Posicionamento da diretoria sobre torcida entra em linha de colisão com comissão técnica
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Por Meu Timão
O Corinthians vive uma situação delicada em seus bastidores. E tudo por conta da reunião entre membros da torcida organizada Gaviões da Fiel e alguns jogadores do elenco de futebol, realizada na quinta-feira da semana passada no CT Joaquim Grava. Após declarações de ambos os lados, ficou evidente uma diferença considerável de posicionamento entre a diretoria e a comissão técnica.
Em entrevista concedida nessa quinta, após a vitória do Corinthians sobre a Ponte Preta, na Arena, pelo Brasileirão, o presidente do clube, Roberto de Andrade, revelou ter sido o responsável por chamar os torcedores para conversarem com o elenco, que na época estava sendo alvo de críticas públicas por conta dos maus resultados. O mandatário ainda fez questão de avisar que nem jogadores nem comissão técnica têm de gostar da atitude, haja vista que ele é quem é o dono da última palavra.
"A comissão não tem que dar aval nenhum. O presidente sou eu. Se eu chamei para conversar, não chamei a comissão técnica. Chamei a torcida para conversar com os jogadores. A comissão não precisa falar se pode ou não. Eu sei o que pode", disparou Roberto de Andrade.
O mesmo discurso havia sido externado, com menos avidez, pelo diretor adjunto de futebol Eduardo Ferreira, na última segunda-feira. "Acho mais válido ser dessa forma do que eles virem à porta do CT para ficar gritando, tentando invadir, quebrando carro de jogador. Não tem problema algum recebê-los aqui. Certo ou errado, essa é uma cultura do clube", declarou o dirigente na ocasião.
O problema é que tal discurso vai de encontro com o pensamento de Tite, seus colegas de comissão técnico e boa parte do elenco. O treinador não gostou da facilidade com a qual os torcedores entraram no CT e da liberdade que tiveram para cobrar e questionar seus jogadores.
Ao longo da semana, alguns jogadores se pronunciaram sobre o ocorrido. O meia Guilherme, que não participou da reunião mas ficou sabendo do encontro pelos colegas de equipe, chegou a falar que "na minha opinião, atrapalha. Fato que é uma reconstrução. Tem que existir a cobrança, mas tem um limite".
Fato é que o Corinthians pode até ter vencido nessa quinta, mas as formas bastantes distintas como diretoria e comissão técnica lideram com a má fase vivida pela equipe no último mês ainda seguem dando o que falar.