A estreia do Timão na temporada 2022 deixou aquela sensação de Déjà vu do time engessado que fechou 2021 na 5ª colocação do Brasileirão. Não faltou apoio da nossa torcida, mas a mudança que gostaríamos de ver no 'treinador' não veio: o time continuou sem variações, desperdiçando uma qualidade técnica individual que jamais vi. Tudo porque as ideias do Sylvio continuam as mesmas do ano passado.
Nosso desempenho na última terça-feira lembrou muito a parte final do último Brasileiro e tem tudo a ver com o papel do técnico. Pensando nisso, fiz alguns quadros no Excel tentando compreender o time antes dos reforços, depois deles e, por último, com a volta da torcida aos estádios - se não fosse por isso, acho que seria difícil conquistar a classificação para a Libertadores.
1º MOMENTO: 1ª até 14ª rodada
O Corinthians jogou as primeiras 14 partidas do campeonato sem a chegada dos reforços, dependendo muito da criação e individualidade de jogadores como Adson, Cantillo e Mosquito. Foram 7 jogos em casa e 7 fora.
A maior decepção foi o time ter conquistado apenas 5 dos 21 pontos disputados na Neo Química Arena, cerca de 24% de aproveitamento. Isso beirou o ridículo!
Fora de casa, o aproveitamento de 57% parece bom, mas enganoso quando vemos que, dos 12 pontos conquistados, somente 1 foi contra adversário direto por títulos (Palmeiras).
O time de Sylvinho estava em 11º, com 17 pontos e sem perspectiva de Libertadores, nem mesmo a pré. Mas estava 'em construção' (dizia).
2º MOMENTO: 15ª até 23ª rodada
Com a chegada do quarteto, o Corinthians mostrou ótima evolução nos jogos (tanto em casa como fora), visão de jogo, posicionamento, dentre outros pontos que passam pela qualidade do nosso novo meio de campo.
Nas nove rodadas que destaquei, há um equilíbrio entre os jogos em casa e fora dela, pois Caso tivéssemos mantido esse aproveitamento, as chances de terminarmos em posições superiores seriam melhores, pois Flamengo e Palmeiras desperdiçaram muitos pontos poupando jogadores para a Liberta.
Quanta diferença um time com bons jogadores faz: avançamos para a 6ª colocação, com 34 pontos, exatamente o dobro do que havíamos conquistado até a 14ª rodada! E estávamos somente cinco pontos atrás do Palmeiras, 2º colocado naquele momento.
3º MOMENTO: 24ª até 38ª rodada
A MELHOR TORCIDA DO Brasil fez com que, dos 8 jogos em casa, o Timão conquistasse 7 vitórias e 1 empate (caso ganhasse, poderia selar o rebaixamento do Grêmio...paciência)! Aproveitamento de quase 92% do Corinthians com a volta de seu torcedor na Neo Química Arena! Incrível!
Por outro lado, foi vergonhoso conquistar somente UM PONTO dentre os 21 disputados fora de casa. E é justamente isso o que me preocupa para a temporada de 2022: jogos fora de casa para um time que não têm variações táticas.
Nunca faltou apoio da torcida. Porém, ver que até mesmo os nossos grandes jogadores estão ficando 'travados' no esquema do Sylvinho é algo preocupante para os jogos fora de casa.
Libertadores então nem se fala, como motivar os caras a jogar bola com um técnico que torce pelo empate fora de casa?
Não somente por isso, mas e se com o avanço dos casos de Covid voltarmos a ter jogos sem torcida novamente?
Quando o torcedor está no estádio, o jogador sente o clima, é empurrado pela torcida e joga pra frente, marca, mostra vontade. Paulinho que o diga, merecia um gol pelo tanto que criou na sua reestreia com o manto!
Porém, sem a torcida, a única voz no campo é a do treinador e, no nosso caso, não deu certo e chegou a hora de 'evitar' que continue assim.
Renato Augusto, Giuliano, Roger Guedes, Willian... Todos foram prejudicados depois de um tempo por causa dessa insistência do Sylvinho no seu esquema, cancelando até a individualidade destes. Com o Paulinho, não será diferente se o time continuar engessado.
Mudar não é opção e sim necessidade para que a evolução do time aconteça e não seja interrompida por um trabalho experimental que, infelizmente, não deu certo e isso precisa ser admitido.