Zé Maria: a personificação da raça alvinegra completa hoje 61 anos
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Por Meu Timão
Zé Maria completa 61 anos de vida hoje.
O lateral-direito Zé Maria jogou durante 13 anos no Corinthians e, nesse período, foi a personificação da raça alvinegra. Logo cedo deixou sua cidade, Botucatu, para começar a jogar na Portuguesa de Desportos, onde fez sucesso e chamou atenção.
Pelo bom futebol apresentado no Canindé foi convocado para a Copa de 1970, quando se tornou tricampeão sendo reserva de Carlos Alberto Torres. Nesta época, o Corinthians se interessou por suas habilidades e preparo físico.
A Portuguesa, no entanto, não quis liberá-lo. Por este motivo, o lateral foi um dos primeiros jogadores que viraram alvo de briga judicial entre clubes, em uma época que isto não era nada comum.
Apesar de ter feito o depósito do dinheiro, o Corinthians teve de esperar meses até que o Super-Zé estreasse no final de 1970. "Foram os meses mais longos da minha vida", lembra o craque, que ficou parado durante a indefinição.
Seu primeiro jogo foi contra o Grêmio e o Timão foi derrotado por 1 a 0 no dia 11 de novembro de 1970. Depois da estréia, a sua carreira decolou. Pelo Corinthians, fez 595 partidas e, por isso, se tornou o quarto jogador que mais atuou com a camisa alvinegra. O lateral-esquerdo Wladimir é o primeiro da lista com 803 jogos.
De todos esses confrontos, um deles é inesquecível: a final da conquista do título paulista de 1977, que acabou com a fila de 22 anos. "Aquele título marcou a minha vida no Corinthians", avalia Zé Maria, que também ganhou o regional em 79, 82 e 83. No famoso gol redentor de Basílio em 1977, Zé Maria começou a jogada sofrida que deu uma das maiores alegrias para a Fiel torcida.
E o que não dizer da histórica invasão Corinthiana ao Maracaña em 1976? Linda demonstração de amor da fiel pelo Timão, onde mesmo jogando fora de casa contra o Fluminense, a torcida alvi-negra ocupou grande parte do estádio naquela semi-final de campeonato brasileiro.
Também esteve na Copa de 1974 e, como todos que participaram da competição na Alemanha, Zé Maria voltou muito triste e abatido. Em 78, foi cortado em cima da hora por contusão e não disputou o Mundial da Argentina.
Mostrando liderança e força física dentro de campo, Super-Zé segurava os pontas adversários e ainda avançava com vigor ao ataque.
No Corinthians viveu o período inesquecível e revolucionário, conhecido como Democracia Corintiana. Ao lado de Wladimir, Sócrates e outros craques, Zé Maria ajudou a mudar um pouco a imagem do atleta profissional e a quebrar tabus do futebol.
Em 1983, foi premiado pelos companheiros de clube. Com a saída do demissionário Mário Travaglini, foi escolhido pelos outros jogadores da Democracia Corintiana para ser o novo treinador. Nesta época, Super-Zé já estava na reserva de Alfinete, lateral que ele mesmo indicou.
Estreou como treinador no dia 31 de março de 1983 no Campeonato Brasileiro. Naquela ocasião, o Timão empatou em 0 a 0 com o Vasco, no Rio de Janeiro. Fez só dez jogos no cargo. No mesmo ano, encerrou a carreira com o bicampeonato paulista.
Inteligente e humilde, Zé Maria não fazia muitos planos para sua vida depois do futebol. Viveu intensamente seu amor com a bola até o final. "Quando eu parar de vez, vejo o que eu faço. Além do mais, sou torneiro mecânico formado e gosto da profissão", dizia o lateral-direito, em 1981.
Depois disso, mudou de opinião. Aproveitando o prestígio e tudo o que a Democracia Corintiana representou, acabou seguindo carreira política. Virou vereador em 1984.
Fonte: Blog do Kildare