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Nascido na estrada, torcedor paranaense dribla distância e dois empregos para seguir o Timão

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Gustavo segue o Corinthians onde quer que a equipe vá

“Com coragem e determinação, a gente pode tudo na vida”. É assim que o paranaense Gustavo Patrick Blum, de 22 anos, define a maneira pela qual segue o Corinthians há mais de três anos. Nascido em Ponta Grossa, município situado a 120 km da capital Curitiba, Blum passou a maior parte de sua vida na estrada ao lado do pai. “Me mudei aos sete anos para Centralina (MG), na divisa com Goiás, onde trabalhei também. Por conta do serviço do meu pai como caminhoneiro, demorávamos em vir ao Paraná, pois ele trabalhava nas rotas São Paulo-Belém e Belém-Rio de Janeiro. Vivi com ele viajando e, desde criança, acompanhando o movimento do Corinthians e suas torcidas em São Paulo”, conta Blum, em entrevista ao Meu Timão.

“Minha família costuma dizer que nasci na estrada, pois desde meus primeiros dias de vida já viajava (risos)”, acrescenta o corinthiano. Em uma de suas “excursões” a trabalho, Gustavo e o pai puderam sentir de perto a síntese de torcer pelo clube fundado à luz de um lampião por cinco operários do Bom Retiro.

“Me recordo que, em uma viagem, ele me deu uniforme com bola completo do Corinthians. Desde os oito anos, no Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), sempre esperávamos alguns dias para carregar o caminhão... Via a movimentação ali, reduto de corinthianos em dias de jogos e aprendia desde criança a essência de ser corinthiano”, recorda.

(Corinthians x Joinville - Arena Joinville - Campeonato Brasileiro 2015)

Apesar da “paixão à primeira vista”, Blum demorou a frequentar os estádios pelos quais o Corinthians passava. As finanças apertadas e a idade prematura, segundo ele, adiaram a relação de cumplicidade com o Timão. “Meu primeiro jogo já foi ‘perrengue’ junto com meu irmão e uma viagem, em 2011. América-MG x Corinthians, no Parque do Sabiá, em Uberlândia (MG). Era perto de onde eu morava, cerca de 120 km, mas havia o problema de ser menor de idade e ter que viajar, conseguir entrar no jogo e ainda comprar os ingressos na bilheteria”, relata.

“Fomos à cidade de carona com meu pai no caminhão e ficamos por lá na casa da minha falecida avó corinthiana, que sempre nos presenteava com uma camisa do Corinthians. Por problemas na bilheteria daquele jogo, tivemos que andar três vezes, um total de 21 km, e não conseguimos comprar os ingressos com antecedência, só em cima da hora do jogo... Tivemos problemas na entrada por sermos menores e estarmos desacompanhados. Achamos ‘pais de mentirinha’ para realizar nosso sonho e entrar no jogo (risos)”, relembra, em tom bem humorado.

Foi em 2013, porém, que tudo mudou. O retorno à cidade natal, inclusive, lhe presentearia dois dos maiores amores de sua vida. “Vim morar em Ponta Grossa, conheci minha noiva Ludimila, que, por acaso do destino, se mudou do interior de São Paulo para o Paraná e também já acompanhava o Corinthians desde criança com seu pai, associado da Gaviões da Fiel. Em um de nossos passeios de casal conhecemos a galera da Fiel Ponta Grossa Camisa 12, uma subsede oficial da Fiel Torcida Jovem Camisa 12. Me aproximei mais do Corinthians, fiz bastantes amizades e comecei a frequentar todos os jogos, toda a atividade da torcida e ir às partidas de todas as formas possíveis”.

(Vasco x Corinthians - São Januário - Campeonato Brasileiro 2015)

CARAVANAS, DIFICULDADES E ARREPENDIMENTO

A partir daquele ano, a vida de Gustavo mudou completamente. Se antes os empecilhos o faziam desistir de assistir ao Timão in loco, agora nem os dois trabalhos que mantém seriam suficientes para deixá-lo em casa. “Desde 2013, no mínimo duas vezes ao mês, a maioria dos jogos como visitante. Perdi a conta das caravanas... Com meus 22 anos, conheci mais de 20 diferentes estádios acompanhando e apoiando o Corinthians em qualquer ocasião”, afirma. “Nada é fácil, porém sempre com coragem e determinação consigo acompanhar o Corinthians em diversos lugares, pegando carona com amigos e até com desconhecidos. Viajando sozinho, acompanhado, de carro, ônibus... Seja futsal, futebol, qualquer categoria. Caravana com a subsede em Ponta Grossa, com a Fiel Curitiba, com diversas cidades em que, ao longo desse tempo, fiz amizades com a rapaziada e sempre nos fortalecem de alguma forma”, enalteceu.

Atualmente, Blum trabalha em uma agência de transporte e turismo e, após o expediente, dedica o restante do seu dia em uma lan house. Questionado sobre como consegue conciliar as caravanas com os empregos, o “louco do bando” cita o auxílio da família. “Sempre quando consigo folga na verdade não é pra descansar, mas pra ir a um jogo (risos). Mas também tenho na agência minha companheira, que sempre me apoia quando há viagens mais longas, cobre meu horário no serviço... E minha cunhada me cobre na lan house. Elas me ajudam bastante, mas costumo planejar as viagens um mês antes, às vezes até quando sai a tabela dos campeonatos, pra sair tudo certo e conseguir voltar, no máximo, no mesmo dia para a cidade e não perder o horário dos serviços”, explica.

(Corinthians x Once Caldas-COL - Arena Corinthians - Copa Libertadores 2015)

Dentre as inúmeras caravanas percorridas pelo Corinthians, duas chamam a atenção do paranaense itinerante. “Dois jogos marcantes que jamais me esquecerei de cada detalhe do dia do jogo e dos que o antecederam. Um foi em 2011, em Minas Gerais, que me marcou muito, pois foi o último dia que vi e abracei minha avó em vida. Após o jogo, fui para casa e ela veio a falecer um mês depois da minha ida à cidade”, recapitula. “E outro foi ano passado em Assunção, no Paraguai, Guaraní x Corinthians. Fui de ônibus de rodoviária, sozinho, 2.000 km ida e volta sem ter conhecimento algum sobre a cidade, o país e a língua. Pouco dinheiro no bolso e passei perrengues por estar sozinho, mas como sempre digo: graças a torcedores do Cerro Porteño (PAR) ‘La Plaza’ me encontro inteiro (risos)”, reconhece.

(Guaraní-PAR x Corinthians - Defensores del Chaco - Copa Libertadores 2015)

Indagado se possui algum arrependimento nesses últimos três anos, Gustavo é enfático. “Decepção maior é não ter corrido atrás como faço hoje em dia para ter começado a acompanhar antes”, declara o viajante torcedor, que ainda projetou a temporada do reformulado Corinthians. “Pela capacidade e confiança que eu como torcedor tenho no Tite, acredito que em todas as competições ele já mostrou que tem potencial para conquistar, qualquer uma delas, sempre com sua forma de trabalhar séria e procurando ajustar o time. Não todas no mesmo ano, mais alguma taça ele traz novamente pra nós”, finaliza.

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