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Ao Meu Timão, Andrés Sanchez detalha tentativa de vencer a quinta eleição seguida no Corinthians

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Andrés Sanchez concedeu entrevista em seu escritório político na zona leste de São Paulo

Andrés Sanchez concedeu entrevista em seu escritório político na zona leste de São Paulo

Meu Timão / Larissa Lima

Em outubro de 2007, vitória no Conselho Deliberativo para assumir como presidente de forma interina após a renúncia de Dualib. Em fevereiro de 2009, na primeira eleição direta da história do clube (votos dos associados), um novo triunfo e mais três anos de mandato. Em fevereiro de 2012, foi hora de eleger o sucessor: Mário Gobbi Filho. Em fevereiro de 2015, foi a vez de garantir Roberto de Andrade no cargo. Agora, dez anos após o primeiro pleito no Corinthians, Andrés Sanchez tenta vencer a quinta eleição consecutiva no dia 3 de fevereiro de 2018.

E a tentativa do deputado Federal, que prometeu tirar licença do cargo em Brasília em caso de vitória, acontecerá em meio à críticas fervorosas de dois dos candidatos (Romeu Tuma Jr. e Antonio Roque Citadini) e a debandada de antigos companheiros da chapa Renovação & Transparência, que resolveram se juntar em torno da candidatura de Felipe Ezabella. "O que eles fizeram? Me mostra uma coisa que algum candidato fez pelo Corinthians? Atacar pedra é fácil", desabafa Andrés.

CANDIDATOS AO MEU TIMÃO:
Antonio Roque Citadini: "O Corinthians é o Corinthians e basta"
Felipe Ezabella: "Clube ainda é muito dependente da receita de TV"
Paulo Garcia: "Clube precisa ter um plano diretor de dez anos"
Romeu Tuma Júnior: "Não faço promessas, assumo compromissos"

Essa foi apenas uma das declarações do candidato da situação que, recentemente, surpreendeu ao anunciar duas mulheres como vices da chapa. Naming rights, dívidas do clube e da Arena Corinthians, categorias de base, precificação dos ingressos, experiência após dez anos da primeira participação... Andrés Sanchez falou muito mais ao Meu Timão.

Acompanhe os principais trechos da entrevista exclusiva

Andrés Sanchez tentará ganhar a eleição no Corinthians pela quinta vez

Andrés Sanchez tentará ganhar a eleição no Corinthians pela quinta vez

Meu Timão / Larissa Lima

Por que a decisão de tentar retornar ao cargo de presidente do Corinthians?

Não foi minha a decisão. O grupo se reuniu várias vezes no meio do ano e, por todo problema político que está tendo dentro do clube, se eu não aceitasse ser candidato ia ter muito mais divisão. Então, me mostraram esse cenário e falaram que o único capaz de apaziguar politicamente o clube era eu, pela minha história, pelo que eu já fiz no clube… foi uma decisão do grupo.

É um Andrés diferente daquele que venceu a eleição para o "mandato-tampão" após a saída do Dualib, em outubro de 2007?

Tenho dez anos a mais. Agora é diferente, né? Mas sempre procurando defender e fazer o melhor pelo clube. Talvez de uma maneira que muitos não acham correta, mas procurando ser o mais correto possível com o clube e defendê-lo em qualquer situação. Estou mais maduro, tenho uma experiência muito maior como presidente do Corinthians. Então, algumas coisas que eu fiz no passado eu não farei, e coisas que eu não fiz, farei. O principal é defender e fazer o melhor possível para o clube.

Em relação à marca, o que pode ser feito? O que pode ser melhorado?

Institucionalmente o Corinthians deu uma parada. Está ganhando campeonato, rende bem tecnicamente, mas institucionalmente falando deu uma parada. Então, temos que remontar tudo isso e começar o balanceamento. A função do presidente eleito é ganhar título e trazer mais torcedores ao Corinthians. Em sete, oito anos, temos que ter a maior torcida do Brasil.

Uma das reclamações dos torcedores é a falta de transparência. É possível melhorar isso?

Voltará no primeiro mês! Todo mês será colocado um balanço no site do clube. Isso é o mínimo que se pode dar aos torcedores. Não tem nada a esconder. Precisamos ser o mais transparente possível. Não foi o dirigente quem não quis mais fazer (sobre a divulgação do percentual dos direitos econômicos de cada jogador). A FIFA proibiu terceiros terem parte econômica dos atletas.

Qual sua opinião sobre a atual gestão?

Em três anos, dois Campeonatos Brasileiros e um Paulista? Parabéns ao presidente! Com acertos e com erros. O que todo mundo vê são os campeonatos e, nos últimos dez anos, ganhou tudo. Então, a administração do clube está de parabéns pelos dez anos que fez. Alguns erros, alguns acertos. O maior erro que cometemos foi não terminar o CT da base, o que eu espero que no ano que vem aconteça.

