Gol de Romarinho na Bombonera faz cinco anos: 'Marcado na minha vida e na história do Corinthians'
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Por Meu Timão
Há exatos cinco anos, Romarinho disputava seu primeiro jogo fora do Brasil. Há exatos cinco anos, Romarinho disputava seu primeiro jogo de Copa Libertadores. Há exatos cinco anos, Romarinho marcava seu primeiro gol em um jogo de Libertadores, em seu primeiro toque na bola no torneio sul-americano. Há exatos cinco anos, Romarinho entrava para a história do Sport Club Corinthians Paulista.
Foi na noite de 27 de junho de 2012, em plena Bombonera, que o então recém-chegado e desconhecido ex-atacante do Bragantino empatava a primeira decisão da competição diante do Boca Juniors. Uma noite inesquecível para o torcedor do Timão, e que também jamais sairá de sua memória. Por meio da assessoria de imprensa, o ex-camisa 31 relembrou o momento em que recebeu o passe de Emerson Sheik e, com uma cavadinha, encobriu o goleiro Orión em frente ao setor visitante do estádio argentino.
Da chegada em Buenos Aires, passando pela jogada do gol e os comentários dos companheiros no vestiário, até à idolataria desenfreada da Fiel. Confira abaixo o depoimento de Romarinho, atualmente no El-Jaish, do Catar, sobre o momento mais marcante de sua carreira:
"Lembro da chegada à Argentina, foi bem bacana e marcante. Era minha primeira viagem internacional e, por ser final de Libertadores, muita gente esperou nosso time no hotel. À noite, eles (torcedores do Boca) soltaram muitos fogos para atrapalhar o nosso sono. Ali eu senti que seria um jogo diferente de tudo, diferente de todos que eu joguei até hoje. Um momento que ficará marcado na história do clube e na minha vida. Foi legal o clima da galera mais experiente, como Sheik, Douglas, Paulinho, Danilo... lembro também que o Julio Cesar falou comigo no dia do jogo: 'Você vai entrar e fará o gol'. Eu pensei comigo 'Eu nem vou entrar'...
...Mas foi uma coisa de Deus, tive a chance de entrar. Ele chamou, eu olhei e perguntei: 'Eu mesmo?' (risos). Eu estava nervoso por causa do jogo, o time estava perdendo. O Tite, então, falou que eu entraria no lugar do Danilo. Mas eu pensei comigo: 'Vai tirar o Danilo? Um dos mais importantes do time, que responsabilidade entrar no lugar dele'. Aí falei com o Sheik (como havia pedido o treinador) e fui para beirada do campo. Depois saiu a bola do Paulinho, eu fiz o facão, e o Sheik deu para mim. Na hora, eu poderia chutar forte ou dar a cavadinha. Eu vi o goleiro caindo e tive a felicidade de fazer o gol. A arquibancada explodiu lá em cima (no setor dos visitantes)... ficará marcado para mim e na história do clube.
No vestiário todo mundo ficou brincando, o Tite passou cumprimentando um por um, como sempre ele estava sério. O Douglas, o Liedson, o Fábio Santos sempre brincando, e eu pensando: 'Mas foi um empate, né?'. Mas aquele empate, na verdade, foi o título. Se vem para o Brasil com o Boca vencendo, poderia ser outro jogo, pois argentino é catimbeiro... não sabemos o que poderia acontecer. Mas com o empate ali, todo mundo brincando e se divertindo... pensei: 'Já fomos campeões, todo mundo brincando desse jeito'. Não lembro se foi o Liedson ou o Douglas, um deles chegou em mim e disse: 'Você nem sabe o que fez' (risos). Eu estava no meu canto, tinha acabado de chegar. Foi muito bacana.
Foi o início de tudo, fazer o gol numa final de Libertadores... comecei com isso a crescer no Corinthians, passei a ser reconhecido. A chegada em São Paulo foi legal, a torcida esperando a gente no CT, depois ali caiu a ficha: 'Isso é Corinthians mesmo, coisa de outro mundo'. Nunca tinha passado por isso, ficará marcado na minha vida.
Acho que a ficha ainda não caiu, onde eu vou o torcedor fala desse gol, não tem explicação para mim. Sempre passo no CT, tenho meus amigos lá, os funcionários, sempre brinquei com todos ali dentro, gosto daquele clima, ali é Corinthians, não tem muita explicação".