Promotor santista faz ameaça velada ao Corinthians por Arena: 'Temo que o time acabe'
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Por Meu Timão
Com um pouco mais de um ano de existência, a Arena Corinthians segue sendo questionada pelo Ministério Público por causa dos incentivos dados para a construção do estádio do Timão. Um dos principais articuladores das questões, o promotor Marcelo Camargo Milani voltou a falar sobre o assunto e fez uma ameaça ao futuro alvinegro.
Para Milani, que é torcedor do Santos declarado e autor da ação contra o Corinthians e a Prefeitura de São Paulo, houve uma irregularidade na transferência de recursos públicos para uma atividade privada. A Arena recebeu isenção do pagamento de ISS da obra e ainda teve a recente liberação dos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento).
"Você fez um fundo imobiliário. Para você ter o estádio você precisa comprá-lo. Como é que você vai comprar? Parte do estádio, não é só o financiamento. Tem que comercializar esses títulos. Quem vai comprar um título que está sob demanda judicial e pode ser anulado (...) Eu vejo isso como uma coisa terrível para o time. Eu temo que o time acabe por causa disso. Ele não tem dinheiro para pagar isso. Ele não é dono do estádio e tem uma dívida astronômica", declarou o promotor, em entrevista ao programa "Tá na Área", do SporTV.
Apesar da indagação do promotor, é válido lembrar que a Odebrecth já comprou uma parte dos CDIs liberados pela Prefeitura e ainda pretende comprar mais. A ação movida por Milani envolve o Corinthians, a própria Odebrecht, o ex-prefeito Gilberto Kassab, a Arena Fundo de Investimento Imobiliário e a BRL Trust (distribuidora de valores mobiliários). O promotor está pedindo uma multa de R$ 1,74 bilhão pelas irregularidades.
Essa não é a primeira vez que Marcelo Camargo Milani entra na Justiça contra o Corinthians. O promotor também está por trás de investigações contra tendas e barracas de bebidas ao redor da Arena e também questionou a Justiça contra a alteração no horário de funcionamento do metrô.
Em dias de jogos no horário da noite na capital paulista, o metrô funciona por mais alguns minutos do que o normal para atender aos torcedores. Segundo Milani, isso é tratar um evento privado como público e não deveria ser permitido. A proibição da medida prejudicaria os três grandes clubes de São Paulo, que possui grande parte do torcedores em dia de jogos dependente de transporte público.