Você brigou contra um possível impeachment do Roberto...

(interrompendo) Se o clube tivesse feito impeachment naquela época seria danoso e o Corinthians levaria dez anos para se recuperar. O presidente não havia cometido crime, tinha errado, como qualquer um de nós. O impeachment foi um ato político, mas não justo. O clube se dividiu tanto que hoje qualquer um se acha no direito de ter o poder. E, às vezes para ter o poder, não se pode brigar com todo mundo. Tem que se trabalhar politicamente.

Você tinha algumas ressalvas...

(interrompendo) Tinha e tenho. O presidente tem que falar "sim" e "não" todos os dias, e não acerta todas. Mas não estava com dolo, tenho certeza que o impeachment seria cruel para o clube.

Andrés falou como pretende equacionar as dívidas do clube e da Arena

Andrés falou como pretende equacionar as dívidas do clube e da Arena

Meu Timão / Larissa Lima

A dívida do clube aumentou. Como manter um time forte e consertar as finanças?

Tem que baixar a dívida e aumentar a receita. Ou aumentar a dívida desde que faça o mesmo com a receita. Não pode 50% x 50%. Para um real de dívida, tem de arrecadar dois. E, hoje, está basicamente pau a pau. E isso é ruim porque dá muito problema ao fluxo de caixa. Um clube de futebol não pode distribuir receita, então, tem ganhar campeonato, ter estrutura, fazer patrimônio e pagar as contas em dia. Não dá para deixar do jeito que está. Como eu falei: se deve 200, tem de arrecadar 400. Se você deve 400 e não consegue arrecadar R$ 800, tem de abaixar a dívida.

Em relação aos jovens da base, qual é o percentual que você acha aceitável?

O ideal seria 100%, mas isso é impossível. Então, tem de ser o máximo possível. E não tem mínimo. Mas isso não depende Do presidente, depende mais do treinador. Se o treinador olhar que a base como está se olhando hoje, talvez suba dois, três jogadores. Seria importante, sem dúvida.

O clube precisou se livrar de parte de direitos econômicos por dívidas com agentes. O que...

(interrompendo) Eu vendi cinco jogadores, o restante não foi o Corinthians que vendeu. Quando você vai fazer um contrato, os jogadores pediram até 40% dos direitos econômicos. No segundo contrato, ele pedia mais 20%, 30%. Então, em dois contratos, já saia com 50% dos direitos econômicos para ele. Tem uns cinco, seis que eu vendi, o Mário (Gobbi, seu sucessor) deve ter vendido uns dois. Mas o resto a negociação era assim. Agora o cara para renovar o contrato está pedindo R$ 1 milhão de luva, e não sabe nem se vai ser jogador de futebol ainda. Recentemente, o Corinthians perdeu três jogadores porque não queria dar um milhão de luva. Tem o lado bom e o lado ruim (da lei Pelé).

O clube tem cerca de 15 jogadores emprestados. Dá para minimizar isso?

Queriam ter um Corinthians B, C, D… Todo jogador que estourasse na base, você mandava para lá. Jogador que você contratou e não conseguiu se adaptar ao time principal, você manda para lá. Nem todo jogador que contratamos vai se dar bem. Às vezes o jogador que sobe da base tem um tempo de maturação diferente. Se criticava o Everton Ribeiro para caramba, e depois de algum tempo ele virou duas vezes o melhor jogador do Brasil...e saiu da base. O Danilo (Fernandes), todo mundo reclamava dele no gol, hoje é titular do Internacional. O que eu posso fazer? Se você assistir ao último jogo do Marquinhos contra a Ponte Preta, antes de ir para a Roma, quase mataram o treinador e ele. E depois que virou o Marquinhos, todo mundo falou: “Nossa, olha o que perdeu!”. Então é difícil. O futebol é aquilo que dá certo. Eu sou a favor de um time B, mas como tem muitos times menores no Brasil, talvez você precisava ter um time B. Vamos emprestando jogadores para esses times, alguns temos que pagar salários e outros os caras pagam o salário, depende da negociação. Mas é uma maneira de você colocar o jogador na vitrine para jogar, amadurecer e depois voltar para o Corinthians, ou poder fazer uma negociação externa.

A Arena é um sucesso de público. A questão nos dias dos jogos está resolvida. É possível fazer mais eventos lá?

É uma necessidade e nós ainda não temos experiência e cultura de fazer certos eventos num estádio de futebol. Mas o pessoal está aprendendo, e o Corinthians está amadurecendo muito rápido. Acredito que em dois, três anos, vai faltar espaço lá para fazer evento. Mas, hoje, nós estamos muito a pé, mas mês a mês melhorando.

E o sistema da venda de ingressos? O que pensa sobre a Omni?

