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Fagner fala sobre fazer história no Corinthians, revela papo com Léo Príncipe e manda recado à Fiel

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Fagner já tem 208 jogos, sete gols e dois títulos pelo Corinthians

Fagner já tem 208 jogos, sete gols e dois títulos pelo Corinthians

Meu Timão / Larissa Lima

Fagner é um dos líderes do atual elenco do Corinthians. A tarja de capitão em alguns jogos é apenas um detalhe diante das inúmeras vezes que foi escolhido por Fábio Carille para dar aquele último incentivo ao grupo no vestiário. Um privilégio que foi conquistado, entre outras situações, por suas quatro temporadas no Parque São Jorge - apenas Cássio, Walter e Danilo estão a mais tempo.

Em entrevista exclusiva ao Meu Timão, concedida no CT Joaquim Grava, o lateral-direito falou da identificação que tem com o clube e com o torcedor alvinegro. "Fazer história no clube que gosta e foi criado é um privilégio que poucos têm no mundo", afirmou. O jogador também contou detalhes de sua chegada em 2014, segundo ele, "para fechar uma história que tinha ficado aberta (em 2006)".

Como não poderia ser diferente, Fagner falou também sobre o atual momento da equipe no Brasileirão, na possibilidade de ser bicampeão nacional pelo clube que o revelou, da ansiedade que virá pela frente, de como os mais velhos acalmam e aconselham os mais jovens, além da conversa que teve com seu substituto natural, Léo Príncipe.

Carille, recordes, entendimento do torcedor na Arena, defeitos e virtudes da equipe e DNA vencedor do clube foram alguns outros temas abordados com o lateral-direito, que deve ser um dos 23 de Tite na Copa do Mundo da Rússia. Acompanhe abaixo!

Henrique, o Fagninho, no colo do pai no início da entrevista

Henrique, o Fagninho, no colo do pai no início da entrevista

Meu Timão / Larissa Lima

Leia a entrevista de Fagner ao Meu Timão na íntegra

Meu Timão: A equipe bateu inúmeros recordes no primeiro turno. Mas o que é possível melhorar? O que você viu de errado que é possível consertar?

Fagner: Difícil falar de cabeça, mas eu sei que a gente não pode entrar na zona de conforto, achar que está bom. Temos de achar algo a ser melhorado, dia a dia, para não se acomodar. O problema do ser humano é esse: se ele acomoda, acaba perdendo tudo aquilo que foi construído.

O Corinthians usou apenas 25 jogadores no primeiro turno. Por que isso ocorreu? O que mostra um dado como esse?

Eu vejo tanto como organização, quanto preparação. Nós tivemos Pablo lesionado, Jadson...mas se olhar durante o ano, tivemos poucos que saíram da equipe por isso. A gente sabe que o campeonato é longo, são 38 rodadas. Mesmo diante disso, ter uma organização para usar poucos atletas é um bom sinal. Assim, você repete padrão, prepara bem todo mundo.

Foram apenas 33 amarelos em 19 jogos. O que leva a isso?

Se está bem organizado, você não precisa fazer a falta. Se tem uma organização, uma compactação dentro de campo, você não faz uma falta desnecessária. Eu vejo muito por esse lado. E também quero elogiar o árbitro contra o Sport (Wagner Reway), que deixou o jogo correr, as duas equipes procuraram jogar futebol sem cavar falta. A gente vê que o futebol brasileiro tem margem para crescimento. Cabe aos atletas, aos árbitros e a todos envolvidos ajudarem para aumentar a qualidade.

Daqui a pouco é bem provável que seja iniciada uma espécie de contagem regressiva pelo título. O fator ansiedade entrará em campo, algo que não ocorreu no primeiro turno. Como foi administrar esse momento em 2015 e como trabalhar isso este ano?

Eu acredito que seja natural do ser humano, vai chegando em determinado momento e ele queira logo concretizar o objetivo. Mas temos de levar da maneira mais natural possível, como eu venho falando. Nós temos a ideia de pensar no próximo adversário, jogo a jogo. Se a gente ficar ansioso, querendo resolver logo, você acaba se prejudicando. Acaba deixando de fazer bem as coisas. É começar o segundo turno bem, como foi o primeiro, buscando vencer, ter nível bom de atuação, para que a gente possa ter o mesmo padrão de atuação.

