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Especulações, verdades e mentiras sobre os naming rights da Arena Corinthians

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Por Vinícius Souza*

Protótipo da Arena Corinthians com naming rights adquiridos pela Emirates Airline

Protótipo da Arena Corinthians com naming rights adquiridos pela Emirates Airline

Reprodução

Um dos assuntos mais discutidos entre os torcedores alvinegros é a venda dos naming rights da Arena Corinthians, inaugurada em maio de 2014. Após outra temporada repleta de especulações, o Meu Timão preparou um resumo completo sobre o tema, relembrando as empresas cotadas ao negócio, valores, tempo de contrato e declarações dos personagens envolvidos.

Mas, afinal, o que são naming rights? O termo em inglês significa “direitos de uso de nome”. Em outras palavras, as corporações cedem o nome de seus estabelecimentos de espetáculos culturais (cinemas, casas de shows, teatros, etc.) ou esportivos (estádios de futebol) para uma marca ou produto.

Apesar de ainda pouco difundida, tal prática de concessão tem crescido no futebol brasileiro. A Fonte Nova e a Arena da Baixada, casas de Bahia e Atlético-PR, foram batizadas de Itaipava Arena Fonte Nova e Kyocera Arena, respectivamente, após o acordo. Já o Palestra Itália, antigo estádio do Palmeiras, passou a ser chamado de Allianz Parque.

Confira o resumão sobre os naming rights da Arena Corinthians

EMPRESAS QUE JÁ FORAM ENVOLVIDAS

Ao longo dos últimos três anos, ao menos sete empresas tiveram suas marcas citadas na venda dos direitos de nome do estádio alvinegro. Algumas chegaram a confirmar interesse no negócio milionário, enquanto outras jamais se pronunciaram. A maior preocupação dos torcedores é, sem dúvida alguma, a instituição envolvida. Isso porque a escolha afetará a maneira pela qual a Arena será conhecida e mencionada pelos corinthianos. Vamos repassar alguns dos possíveis candidatos:

Ambev

A Ambev, fabricante de bebidas brasileira, foi uma das empresas que tiveram seu nome envolvido nos naming rights da Arena Corinthians. Antes da Copa do Mundo de 2014, a companhia teria avançado nas conversas com a diretoria do clube e ofertado R$ 420 milhões por 20 anos de parceria com o estádio de Itaquera.

Em novembro deste ano, a multinacional foi confirmada como patrocinadora da festa do hexacampeonato brasileiro. A celebração ocorreria na partida contra o Avaí, no dia 06 de dezembro, no estacionamento da Arena. A expectativa da torcida era de que os naming rights fossem anunciados na data, no entanto, a cúpula alvinegra cancelou o evento.

Caixa

Patrocinadora máster da camisa do Corinthians e repassadora do empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção da Arena, a Caixa Econômica Federal possui prioridade para comprar os naming rights caso haja alguma proposta de outra instituição financeira. Segundo o portal ESPN.com.br, ela tem o direito de conhecer a empresa pretendente, ouvir a oferta e manifestar em 15 dias seu interesse pela propriedade.

Chevrolet

Em março, a montadora Chevrolet, patrocinadora da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Campeonato Brasileiro, confirmou que estava analisando uma oferta para acertar a compra dos naming rights da Arena. “Uma das propostas que temos em mãos é a do Corinthians. Não há nada decidido sobre isso. Chegou pra gente e estamos avaliando. Não há um prazo para decidirmos sobre isso”, revelou Luis Felipe, gerente de marketing da empresa.

“O que te digo é que não tínhamos isso no nosso planejamento original. Mas as oportunidades têm de ser avaliadas. Não temos nenhuma resposta ainda e não saberia nem te dizer se está perto ou longe. Tivemos algumas conversas e agora vamos ver”, acrescentou o representante. A possibilidade, porém, jamais de concretizou.

