Corinthians tenta expor distância de organizadas e diz que confissão não muda pena na Conmebol
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Desde o incidente que resultou na morte do boliviano Kevin Espada, atingido por um sinalizador no jogo entre Corinthians e San José, o clube paulista tenta demonstrar distanciamento em relação à sua principal torcida organizada, a Gaviões da Fiel, de onde saiu o disparo. Questionado sobre os efeitos da confissão por parte de um jovem de 17 anos, associado da facção, que irá se apresentar a Vara de Infância de Guarulhos nesta segunda-feira, o departamento jurídico do clube diz que nada se altera em relação ao recurso que a equipe está
pleiteando na Conmebol.
Um dia após o incidente, na quinta-feira, a entidade que organiza a Copa Libertadores puniu o clube de forma cautelar. Os jogos da equipe no torneio terão que ser disputados sem torcida. Os corintianos contestaram a decisão e esperam obter uma resposta nesta segunda-feira.
“Para a defesa do Corinthians não muda nada. Não ajuda, nem prejudica. O recurso já apresentado ataca a falta de fundamentação jurídica”, afirmou Luiz Felipe Santoro, advogado do clube.
Desde as últimas gestões, o Corinthians tem uma relação próxima com as suas organizadas, incluindo a Gaviões da Fiel. Historicamente, os grupos políticos do ex-presidente Andrés Sanchez e do atual, Mario Gobbi, dialogam com os integrantes dessas entidades.
Após o incidente, entretanto, o clube tenta mostrar distância das torcidas organizadas. O clube não anunciou nenhuma ajuda aos 12 torcedores detidos na Bolívia desde quinta-feira. “Estão recebendo o auxílio dado a qualquer cidadão brasileiro, da embaixada”, afirmou Gobbi, na última sexta-feira.
A morte de Kevin Espada aconteceu no primeiro tempo da partida entre Corinthians e San José, da Bolívia. Desde quinta-feira, 12 torcedores corintianos se encontram detidos em Oruro. Segundo o jornal La Patria, de Oruro, o inquérito da polícia local aponta Cleuter Barreto Barros e Leandro Silva de Oliveira como responsáveis pela morte do jovem boliviano. Outros 10 foram corintianos foram indiciados como cúmplices.
O advogado da Gaviões da Fiel acredita que com a confissão do autor do disparo, os torcedores detidos poderão ser libertador na Bolívia. A polícia local, entretanto, não deu por enquanto nenhuma indicação de que isso irá acorrer.
Fonte: UOL