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Vamos tentar entender o Mancini no jogo entre Corinthians e Huancayo...

Tópico Lendário Entenda as regras
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Publicado no Fórum do Meu Timão em 06/05/2021 às 23:32
Por Rafael Morais (@rafael.morais10)

Um exercício de reflexão para vermos se é possível entender o que se passa na mente do treinador do Corinthians.

Escala o time do jeito que a torcida vinha pedindo, com três zagueiros e sem os seus veteranos de estimação - Gil, Fábio Santos e Jô. Colocando o Luan de titular e possibilitando um time com mais movimentação. Manteve entre os titulares nomes como Ramiro e Gabriel, que não gozam de prestígio com a Fiel, mas fazer o quê, não se pode vencer todas.

Ao que parece, ele começou a entender que os atletas oriundos da base serão mesmo a salvação da lavoura. E que é preciso organizar o sistema em torno deses valores e permitir que eles ganhem rodagem, de modo que não soframos muito com as variações de performance (sempre naturais quando falamos dos jovens) no restante da temporada.

O jogo se desenrola e o conjunto vem respondendo bem. Sim, o adversário não impõe dificuldades, mas em vários dos jogos desse ano a equipe não conseguia produzir mesmo contra oponentes inertes.

O time abre dois a zero e a partida se mostra assustadoramente fácil para o Timão. É o momento ideal para ousar. Quem sabe sacar um dos meio-campistas de características defensivas para povoar um pouco mais o ataque. Justamente para testar as tão necessárias variações táticas do elenco.

Mas o que é que ele faz? Permanece o primeiro tempo todo com o mesmo conjunto. Tudo bem, pode ser que estivesse certo de um melhor aproveitamento, o que garantiria mais gols e o desejado aumento do saldo (variável importante para a sonhada classificação).

Os times caminham para o intervalo e uma certeza toma conta da nação alvinegra: ele vai mexer no time para aproveitar a fragilidade do Huancayo. Na certa teremos o Mosquito no lugar do Ramiro, ou coisa que o valha.

Mas eis que Mancini retorna sem alteração alguma. Deve estar novamente preocupado com a questão do saldo de gols. Mas até mesmo isso justificaria uma alteração, pois embora o time se portasse bem, Otero e Gabriel destoavam demais do resto. Errando passes em demasia e prejudicando a criação do Corinthians. Não era o momento de sacá-los?

A segunda etapa transcorre no mesmo ritmo da primeira: domínio do Corinthians e inoperância dos peruanos. NADA MAIS JUSTIFICA a manutenção de Gabriel e Otero, em especial desse segundo, que conseguiu a proeza de perder um gol cara a cara com o arqueiro adversário. Só que Mancini permanece impávido a beira do campo. Suas manifestações são sempre os insossos gritos de comandos que o time já executaria de qualquer maneira - 'roda a bola', 'agrupa', 'Aparece para o passe'. Se eu fosse jogador, sofreria de vergonha alheia com tais orientações inócuas.

O Todo-Poderoso enfim marca o terceiro, depois de tanto martelar. A para está liquidada. O oponente está nocauteado. É hora de colocar no time os atletas que tem fome de vencer. Aqueles que estão com sangue nos olhos para mostrar que pertencem a um clube com tantas tradições e história. É impossível não perceber que esse é o momento para 'ousar' (entre aspas mesmo, pois a ação teria bem pouco de ousadia e muito de lógica).

E o que é que faz o Mancini? Coloca no jogo o Jô, o Gil e o Fábio Santos. Sim. Como se quisesse recompensar os quase aposentados pelo histórico de serviços prestados. Afinal, nessa moleza que estava a zaga peruana, quem sabe o Jô não guarda o dele (sem precisar estar impedido). Será que o Gil não anula um dos paupérrimos atacantes do Huancayo? Ah, naquela avenida que está o lado esquerdo dos caras, com certeza o Fábio Santos guarda um cruzamento certeiro.

É isso. Ele aproveita uma das raras noites felizes desse time - que precisa vivê-las com intensidade e dar oportunidade para quem pode vir a ser peça importante no restante do ano - para tentar mostrar para os críticos que aqueles medalhões nos quais ele botava fé ainda podem dar um caldo.

Finalmente entendi o Mancini. Ele é o técnico de futebol do mundo bizarro (referência aos antigos desenhos da Liga da Justiça). Faz tudo ao contrário. Desafia a lógica. É inimigo do bom senso.

Torcer para o Corinthians é uma delícia, mas é sofrido pra caramba.

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