Emirates

A Emirates Airline foi uma das primeiras candidatas ao negócio. A companhia aérea teve tratativas com o Corinthians há pelo menos dois anos, mas não caminhou. Um possível acordo foi desmentido por Gustavo Herbetta, superintendente de marketing do clube. Apesar disso, alguns torcedores ainda creem que a gigante de aviões é uma forte concorrente.

“O Corinthians não tem nada acordado com a Emirates. A possibilidade é zero. O Corinthians está em negociação com outras empresas, tem um NDA (acordo de não divulgação) assinado e não pode entrar em maiores detalhes. A ideia é que se concretize ainda esse ano”, explicou Herbetta ao Meu Timão.

A Emirates detém os naming rights do estádio do Arsenal, da Inglaterra, e tem voos diários entre Dubai e São Paulo desde 2007. Em novembro, a empresa árabe operou um único voo comercial de um Airbus A380, considerado a maior aeronave do mundo, para o Brasil. O fato gerou expectativa de alguns corinthianos, que relacionaram o voo com o anúncio dos direitos de nome da Arena.

“No caso da Emirates, o que dificultou um pouco é a representatividade do mercado brasileiro para eles. Eles não tem voos suficientes para justificar isso. Só que ela não tem produto para vender aqui. Se ela tivesse dois, três, cinco voos, como tem na Europa, aí ela viria para cima do Corinthians”, acrescentou o superintendente.

Hyundai

O interesse da montadora sul-coreana de automóveis nos naming rights do sonho corinthiano foram divulgados em agosto. A Hyundai tentou reduzir o período do contrato e os valores. A pedida do Corinthians era de R$ 400 milhões por 20 anos. Além disso, a empresa teria estudado a possibilidade de se tornar a patrocinadora máster do clube paulista.

Toyota

Um vídeo do CEO da Toyota no Brasil falando sobre o Corinthians causou alvoroço entre os torcedores alvinegros. “Eles não são loucos? Então, acho que todos vão gostar da minha escolha: Vai, Corinthians! Vai, Corinthians! Não são um bando de loucos?”, disse Steve St. Angelo durante o lançamento de um automóvel.

A mensagem do executivo foi entendida como um “sinal” dos naming rights da Arena. Porém, o Meu Timão apurou o caso e confirmou que a empresa japonesa jamais esteve nas negociações para exibir sua marca no estádio da zona leste de São Paulo.

Santander

O banco financeiro foi citado como um dos atuais concorrentes ao negócio. De acordo com o repórter Marco Bello, colunista do Meu Timão, o interesse do Santander esbarra no veto da Caixa Econômica Federal, principal patrocinadora do Corinthians. Os valores e o tempo de contrato não foram divulgados.

VALORES E DURAÇÃO DA PROPOSTA

A princípio, o Corinthians estipulou que a empresa interessada deveria desembolsar R$ 400 milhões para batizar o estádio durante 20 anos. No entanto, por conta da conjuntura econômica do país, a diretoria do clube paulista estuda reduzir o tempo de contrato para cinco anos e, proporcionalmente, baixar a pedida a R$ 100 milhões.

Caso consiga fechar a venda dos naming rights por R$ 400 milhões – em torno de R$ 20 milhões anuais –, o Timão terá duas opções para antecipar o pagamento da construção da Arena. A primeira será a redução do valor da parcela do financiamento, suavizando o fluxo de caixa do clube. A segunda, diminuir o número de parcelas restantes, reduzindo o prazo da dívida, inicialmente de 13 anos, para nove.

Explica-se: o custo total da Arena Corinthians, com juros e correção monetária, está em R$ 1,15 bilhão. De acordo com o superintendente de futebol Andrés Sanchez, a diretoria corinthiana busca ceder os naming rights por, pelo menos, R$ 350 milhões, além de negociar R$ 490 milhões em CIDs (Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento).

