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Você também acha imoral os recursos da Arena Corinthians?

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Publicado no Fórum do Meu Timão em 09/07/2013 às 02:25
Por Eduardo Costa (@doutordu)

Uma das maiores polêmicas do futebol brasileiro são os recursos financeiros que viabilizaram a construção da Arena Corinthians.

Jornalistas, comentaristas, torcedores e contribuintes em geral, criticam a arena corintiana, por afirmarem que na obra há dinheiro público desviado de outros setores fundamentais para a sociedade, ou seja, recursos públicos foram injetados corruptamente em uma obra privada.

Está denuncia realmente procede?

3 canais foram acionados para gerar recursos para Arena Corinthians:

  1. Isenção do ISS;
  2. Concessão de CIDs:
  3. Empréstimo do BNDES.

A isenção do ISS é um acordo entre a FIFA e todas as prefeituras das cidades sedes da Copa, que consiste em isentar este imposto de todos os serviços de construção ou de reforma dos estádios.

Já os CIDs, são certificados emitidos pela prefeitura de SP que beneficiam investidores que queiram investir em certas áreas da cidade. A Zona Leste é uma destas áreas, por ser a região menos desenvolvida e a mais populosa da cidade, com 4 milhões de pessoas. Esta lei de incentivos foi criada em 2005.

Os empréstimos do BNDES são concedidos para qualquer empresa que ofereça garantias de pegar o dinheiro e pagar as parcelas do empréstimo com juros.

Por se tratar de isenção de impostos, incentivo financeiro pela prefeitura e empréstimo de um banco público, para os maus informados e maus intencionados, as sensações de ilegalidade, injustiça e imoralidade, acendem uma luz vermelha alarmante de desconfiança.

Mas vamos por partes.

A Copa foi um trato entre o governo brasileiro e a FIFA. A isenção do ISS abrangeu não só a obra da Arena Corinthians, mas todos os estádios em construção para a Copa. O Corinthians foi beneficiado por participar da Copa, não por armação política ou privilégios.

Em relação aos CIDs, primeiro temos que contextualizar. Leis como está de CIDs, são comuns em quase todos os países do mundo. Para uma região carente se desenvolver são necessários investimentos públicos e privados. O governo tenta atrair a iniciativa privada a investir nestas regiões, concedendo benefícios, com o seguinte raciocínio: o investidor recebi benefícios quando investi na região; a área se desenvolve gerando empregos, oportunidades, outros investimentos, e principalmente maior arrecadação de impostos; esta arrecadação vai superar e muito os benefícios concedidos inicialmente.

Portanto, a obra da Arena vai gerar empregos, oportunidades, outros investimentos e uma grande arrecadação de impostos, trazendo grandes benefícios para a região. E o Corinthians não é o único que pode se valer destes benefícios, outros investidores com certeza vão investir na ZL.

Sobre o BNDES é claro. Um banco vive de empréstimos. Até banco público. O BNDES financiou todos os estádios da Copa e também o novo Chiqueirão. O SPFC também tentou empréstimos para reformar seu estádio, mas não conseguiu as garantias.

O BNDES financia até obras em Cuba e na Venezuela.

Ou seja, banco é banco.

Está análise simples, explica a engenharia financeira da obra da Arena. Tudo está dentro da lei, e a lógica usual não foi em nenhum momento ferida, preservando a ética, quebrando assim as acusações de imoralidade.

Imoral é o que acontece nas arenas públicas. Dinheiro desviado da saúde, educação, segurança, etc., foram injetados em estádios que não são autossuficientes e exigem que o estado continue investindo para cobrir os prejuízos da manutenção, ou pior, o governo chega a conceder a administração dos estádios para iniciativa privada, que pega um estádio novo, lucra, mas não traz o retorno financeiro para os caixas públicos.

Veja o exemplo do Maracanã: 'A privatização do Maracanã deverá dar um lucro de R$ 1,4 bilhão à empresa que assumir o controle do estádio pelos próximos 35 anos. Durante esse período, porém, o governo do Rio de Janeiro, dono do complexo esportivo, amargará uma perda de R$ 111 milhões por ceder o espaço à iniciativa privada.' http://www.folhadoes.com/site/pagina_interna.asp?nid=23509

Sem contar é claro, os mais de 1,2 bilhões de reais que custaram a última reforma do estádio, que será dado de mão beijada para um consórcio apenas lucrar e lucrar muito.

Outro exemplo é do Estádio Nacional em Brasília. Não existe futebol local na cidade que justifique um estádio para 70 mil pessoas. Brasília queria sediar a abertura, por isto idealizou um projeto de estádio para 70 mil. O plano B, em caso de perder a abertura para cidade de SP, era um projeto de 40 mil. Resultado, Brasília perdeu a abertura e o projeto de 70 mil permaneceu.

Foram gastos 1,5 bilhões de reais no Mané Guarrincha, a previsão inicial era de 700 milhões.

Só para enfatizar, dinheiro em estádio público é dinheiro desviado da educação, segurança, saúde, transporte, etc. E não volta para a população.

Dinheiro de empréstimo ou de incentivos volta para o governo e para a população.

Nesta nova fase em que a população brasileira está tomando consciência de cidadania, é importante que a verdade seja colocada e os alvos de protestos e denuncias sejam direcionados corretamente com justiça e imparcialidade. Doa a quem doer.

O que você acha deste assunto?

É injusto como foram gerados os recursos da Arena Corinthians?

Vamos nos manifestar.

Cidadania sem clubismo.

Obs.: Em outros países, como o EUA, é comum dinheiro público financiar estádios privados. Veja: http://www.pewstates.org/projects/stateline/headlines/nfl-plays-offense-to-get-public-money-for-stadiums-85899470010

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