Por parte dos torcedores, o futebol brasileiro é movido por paixão e resultado.
Por parte dos dirigentes, nosso futebol tupiniquim é movido por ganância e dinheiro.
Dirigir um grande clube como o nosso, com mais de 30 milhões de loucos apaixonados, não é tarefa fácil... Principalmente porque a mistura de paixão, resultado, ganância e dinheiro não dá espaço para algo muito importante: O FOCO
Times de futebol (assim como empresas) precisam definir quais são suas estratégias de curto, médio e longo prazo... E, principalmente, qual é sua filosofia.
Os grandes times europeus tem as suas filosofias... Apostam nelas... E a torcida (na grande maioria) compreende e apóia.
Times portugueses como Benfica e Porto apostam em jovens talentos com potencial para serem vendidos para outros centros europeus por 10x o preço que eles investiram... Essa é a filosofia... Os talentos sabem que vão ficar 3 ou 4 anos no time e, se houver destaque, serão vendidos. A torcida apoia porque sabe que essa é a filosofia. E nesse meio tempo, ainda dá para 'beliscar' uns títulos (até porque, entra ano e sai ano, só temos 3 ou 4 candidatos ao título na terra do pastel de belém).
Outros grandes times apostam no orçamento alto e na contratação de grandes estrelas... Outros, ainda, apostam num estilo de jogo (preparado desde a base)... E por aí vai... Cada um com sua filosofia.
A turma da 'Renovação e Transparência' (esse nome deve ser pegadinha) apostou, de certa forma, em uma filosofia de trabalho desde 2008. Dentro do que foi proposto (e dentro da nossa realidade brasileira) essa 'filosofia' vem dando certo... Dá certo para a torcida (apaixonada e vendo títulos) e dá certo para os dirigentes (sabe-se lá quanto os bicheiros, feirantes e vendedores de carro já enriqueceram)...
Pela lógica, a aposta para um novo técnico (caso a saída do Tite se confirme) seria para a volta do Mano (pouco provável pela forma como ele saiu da última vez)...
O único 'tiro' que não foi dado nesta dupla Tite/Mano nos últimos 8 anos só ficou 3 meses no cargo e nos custou o título brasileiro de 2010.
Acredito que um 'novo tiro' será dado desta vez, mas acredito que os dirigentes não se arriscarão tanto como o 'clamor popular da massa alvinegra' está pedindo:
- Fernando Diniz (levou 3 anos para levar o time para a primeira final. Não tem o orçamento do Corinthians? Não tem. Mas também não tem a pressão... Um time completamente sem torcida).
- Eduardo Batista (fez um excelente trabalho no Sport, mas não vingou no Fluminense (Fluminense, hein? ).
Será que nossa torcida daria tempo para um novo trabalho de longo prazo?
Se for para arriscar em algo muito novo (em termos brasileiros), eu tentaria Bielsa ou Sampaoli (já que o Guardiola está empregado e nosso orçamento não é da Master League).
Os resultado provavelmente demorariam para vir, mas viriam! Mas será que nossa torcida teria essa paciência?
Acredito que não faz parte de nossa filosofia.
A MESMA TORCIDA QUE VIVE PEDINDO PARA USAR A BASE É A PRIMEIRA A PEDIR O PESCOÇO DO JOVEM QUE PASSA POR UMA FASE RUIM DENTRO DE UMA OSCILAÇÃO NATURAL.
Já vi inúmeros pedidos por aqui para o Tite/Corinthians usar a base como o Dorival/Santos.
Essa é a filosofia do Santos. Quando não dá resultados, tem muito menos pressão do que aqui.
Aqui não daria certo por inúmeros motivos... A começar da combinação ganância/dinheiro que já está institucionalizada desde as primeiras categorias de base.
Ainda sonho com o tempo em que o FOCO da diretoria estará alinhado ao FOCO da torcida. Caminharemos sem vaidade e ganância... Com o cofre cheio para alimentar nossa paixão com craques e times encantadores.
Mas, talvez, fique apenas na campo imaginário...
Essa é a filosofia do sonhadores!