O Brasileirão é disputado desde 1971. São raros os jogadores que foram bicampeões, inclusive no Corinthians. Como você enxerga essa possibilidade de ser um deles, já que também conquistou há dois anos?

Eu ficaria muito feliz de ter esse privilégio de conquistar em 2015 e, se tudo correr bem e der certo, concretizar este ano. Para minha carreira seria importante, eu que sou um jogador formado pelo clube, eu que vi algumas conquistas de pequeno, eu sonhei muito com isso. Fazer história no clube que fui criado, que comecei minha vida profissão, é um privilégio que poucos atletas no mundo tem. É um privilégio fazer história no clube que gosta, que foi criado e tem gratidão por ele. Então, fico feliz e espero conquistar mais um.

Você subiu para a equipe profissional em 2006. Lembra como foi aquele tetracampeonato brasileiro no ano anterior?

A gente torcia, a gente sabe que o profissional bem, as coisas ficam boas para a base. As coisas caminham junto. A gente torcia para que tudo desse bem, para que a gente pudesse ter chance. É melhor subir com tudo estruturado, a chance de dar certo é maior.

Já é quarta temporada no Corinthians. Imaginou que ficaria tanto tempo? Como se sente com tamanha identificação com o clube?

Primeiro me sinto privilegiado por estar num dos maiores clubes do Brasil, com a estrutura que tem, a potência que se formou na marca Corinthians. Quando eu vim para cá, em 2014, era para ficar um ano por empréstimo. Eu queria reconquistar o torcedor pela maneira que eu saí não ter sido muito clara, por muitos acharam que eu estava errado. Tanto que, quando eu retorno, eu uso a camisa 35. Era meu número em 2006, eu achava mesmo que tinha ficado uma história aberta. Quando eu concretizo, quando acerto por quatro anos, eu decido usar a camisa que sempre gostei (número 23). Eu sentia necessidade de encerrar aquele ciclo. Eu saí novo, não foi da maneira que eu esperava. Eu queria retribuir isso. Agradeço ao torcedor que, no fim de 2014, me abraçou. Eles passaram a ter essa identificação comigo, que é muito forte. Sem dúvida, sou um privilegiado.

O Emerson Leão falou com raiva na época da sua saída, o clube estava num momento conturbado. Ficou alguma mágoa de alguém? Você acha que o Leão errou na maneira que ele falou? Alguma rusga com ele?

Jamais. Quando eu voltei ao Brasil, pelo Vasco, jogamos contra o Goiás. E eu fiz questão de ir abraça-lo, para agradecer a oportunidade, foi ele quem abriu as portas para mim. Pessoas que passam na nossa vida e temos gratidão, a gente não pode virar as costas ou deixar de agradecer. Ele me deu a chance, viu que eu tinha potencial, e só temos a agradecer.

Fagner chegou em 2014, com Mano Menezes no comando

Fagner chegou em 2014, com Mano Menezes no comando

Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Quando você chegou em 2014, havia uma clara deficiência na marcação. Dá para dizer que essa sua melhora defensiva foi fruto do trabalho do Mano, do Tite e até do Carille, que treinava a defesa quando era auxiliar?

A gente deve gratidão a todos. Quando eu vim para cá, eu tinha alguns conceitos. Aí, o Fábio (Carille), o próprio Sylvinho (ex-lateral, que trabalhou como auxiliar)... eu sempre perguntava a eles sobre meus jogos, o que dava para melhorar, vim de cabeça aberta para aprender e tentar evoluir. Eles me ajudaram bastante em conceitos, ideias. Com o passar do tempo, você por si consegue enxergar onde melhorar. Tite chegou depois e me cobrou bastante também.

Dos titulares, apenas Gabriel e Pablo chegaram este ano. O que essa identificação e tempo de casa dos demais ajudam nessa boa campanha no Brasileirão?

Você conhecer o clube e a maneira que o torcedor pensa, sem dúvida, é muito bom. A gente sente quando perde um jogo, quando não joga bem, o que torcedor pensa e sente, a gente pensa e sente também. Quando perdemos, eu vou para casa e não consigo dormir, pensando no que poderia ter feito de melhor. Muitos têm história no clube, e a gente quer ter uma história vencedora dentro do Corinthians, porque a gente sabe a grandeza desse clube, queremos fazer o nosso nome, nossa história. Isso é legal de saber que todos têm essa história.

