Alheio a pressões, Mano diz que vai escalar time misto sempre que necessário
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Por Meu Timão
Campeão da Série B em 2008 e do Paulistão e da Copa do Brasil no ano passado, o técnico do Corinthians, Mano Menezes, tem plena consciência do tamanho do desafio que tem pela frente na temporada 2010 – brigar pelo título inédito da Copa Libertadores da América no ano do centenário do time alvinegro.
Para tanto, o comandante corintiano assegura que vai escalar os reservas da equipe sempre que achar necessário – sobretudo neste primeiro semestre, quando o Corinthians terá de disputar simultaneamente o campeonato estadual e a competição continental.
“Vou usar todo o elenco, sem dúvida alguma”, afirmou Mano em entrevista exclusiva à
ESPN Brasil
nesta sexta-feira, em Itu (SP), local da pré-temporada do Corinthians. “O elenco é numeroso justamente por isso. Sempre que for necessário, aproveitaremos todos os jogadores à disposição.”
A garantia do treinador funciona como contraponto ao que aconteceu com um dos maiores rivais do Corinthians, o São Paulo, na última temporada. Em 2009, a equipe do Morumbi também contratou vários jogadores no início do ano, mas o técnico Muricy Ramalho cedeu às pressões e escalou o time completo na reta final do Campeonato Paulista, mesmo com jogos intercalados com as partidas da Libertadores. Resultado: o São Paulo foi eliminado dos dois torneios, e Muricy perdeu o emprego após a queda diante do Cruzeiro, nas quartas de final.
Em relação ao esquema tático adotado para esta temporada, Mano Menezes sinalizou a tendência de utilizar um homem de frente para fazer dupla com Ronaldo e mais um meio-campista encarregado de armar as jogadas – ao contrário do trio ofensivo formado por Dentinho, Jorge Henrique e o Fenômeno em 2009. “A maioria dos times da Libertadores jogam com quatro homens na defesa. A tendência é ter um cara na frente, junto com o Ronaldo, e mais um meia de ligação”, disse o treinador.
Desta forma, Dentinho e Jorge Henrique devem brigar por uma vaga no ataque ao lado de Ronaldo – e um dos dois ficará no banco de reservas. No meio-de-campo, uma vaga se abrirá para nomes como Danilo ou Tcheco, que fazem parte do pacote de contratações para 2010.
Mano Menezes não citou, com ênfase, nenhuma equipe como a principal concorrente do Corinthians na disputa pelo título da Libertadores. O técnico alvinegro citou o atual campeão Estudiantes e o vice-campeão Cruzeiro como fortes candidatos, mas não definiu um “rival a ser batido”. “Às vezes aparece algum time que pode surpreender, talvez uma equipe colombiana, como já aconteceu recentemente”, destacou. Em 2004, o Once Caldas eliminou o São Paulo na semifinal e derrotou o Boca Juniors na decisão, ficando com o inédito título sul-americano.
Ronaldo melhor em 2010
O técnico do Corinthians também ressaltou a melhor condição física do atacante Ronaldo neste início de pré-temporada, em relação ao que apresentou no ano passado. “É uma situação diferente. O Ronaldo se apresentou muito melhor agora”, garantiu. “Ele deve chegar ao nível ideal mais rápido do que chegou no ano passado.” Para ele, a equipe também deve atingir o estágio esperado um mês após a estreia no Paulistão, neste domingo, contra o Monte Azul – ou seja, no fim de fevereiro.
Questionado sobre possíveis regalias ao Fenômeno – como acontece com Adriano, do Flamengo, conforme admitiu o próprio vice-presidente de futebol do clube carioca, Marcos Braz –, Mano negou qualquer privilégio ao atacante. “Não, o Ronaldo não tem privilégio. Mas ele é um jogador diferenciado, que tem uma série de compromissos comerciais com alguns dos parceiros do Corinthians, o que traz certa tranquilidade para todos nós”, admitiu.
Em relação a outro pentacampeão mundial de 2002 pela seleção brasileira, o lateral esquerdo Roberto Carlos, Mano Menezes apontou as principais diferenças entre ele André Santos, atualmente no Fenerbahce, o antigo dono da posição na equipe paulista. “Com o Roberto, a equipe ganha defensivamente. Ele não desce tanto para o jogo, vai mais ‘na boa’. Por isso mesmo, nossos meias pelo lado esquerdo podem fazer mais esse papel ofensivo”, avalia. “O Roberto compõe mais o setor.”
Fonte: ESPN