Ministro do Esporte diverge de autoridades paulistas: 'Problema não é a torcida organizada'
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Por Meu Timão
Um dos temas mais atuais que ronda o esporte brasileiro e, mais precisamente, o futebol é a situação das torcidas organizadas. Muitos defendem o banimento dessas entidades - a exemplo das principais autoridades do estado de São Paulo. No que depender de Leonardo Picciani, atual ministro do Esporte do Brasil, porém, tal medida extrema está fora de cogitação.
Em entrevista concedida ao jornal Lance! e publicada nesta terça-feira, Picciani negou que o problema da violência entre torcedores de futebol esteja diretamente ligado a torcidas organizadas. No entendimento do ministro, o ponto-chave é uma minoria de infratores que se utilizam das uniformizadas para praticar ator ilegais e criminosos.
"O problema da violência não é a torcida organizada. O problema são os marginais que se infiltram nas torcidas organizadas para criar baderna, confusão, praticar violência e atos de vandalismo. Tenho a convicção que são a minoria de torcedores. Mas é uma minoria que causa um prejuízo muito grande para a sociedade e a maioria dos torcedores como um todo", ponderou o ministro.
A fala de Picciani vai de encontro com a postura da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, do Ministério Público de São Paulo e da Federação Paulista. Tais entidades são as principais responsáveis pelo banimento de torcidas organizadas em estádios paulistas - tal medida já dura um ano, vetando a entrada de vestimentas, faixas e instrumentos que possam identificar uniformizadas nas arquibancadas.
Na semana passada, as torcidas organizadas do Corinthians protestaram no setor Norte da Arena durante jogo contra o Internacional, pela Copa do Brasil. No dia seguinte, a Gaviões da Fiel realizou uma passeata do Bom Retiro até a porta da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo justamente para protestar contra medidas proibitivas.
"Aqueles que causam tumulto, brigam e até matam pessoas nos estádios são uma minoria específica de arruaceiros. São pessoas que não respeitam as normas de convivência, não respeitam a lei. Na verdade, é um crime que se comete. Elas têm de ser tratadas como pessoas que cometem crimes. É preciso identificar e não é difícil. E ter medidas que impeçam eles de praticar esse tipo de violência", analisou Picciani.
Em tempo: os Ministérios de Esporte e Justiça prometem trabalhar em conjunto, nos próximos meses, em busca de conscientização e punição coerente no que diz respeito aos casos de violência entre torcidas.