Um dos nomes que mais se destacou com a camisa do Corinthians na primeira década do século 21, o zagueiro Betão deu aula de combate ao preconceito e à discriminação racial. Eme entrevista concedida ao portal Uol, o jogador, hoje aos 33 anos, lembrou sua passagem pela Ucrânia, quando defendia o Dínamo de Kiev, para falar sobre o racismo que ainda marca as relações sociais no Leste Europeu.

"Eu tenho dó de uma criança que nasce negra na Ucrânia. Não precisa nem nascer negra, mas que nasça com os traços negros", declarou o beque, que é negro.

Betão e os companheiros de equipe do Dínamo de Kiev tinham o hábito de visitar uma creche na cidade ucraniana para interagir com as crianças. Em uma dessas visitas, o zagueiro ex-Corinthians se deparou com um "caso raro": uma menininha ucraniana com traços negros.

"Nosso time tinha um atacante que se chamava Bangoura e era de Guiné. As crianças começaram a chamar a menininha de Bangoura. Tem necessidade isso? Não tem", lamentou o defensor.

"Esse racismo está inserido e falta a orientação de que existem outras culturas, outras etnias, outras pessoas em volta... Muitas vezes, na Europa, falta um pouco disso. O mundo precisa saber que existem outras raças em outros países", completou.

Vale destacar ainda que Corinthians e Betão voltarão a se encontrar em breve. Isso porque o zagueiro joga atualmente pelo Avaí, clube que disputará a Série A do Brasileirão em 2017. Com a camisa do Timão, o beque somou 219 jogos, marcou quatro gols e conquistou um Torneio Rio-São Paulo (2002), uma Copa do Brasil (2002), um Paulistão (2003) e um Brasileirão (2005).

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