Por dívidas da Arena Corinthians, Roberto de Andrade refuta mudança em preços de ingressos
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Por Meu Timão
A Fiel teve um papel importante no caminho do Corinthians ao título do Campeonato Brasileiro de 2017. No sábado anterior ao último clássico contra o Palmeiras, que terminou com uma vitória de 3 a 2 da equipe alvinegra, 32 mil torcedores compareceram em um treino aberto na Arena em Itaquera. Muito destes, inclusive, conseguiram seu primeiro contato ao estádio com a oportunidade. Com isso, os valores dos ingressos e a falta de poder aquisitivo de muitos corinthianos para frequentar a casa do Timão se tornaram pauta.
A situação foi contextualizada pelo presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, que não vê uma mudança na tabela de preços dos bilhetes da Arena em Itaquera tão cedo. O grande complicador da situação é a dívida pela construção do estádio, onde a arrecadação proveniente dos jogos não passa pelos cofres do clube e segue destinada diretamente ao fundo de investimento que paga as obras. A renda média da casa do Timão segue em R$ 1,7 milhão por partida.
“Talvez a maioria da pessoas que estavam lá naquele sábado não tenha acesso ao estádio. A maioria não tem como. No futebol a gente pode fazer o preço que for. Já estamos em dificuldade para saldar as contas da Arena, não é a hora de mexer no valor do ingresso. Do jeito que está, segue em uma condição boa. Tem um desconto, apesar do valor de face, o Fiel Torcedor tem um desconto que nós disponibilizados. Futebol tá muito caro, gostaria de colocar o ingresso por R$ 10, mas a gente não consegue fazer isso. Desse jeito já estamos em dificuldade de saldar dívidas junto a Arena”, comentou ao programa Seleção SporTV.
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O processo para quitar a Arena em Itaquera segue longe de seu fim. Recentemente, o clube do Parque São Jorge tentou renegociar o financiamento do estádio com a Caixa Econômica – responsável pela garantia junto ao BNDES. Contudo, as partes não chegaram a um acordo. Segundo Roberto de Andrade, o time segue com o pagamento das parcelas do empréstimo de mais de R$ 400 milhões.
“Estamos cumprindo o que nós acordamos. O que pagamos é o BNDES, estamos cumprindo. Os valores da construtora ainda não venceram, já estamos conversando para que facilite o pagamento ao longo dos anos, mas ainda não venceram”, explicou o presidente, citando a dívida com a construtora Odebrecht, responsável pelas obras da Arena Corinthians.
O fim do pagamento das dívidas do estádio em Itaquera não foi visto com otimismo pelo presidente do Timão. Para ele, apenas a venda dos naming rights do estádio aliviaria a situação. O Corinthians segue tentando negociar os direitos de nome de sua Arena desde fevereiro de 2012 e não tem tido sucesso na procura.
“Eu acho que demora (para quitar a Arena), se a situação ficar como está. Se a gente conseguir vender o naming rights do estádio a situação muda bastante. Ou quitaria ou ficaria muito próximo do fim”, comentou Roberto. “Acredito que em dez ou 15 anos, já tenhamos quitado essa Arena. Quando for 100% e não tiver nenhuma dívida, o trabalho muda muito. Se o dinheiro da bilheteria viesse para o clube seriam R$ 50 milhões a mais, ajuda bastante”, finalizou.