O Corinthians conquistou dez títulos nos últimos dez anos. O que esse status vencedor ajuda numa campanha assim?

A pressão por título vai existir em todas as temporadas. Querendo ou não, o Corinthians está acostumado a grandes jogos, às decisões. Por você ter atletas que estão há bastante tempo no clube, essa pressão de "meu primeiro título, "meu primeiro..." não existe. Você tem a tranquilidade de fazer normal. Se isso ocorrer, a chance de a coisa dar certo aumenta ainda mais. Você se prepara bem para o jogo, e entra da forma mais natural possível. Isso vai de cada atleta.

O torcedor na Arena está acostumado com o jogo mais pragmático e metódico do Corinthians. O que esse torcedor doutrinado, vamos chamar assim, ajuda vocês dentro de campo?

É importante. A gente sabe que no começo alguns não gostaram tanto, é normal e natural. Mas, com os resultados chegando, os torcedores olhando a equipe bem sólida, sofrendo pouco, o torcedor passa a entender. Ele sabe que, você toca uma bola para trás não para atrasar a jogada, e sim, para achar o melhor caminho para o gol. Ele começou a ter essa leitura que não é só para frente que se ataca, você ficando com a bola, a chance de fazer o gol é maior. Eles (torcedores) entenderam que tem de defender se tá ganhando de 1 a 0. Tem de se defender? Tem de se defender! E acabou. Não adianta atacar que nem louco, e se expôr para tomar um, dois gols. Eles entendendo isso, aumenta a parceria com o time.

Léo Príncipe e Fagner, os dois laterais direitos do Timão

Léo Príncipe e Fagner, os dois laterais direitos do Timão

Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

O que pode falar sobre o Léo Príncipe, que é seu substituto natural?

Cara, eu acho o Léo um menino fantástico. A gente concentra junto, temos uma amizade, gosto muito dele. O que eu acho mais legal, e já disse isso a ele, é o seguinte: quando o Fagner não jogar, seja o Léo Príncipe. Não tente ser o Fagner. Ele tem de jogar com as qualidades e defeitos dele, isso eu falei numa das vezes que fui para a Seleção Brasileira. Eu fico feliz de, uma forma ou de outra, ajudá-lo a crescer. Tenho certeza que seu futuro é brilhante.

São diversos jogadores da base no elenco profissional. O Carille sempre cita você, Jadson e como alguns dos caras que conseguem controlar um pouco esses jovens. Como está sendo essa convivência com eles?

São meninos bons, dentro e fora de campo. O Arana é o mais bagunceiro, digo de zoeiro, brinca com todo mundo. Mas vamos controlando (risos). Os demais são tranquilos, a gente tenta deixá-los à vontade, para que voltem a mostrar o futebol deles na equipe de cima, para que eles entendam a dinâmica no dia a dia do trabalho. Todos ganham com isso.

E o extracampo? Quando sobe aos profissionais, o mundo dos jovens se transforma...

É difícil opinar sobre a vida de outras pessoas. Quem sobe, descobre muitas coisas, mas é claro que a gente quando você um atleta tomar um caminho diferente, temos a liberdade de juntar dois, três, quatro mais experientes e conversar: "Não é assim", "Cuidado"... a gente tenta ajudar da melhor maneira para que ele (jovem) entenda que isso ou aquilo pode prejudicar a carreira ali na frente.

Fábio Carille era auxiliar quando Fagner retornou ao clube

Fábio Carille era auxiliar quando Fagner retornou ao clube

Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Quando chegou ao clube, em 2014, o Fábio Carille era auxiliar. Agora, como treinador, o que pode falar sobre ele?

Eu imaginava que ele pudesse ter esse sucesso. Não da maneira rápida, de a gente estar fazendo história, desse lance da invencibilidade, mas eu sabia que ele organizaria a equipe, e que faria uma equipe bastante competitiva. Com certeza. Esse mérito é dele. O Fábio conscientizou que todos têm seu mérito, todos são importantes. Fico feliz de poder ajudá-lo, e de poder presenciar esse início da carreira dele.

Por fim, qual o recado que você mandaria para o torcedor do Corinthians?

Apenas pedir para que continue nos ajudando, apoiando como sempre faz. Porque, dentro de campo, vamos buscar sempre o melhor como já fizemos no primeiro turno.

Veja mais em: Fagner.

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