Promotor detona eleição que tornou Andrés presidente do Corinthians: 'Nenhuma credibilidade'
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Por Meu Timão

Eleição presidencial do Corinthians aconteceu no último mês de fevereiro
Rafaela de Oliveira/Meu Timão
Responsável por apresentar junto ao Ministério Público de São Paulo uma denúncia de fraude na eleição presidencial do último mês de fevereiro no Corinthians, o promotor Paulo Castilho viu com bons olhos a conclusão dos trâmites judiciais. Na última segunda, a Justiça de São Paulo converteu a ação em multa para a empresa organizadora do pleito.
Em conversa com a imprensa nesta terça, Castilho classificou como vitória do MP-SP o registro em inquérito policial de evidências que deslegitimariam a eleição na qual Andrés Sanchez e a chapa Renovação & Transparência se saíram vencedores.
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"Ouvimos os investigados, colhemos provas de testemunhas e chegamos à conclusão dessa investigação, desse inquérito policial, em que a audiência confirmou o que o Ministério Público tinha manifestado anteriormente, que a eleição não teve nenhuma credibilidade", disparou o promotor, presente constantemente em assuntos ligados a futebol.
"Não foi garantido o sigilo, a lisura do pleito, porque a própria investigação apontou uma série de evidências, de fatos que tiram a credibilidade. Não tem nenhuma credibilidade essa eleição. Na parte criminal, alcançamos o intento, que era o inquérito policial", disse.
Como já havia se tornado público nessa segunda após o resultado da audiência em Juizado Especial de São Paulo, a empresa Telemeeting foi multada em R$ 5.7 mil a serem pagos pelos funcionários Andrea Mosiici, Enrico Dal Buono e Gabriele Bartolucci. Nenhuma pessoa ligada ao Corinthians teve envolvimento provado na confusão que marcou a eleição no clube.
"Não temos, nos autos, nenhuma prova de que algum candidato participou disso. O que temos é que essa eleição é inexistente. Seria como fazer um exame e, ao invés de um médico usar uma tomografia, ele tirar uma foto sua. A eleição foi uma brincadeira de má-fé com o associado", finalizou Castilho.
Vale lembrar que uma investigação feita por empresa contratada pelo próprio Ministério Público já havia, no último mês de julho, apontado diferença de 25 votos entre e o material apurado e a lista de assinaturas dos sócios que participaram do pleito. A eleição terminou em pancadaria e confusão generalizada dentro e fora do Parque São Jorge instantes após o anúncio da vitória de Andrés Sanchez e sua chapa.
O processo criminal, cabe destacar, não tem qualquer interferência no resultado da eleição. Somente uma ação na esfera cível ou uma mobilização interna de sócios e conselheiros do Corinthians poderia colocar em xeque o mandato de Andrés Sanchez como presidente.