TEORIAS E ESPECULAÇÕES

Recentemente, o presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, deu uma pista sobre uma das empresas que negociam a compra dos naming rights da Arena. Ao ser questionado sobre a nacionalidade e o idioma das corporações, o dirigente revelou: “É um que eu não entendo quase nada”.

Em novembro, o diretor de marketing do Timão, Marcelo Passos, chegou a afirmar que o acordo estava prestes a ser selado. “Falta muito pouco. Por contrato, perco o negócio se sequer citar o setor das duas empresas que estou negociando. Uma está mais perto. Não estamos nem discutindo mais a questão de preços. São pequenos detalhes”, explicou.

Por conta do atraso de quase quatro anos, o Corinthians também trabalha com a possibilidade de não conseguir a concessão do nome do estádio, palco da abertura da Copa no Brasil. “Podemos ter 100 ações rolando ao mesmo tempo em um jogo, diversas coisinhas pontuais em todos os setores, todas as propriedades da Arena”, disse Thiago de Rose, gerente de planejamento da Arena Corinthians. “Então talvez nem precise, se você trabalhar o resto, você não precisa nem de naming rights”, acrescentou.

E A GLOBO?

Criticada por não mencionar a nomenclatura correta dos estádios – a fim de não dar visibilidade a patrocinadores –, a Rede Globo não deve ser problema para o clube do Parque São Jorge. Isso porque o Timão, ao renovar o contrato dos direitos de transmissão do Campeonato Paulista, teria exigido que a emissora carioca cite o nome da empresa que adquirir os naming rights da Arena.

FESTA DO TÍTULO NA ARENA

O Corinthians aproveitaria a festa do título brasileiro, marcada para o dia 06 de dezembro, após o jogo contra o Avaí, para anunciar a venda dos naming rights da Arena. A possibilidade ganhou ainda mais força quando Marcelo Passos declarou que a celebração seria a “a maior festa que o futebol brasileiro já viu”.

A expectativa, porém, caiu por terra. No fim de novembro, o Meu Timão apurou que a comemoração não seria possível por motivos de segurança. Pessoas ligadas ao clube confirmaram o cancelamento do evento e afirmaram que o título antecipado e a goleada sobre o São Paulo já haviam entrado para a história do Timão.

Para pôr fim a qualquer ansiedade da torcida, o presidente Roberto de Andrade garantiu que os naming rights não sairiam neste ano. “Semana que vem? Zero. Nenhuma chance. Muito, muito difícil”, negou. “É uma negociação complexa, difícil, são valores altos, um negócio grande, um tempo gigante. Estamos bem otimistas”, afirmou.

EXPECTATIVA COM A KLAR

Nova patrocinadora do Corinthians, a Klar teria realizado uma proposta para batizar a Arena de Itaquera. O presidente da empresa de produtos de limpeza, Marcelo Prado, confirmou o interesse no negócio, mas reconheceu que a possibilidade de ter sucesso era mínima.

“Na verdade, existem, hoje, na mesa do Corinthians três propostas. Dois gigantes financeiros do mercado nacional, que possuem uma prioridade. Tem a primeira proposta, que tem um tempo para ser analisado, aí tem a segunda para outro grande agente financeiro e a terceira proposta é a da Klar”, revelou.

A declaração do executivo intrigou a diretoria alvinegra, que emitiu uma nota oficial a respeito do tema. “A Klar não está envolvida na negociação para os direitos de naming rights da Arena Corinthians. O processo ainda está em andamento, protegido sob cláusula de confidencialidade das empresas envolvidas”, dizia o texto.

Mais tarde, o presidente do Timão veio a público e desmentiu Prado. “Nós estamos conversando com algumas empresas sobre os naming rights sim, já faz tempo. É uma negociação um pouco complicada, pelos valores que são envolvidos, pelo tempo, enfim. Mas garanto a vocês que não tem participação nenhuma da empresa deles, zero”, disparou.

