Quem vê o currículo de Cássio imagina que, por já ter atingido a consagração, seu melhor momento tenha passado. No entanto, mesmo decisivo na Libertadores e Mundial de 2012, Mauri Lima, preparador de goleiros do Corinthians, acredita que seu desempenho atual é o melhor desde que desembarcou no Timão. O segredo tem sido a preparação e o foco do camisa 12.

"Esse ano está sendo bem diferente de todos os outros. Ele chegou com o peso abaixo e trabalha no limite. Nós o condicionamos e ele, por si próprio, faz a parte dele no extracampo, se corrigindo a cada dia. Temos mantido uma regularidade nesse ano acima do normal. É melhor que todos os anos de Libertadores, Brasileiro e Mundial. É fantástico em relação à parte técnica do que pensamos que o goleiro pode ter", analisou, em entrevista ao UOL Esporte.

Sendo assim, Cássio melhorou alguns aspectos que já dominava no ano em que chegou no clube. A saída de gol, por exemplo, muito marcada pela defesa contra Diego Souza, do Vasco, na Libertadores, evoluiu. Grande, o arqueiro espera o máximo que pode para tomar uma decisão, mesma estratégia adotada no histórico desvio que manteve o Corinthians vivo na competição continental.

"O goleiro preparado e concentrado nas cobranças do dia a dia, vai ter facilidade de executar (o treinado). Cobramos no dia a dia: 'não se atira, não se joga, espera'. Se sai na bola em diagonal caindo, o cara tira (rival chuta) por cima. Há gols que eles veem dos outros goleiros e comentamos: 'se tivesse ficado parado, a bola bateria'. Sempre é esperar com os dois pés no chão. Como ele é rápido e tem envergadura fantástica, a chance da defesa existe. O mundo está caindo, mas espera", disse Mauri.

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Além de manter o que já fazia bem, Cássio tem trabalhado muito para melhorar suas deficiências. Não é novidade para a torcida corinthiana que, em grande parte de sua trajetória com a camisa alvinegra, ele tem dificuldade com os pés. Em 2017, no entanto, é o arqueiro com melhor índice de lançamentos certos no Brasileirão.

"Tivemos uma melhora grande. A dificuldade no início era nítida. Há a dificuldade por ser um goleiro grande e fazer a mudança de direção e a coordenação disso. O cara mais baixo tem facilidade. Se o jogo oferece a oportunidade para o trabalho com os pés, ele está fazendo. Se vai ter perigo de tomar um gol por trabalho com os pés, é melhor tirar a responsabilidade. Temos tido um ganho na reposição, em baixo e em cima, de acerto no jogador que queremos (lançar). Tem de acertar dentro de uma referência que colocamos de um metro para cada lado do alvo", destacou o preparador.

Junto do trabalho com os pés, muito se falava dos erros de Cássio na saída de gol. Mesmo alto, o goleiro enfrentava dificuldade para afastar cruzamentos e muitas vezes era surpreendido por estar mal posicionado ou errar o tempo de bola. O fator foi outro bastante trabalhado e de visível melhora na atual temporada.

"Desde janeiro, não me lembro de errar alguma saída de gol. Acredito que houve um gol que erramos, no Paulista, mas vejo um crescimento muito grande nisso. Estando dentro do peso, com uma condição boa de pernas e com agilidade maior, ele chega mais fácil. Tem confiança e sabe que vai chegar. Como ele é um goleiro alto, se baterem fechado é dele. Os batedores estão tirando mais. O goleiro tem de sair na bola que é dele. Não pode arriscar o gol aberto", concluiu Mauri.

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