Teixeira diz que Corinthians não terá estádio e quer que a abertura seja em Minas
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O presidente Ricardo Teixeira, da CBF, já sinalizou ao Ministério do Esporte e ao governo Dilma Rousseff que a abertura da Copa-2014 deve ser em Belo Horizonte, não em São Paulo.
Apesar de o ministério não confirmar e de a CBF ter se recusado a abordar o assunto, aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e do presidente corintiano Andrés Sanchez afirmaram ao blog que ambos já foram informados da intenção de Teixeira, que tem o respaldo da Fifa.
Depois de ter recebido a notícia, Andrés passou a atacar a Fifa e agora suas relações com o presidente da CBF não são mais as mesmas. Teixeira justificou-se a Andrés dizendo que não tem como defender a abertura do Mundial em São Paulo e no futuro estádio do Corinthians porque ele não ficará pronto para a Copa das Confederações, em 2013, e a cidade não poderá ser testada como sede antes da Copa-2014, pois não cogita usar o Morumbi ou mesmo o Pacaembu.
Ao Ministério do Esporte pediu para priorizar os investimentos na infraestrutura de Belo Horizonte, recado passado também ao ex-governador e senador Aécio Neves (PSDB-MG), antes de este ter sofrido um acidente na última sexta-feira. As maiores preocupações não são com o Mineirão, que está sendo refeito, mas com a rede hoteleira na cidade e com o aeroporto de Confins. Quase 2 bilhões de reais deverão ser injetados em Minas, entre investimentos públicos, especialmente dos governos estadual e federal, e privados, que devem corresponder a menos de 20% do total.
Apesar de ter decidido ajudar na reforma e construção dos estádios da Copa, exceção feita aos particulares, caso das arenas de Atlético-PR, Corinthians e Internacional, o Fielzão ou Itaquerão, como já é conhecido o futuro estádio corintiano, só será viabilizado contando com dinheiro público.
A Prefeitura de São Paulo deve dar incentivos fiscais para a construção do estádio superiores a 400 milhões de reais. Já a ajuda da União viria via BNDES, que deve dar financiamento de mais de 300 milhões de reais para a Odebrecht, a construtora responsável pela obra.
A arena do Corinthians pode ultrapassar a casa de 1 bilhão de reais, embora Andrés insista que o custo não ficará em mais de 700 milhões de reais.
Sobre a remoção e reposicionamento dos dutos da Petrobras, que “atrapalham” o início das obras, já que estão situados bem no terreno do futuro estádio em Itaquera, a estatal continua a dizer que serão necessários 30 milhões de reais e que não arcará com os gastos. Andrés nega o valor, mas apresenta cifras contraditórias, que variam de 2 milhões a 7 milhões de reais para mexer nos dutos.
Para o governo Geraldo Alckmin, a intenção da CBF de não fazer a abertura da Copa em São Paulo é velha, por isso o Estado reluta em canalizar investimentos para o Fielzão. Alckmin não é contrário a construção da nova arena, mas o PSDB acreditava que o Morumbi poderia receber o Mundial e até chegou a fazer investimentos nos arredores do estádio. Fifa e CBF, porém, foram contrárias a ideia e não pararam de atacar e criticar o estádio são-paulino devido, principalmente, às pendengas políticas entre Teixeira e a direção do clube paulista.
Mas para setores do PSDB a questão é ainda mais séria. Teixeira teria se aliado ao governo federal na tentativa de enfraquecer o partido em São Paulo, dando mais força aos mineiros e estimulando novo racha interno no partido de Alckmin e José Serra.
E com tudo isso São Paulo vai ficando relegado a segundo, ou melhor, terceiro _ou até quarto, quinto, sei lá_ plano para o Mundial de 2014. O que nem acho errado, apesar de ser a principal cidade do país. O que acho errado é a forma como tudo está sendo conduzido desde que o Brasil ganhou o direito de ser a sede da Copa.
Lá se vão mais de três anos, pouquíssima coisa foi feita até agora, a tendência é haver um corre-corre danado e, com ele, os gastos vão lá para cima para alegria de muita gente que pode faturar bastante _e certamente vai_ com o Mundial. Coisas do Brasil…
Enviado por: Patricia Bernardo