Em resenha com ex-boleiros corinthianos, Tobias relembra invasão de 76 e angústia de Rivellino
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Por Vinícius Souza
Um dos maiores goleiros da história do Corinthians, Tobias contou com detalhes a disputa da semifinal do Campeonato Brasileiro de 1976. No dia 5 de dezembro daquele ano, o Timão, que não conquistava um título havia 22 anos, foi ao estádio do Maracanã enfrentar a chamada “Máquina Tricolor”, apelido dado ao Fluminense do craque Rivellino.
Para promover o confronto, o então presidente do time das Laranjeiras, Francisco Horta, provocou a Fiel torcida e ofertou metade da carga de ingressos ao Corinthians. O dirigente, no entanto, acabou surpreendido com a força dos corinthianos: ao menos 70 mil “loucos” saíram de São Paulo rumo ao Rio de Janeiro para acompanhar a equipe do Parque São Jorge.
“Nós nem imaginaríamos o que podia estar acontecendo, da torcida vir pro Rio de Janeiro. 500 km de São Paulo ao Rio é muito longe, né Fubá? Como é que vão 70 mil corinthianos? 15, 20 mil, como quando jogamos aqui no interior, era normal”, relembrou Tobias no episódio 05 da Resenha com Dinei e Fubá, do canal oficial do Corinthians no YouTube.
“Estamos chegando perto do Maracanã, vimos um ônibus. Falei: ‘Moisés (zagueiro), tem ônibus’. Aí passou uns quatro quilômetros, quatro quilômetros de ônibus (risos). ‘Alguma coisa tá errada, p****’”.
O time alvinegro, sem “estrelas”, era formado por: Tobias; Zé Maria, Moisés, Zé Eduardo e Wladimir; Ruço, Givanildo e Neca; Waguinho, Geraldão e Romeu. “Quando nós entramos (no gramado), foi de arrepiar. 158 mil pessoas mais ou menos, meio a meio”, frisou.
Apesar da festa da Fiel, o Fluminense abriu o placar com Pintinho. O Corinthians não sentiu o golpe e empatou o duelo antes do fim do primeiro tempo com o meia Ruço. No intervalo, a chuva que já incomodava se transformou num temporal, deixando o clássico amarrado até o término da etapa complementar. Com o 1 a 1, a classificação para a final do Brasileiro seria decidida nas penalidades máximas.
Naquele momento, Tobias virou um gigante. O goleiro do Timão defendeu duas cobranças – ou três, já que o árbitro anulou a tentativa de Rodrigues Neto, do Fluminense. Sem errar nenhum pênalti, o esquadrão alvinegro derrotou o adversário carioca e fez a multidão corinthiana viver um dia inesquecível no Maracanã.
Além do jogo histórico, Tobias revelou uma angústia de Rivellino, tido como um dos grandes ídolos do Corinthians. Em certo ocasião, o ex-arqueiro ouviu do “Bigode” a tristeza pelo meia nunca ter conquistado um título de grande expressão com o manto preto e branco. “’Tobias, eu fui tricampeão do mundo, um título inesquecível, mas tem uma coisa que eu não tenho e que você tem: eu nunca fui campeão pelo Corinthians’.”