STATUS DA NEGOCIAÇÃO

Ainda de acordo com Roberto de Andrade, duas empresas estão no páreo para dar nome ao estádio corinthiano. “Estamos conversando com duas empresas, falando simultaneamente. Existe um acordo para não falarmos os nomes”, declarou no último dia 17.

Segundo o repórter Marco Bello, a empresa que comprar os direitos de nome da Arena não apenas emprestará sua marca, mas se tornará uma das sócias do fundo que gere o estádio, com direito a lucro com venda de ingressos, camarotes, visitas programadas e ações de marketing.

Além disso, o BNDES exige que a candidata tenha patrimônio comprovado no valor do dobro do patrocínio dentro do Brasil – ou seja, a corporação deve dar provas de que possui um conjunto de bens de, no mínimo, R$ 700 milhões. Hoje, o principal candidato à compra dos naming rights da casa do Timão é o Banco Santander.

CHINA?

Na última segunda-feira, o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, informou que o Corinthians estaria negociando os naming rights da Arena com três empresas da China: Alibaba (gigante do e-commerce), Baidu (segunda maior ferramenta de busca online do mundo) e um banco local. Ainda assim, a notícia não passa de especulação.

DECLARAÇÕES DO CORINTHIANS

Ao longo dos últimos anos, Andrés Sanchez, um dos responsáveis pela construção da Arena e atual superintendente de futebol do Corinthians, deu prazo para a concretização do acordo, mas jamais acertou. Por isso, o cartola mudou o tom das entrevistas e decidiu evitar dar novas datas.

“Nem meu filho sabe sobre isso. Não falo mais sobre naming rights, porque já dei prazo e atrasou. Se eu der outro prazo, vocês vão dizer que eu dei um novo prazo e não cumpri, então não falo mais sobre isso. Estamos em negociação, mas nada de concreto”, ponderou.

Ainda assim, após o último jogo do Timão na temporada, o mandatário voltou a tocar no assunto. “É mais do que a gente queria, menos do que necessitávamos. Mais do que isso (R$ 400 milhões). O Corinthians nunca falou em valores, eles foram expostos na mídia. O valor é bom, será muito bom pro Corinthians e é uma coisa que temos que nos acostumar no futebol brasileiro”, finalizou.

Presidente do Timão entre 2012 e 2015, Mário Gobbi revelou ter dado aval ao negócio em mais de uma ocasião. “Nós estivemos para fechar por duas vezes, eu assinei por duas vezes a autorização e não fechou. Faltaram coisas distintas, uma era uma empresa de fora, e outra era uma empresa aqui do Brasil”, contou no início do ano.

Apesar de negar que esteja envolvido, Sanchez foi apontado por Marcelo Passos como principal agente nas tratativas pela venda dos naming rights da Arena. “Quem cuida é o Andrés. O que o marketing está fazendo é abrir novas frentes para ele seguir negociando. O Andrés conhece muita gente do mercado e, inclusive, segue conversando com os interessados que ele próprio trouxe para a Arena. Ele que vai bater o martelo”, avisou o executivo.

Em maio, Sanchez e Ronaldo Ximenes, ex-diretor de futebol do clube, trocaram farpas pela imprensa por conta do imbróglio. “O Corinthians deixou de ter a bilheteria, perdeu aquela quantidade absurda de patrocínios que tinha e, ao mesmo tempo, quis manter um time de alta qualidade”, criticou Ximenes, que apontou o insucesso na venda dos direitos de nome da Arena como principal causa do revés financeiro.

“Com isso, consequentemente, teve um ônus no lado financeiro. É um negócio que tem risco. Porque se tivesse vendido os naming rights, teria sido maravilhoso e estaria todo mundo aplaudindo”, continuou. Em resposta, Sanchez lamentou a declaração do ex-dirigente. “Se ele fosse mais competente no futebol, a gente tinha vendido os naming rights antes. Sim, estamos atrasados, todo mundo sabe, mas poderia ter ajudado.”

*Colaborou sob supervisão de Mayara Munhoz

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