões.

Os passivos aparecem pela ordem de prioridade de pagamento.

Em contrapartida, o clube arrecadou R$ 425,3 milhões em 2020 . Valor que dificilmente se repetirá em 2021, pois R$ 189,2 milhões foram provenientes de negociações com atletas. Considerando o panorama de receitas do Corinthians para esse ano, a arrecadação será de aproximadamente 300 e 350 milhões de reais. Os custos totais ano passado estiveram na ordem de R$ 461,6 milhões. Então, para que o clube seja sustentável, os custos precisam ser reduzidos em pelo menos 30%, equiparando-os as receitas recorrentes (aquelas provenientes de direitos de transmissão e patrocinadores). Considerando que essa receita será constante pelos próximos anos, o clube levaria 5 anos para pagar essa dívida (não a da arena).

Tem condições? Sim. Somos a segunda maior torcida e um clube que arrecada bastante devido a isso.

Qual o caminho? Não tem jeito. É cortar gastos e fortalecer cada vez mais a base para que o clube consiga elevar suas receitas com a venda das crias .

É um remédio amargo? Mas é claro. Não se pode gastar mais do que arrecada, e para o clube ser saudável financeiramente, é preciso cortar gastos e elevar receitas.