A Omni foi muito importante para o Corinthians. Todos os funcionários que tem lá orientando, quem paga é a Omni, todo investimento quem fez foi a Omni. Hoje, o Corinthians fica com 60% e a Omni com 40%. Mas não é 40% de lucro, porque ela tem de pagar 150 funcionários, tecnologia… Tem um monte de burocracia, mas às pessoas não entendem, ficam criticando. É óbvio que a gente tem de melhorar, mês a mês crescer, e isso nós vamos fazer rapidamente, seja com a Omni ou não.

Você acha possível fazer um acordo melhor com a empresa?

Se eu pedir 95% para o Corinthians desde que eu pague todas as contas, a Omni com 4%, 5% fica contente. É questão de negociação.

Sócios-torcedores com direito a voto para presidência. É a favor ou contra?

Eu sou a favor, mas vai levar anos, não é uma coisa cultural. Vai crescer, vai amadurecer e ir aprendendo. Mas eu acho que o futuro é esse.

Como você analisa a dívida da Arena? O que é possível ser feito para resolver?

O Corinthians está em dia, está pagando. O problema é: o estádio custou R$ 985 milhões. Houve problema com os CIDs, que atrasou três anos e meio. Houve problema com as (estruturas) temporárias da Copa do Mundo, que a Prefeitura não honrou aquilo que estava combinado e o Corinthians teve de assumir. Então, esse tipo de coisa é que saiu um pouco do planejado. Eu era assessorado juridicamente externo e interno, tinha engenheiro, arquiteto, economista… Não fui eu que decidi fazer assim. Foi toda uma conjuntura que chegou a esse número. O país em 2012 era um país onde a crise financeira atingiu todo mundo. Então, tudo isso afeta. Mas o torcedor pode ter certeza que resolveremos tudo. Não é um problema, é uma solução. Vai se adequar tudo certinho, tudo o que foi feito na Arena foi passado pelo Conselho, todo mundo sabia. Não adianta ficar reclamando agora, porque todos sabiam desde o primeiro dia. Pode se fazer melhor daqui para frente, vamos tentar fazer melhor. Mas o maior patrimônio do Corinthians é a Arena. Não só tecnicamente, mas como patrimônio realmente. Nós já temos nossa estratégia. Se nós assumirmos já sabemos o que tem de ser feito. E vai ser rapidamente resolvido. Eu sou contra alargar o pagamento. Eu sou contra. Se isso acontecer é mais juros. Nós temos que pagar. Temos 12 anos para isso.

Você acha que o tempo do naming rights passou ou ainda há tempo de recuperar?

Nós não temos uma cultura de batizar o nome dos estádios, começou isso há dois, três anos. Tenho certeza que daqui a cinco anos vai ser uma coisa cultural no Brasil. Nos Estados Unidos, isso já tem 50 anos. Na Europa, 20 anos. Ainda não estamos acostumados, mas estamos aprendendo tudo isso. É o futuro, porque as Arenas estarão com empresas colocando o nome.

Sobre a política de ingressos, acredita que está com valores bons ou ruins...

(interrompendo) Estádio tá vazio ou tá cheio?

Está cheio...

(interrompendo) Isso é óbvio. A média é 35 mil pessoas. Está ruim? 70% do estádio? Problema é preço? Problema é horário, próprio é que jogo, se é feriado… tem vários fatores que fazem o estádio estar cheio ou não. Não é preço, não está caro. Hoje o Fiel Torcedor na Sul e na Norte não paga R$ 33. Você vai jantar em qualquer restaurante, vai no parque com o filho e paga a mesma coisa no estacionamento. Podia ser de graça? Sim, mas não dá.

O que pensa sobre o Parque São Jorge? Alguns candidatos falaram que está um pouco largado...

(interrompendo) Isso é política! Todos os candidatos foram diretores do clube, uns mais fortes e outros mais fracos. Por que eles não fizeram? O que eles fizeram? Me mostra uma coisa que algum candidato fez pelo Corinthians? Atacar pedra é fácil. Que a diretoria ficou mais focada no futebol que no clube, é verdade. Temos de achar um meio termo nisso. Nós precisamos melhorar muita coisa no Parque São Jorge para que se viva em harmonia, como melhorou nos últimos dez anos.

É possível fazer algo na Fazendinha para render dinheiro?

É complicado. Tem de passar pelo Conselho, pelos sócios… fazer uma arena multiuso ali seria o ideal. O Parque São Jorge tem 320 mil metros quadrados. Acho que 150 mil metros para os sócios já era o suficiente. E no outro faria uma Arena multiuso. Mas são ideias e projetos que o tempo dirá se irão se concretizar ou não.

Qual recado você daria para o torcedor corinthiano e para o associado?

O associado e os caras que vão votar já me conhecem. Os mais velhos, desde garotos. Os mais novos, me conhecem há mais tempo e sabem que tenho erros, acertos, mas poucos fizeram o que eu já fiz pelo Corinthians. Eu não tenho que sair falando o que eu vou fazer, porque eles já sabem.

Veja mais em: Andrés Sanchez e Eleições no Corinthians.

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