Valor fixo de patrocínio do BMG é o menor do Corinthians no Século 21; relembre antigos acordos
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Por Vinícius Souza
Oficializado há menos de duas semanas, o contrato de patrocínio máster entre Corinthians e Banco BMG renderá ao clube ao menos R$ 12 milhões fixos por temporada. Em suma, o menor valor embolsado pelo Timão no Século 21 e inferior até mesmo à quantia do ano em que disputou a Série B do Campeonato Brasileiro – cabe ressaltar, claro, que não é no valor fixo anual pago pelo BMG a principal expectativa do Corinthians com lucros nesta parceria (leia mais abaixo).
A marca de refrigerante norte-americana Pepsi foi a primeira patrocinadora máster do Corinthians neste século. Foram R$ 20 milhões colocados pela companhia no Parque São Jorge por ano. Hoje, a contar pela inflação, esta mesma quantia seria de R$ 63,2 milhões.
Já no início de 2008, recém-rebaixado à segunda divisão do campeonato nacional, o Corinthians acertou com a Medial Saúde, que topou investir em torno de R$ 16,5 milhões para ter sua marca estampada no peito do uniforme alvinegro de janeiro a dezembro daquele ano. O valor corrigido pela inflação é de pouco mais de R$ 30 milhões.
O Timão, portanto, para efeito de comparação, ganhou mais dinheiro com a propriedade em 2008 do que irá faturar em 2019 levando em consideração o acordo recém-firmado com o BMG.
Plano de metas
Fundado em 1930, o banco mineiro não tem a visibilidade proporcionada pela parte frontal da camisa corinthiana como principal alvo. A intenção da empresa é, junto ao time de futebol, impulsionar a abertura de novas contas online, por meio da futura plataforma Meu Corinthians BMG.
É aí que o departamento de marketing do clube vê lacuna e, consequentemente, chance de aumentar sua arrecadação. Metade dos lucros oriundos da parceria será redirecionada aos cofres corinthianos, transformando o Timão numa espécie de sócio do BMG.
Ainda assim, há quem entenda que o valor mínimo do negócio, de R$ 12 milhões, está longe do ideal para uma equipe do porte do Corinthians, com mais de 30 milhões de torcedores e constantemente presente nas transmissões de futebol. O rival São Paulo, por exemplo, embolsa quase o dobro (cerca de R$ 23 milhões) do banco Intermedium, seu patrocinador máster desde maio do ano passado.
Enquanto aposta na força da Fiel para lucrar com o BMG, o Corinthians vê parte da torcida questionar a aliança. Muito em razão da falta de transparência da alta cúpula do marketing, que não deixou claro a origem dos R$ 30 milhões adiantados pelo banco à agremiação. Somente no último sábado, em entrevista coletiva, o presidente Andrés Sanchez detalhou a operação:
- a quantia já depositada pelo BMG é composta pelas duas primeiras parcelas do patrocínio máster (2019 e 2020, de R$ 12 milhões cada) mais R$ 6 milhões de lucros futuros. O período do acordo é de cinco anos, com revisão comercial prevista para o fim de 2020.
“As grandes empresas não querem colocar nome da camisa, a Caixa era peito, costas e barra. Hoje, com tudo, temos 29 milhões. Estão mudando o tipo de patrocínio, a Sul-Americana passa só na internet. Esse ano será R$ 30 milhões e no ano que vem o torcedor vai definir o que vier”, enfatizou Andrés.
Leia também: Oposição no Corinthians alerta para possível risco de reembolso ao BMG e cobra transparência
O Corinthians negocia ainda outras duas propriedades de sua camisa: mangas e axilas. O departamento de marketing, numa previsão pessimista, entende que o uniforme do time passará a valer R$ 42 milhões antes do fim de 2019, o deixando atrás apenas do arquirrival Palmeiras, impulsionado pelo patrocínio recém-renovado da Crefisa – a equipe alviverde tem a possibilidade de abocanhar mais de R$ 400 milhões até 2021.
“Tirando o Palmeiras, ninguém tem a camisa mais valiosa do que o Corinthians”, conclui Sanchez.
Relembre os últimos valores de patrocínio máster do Corinthians
- Pepsi (2000): R$ 20 milhões (R$ 63,2 mi nos dias atuais)
- Samsung (2005): 9 milhões de dólares, equivalente a R$ 16,3 milhões (R$ 34,1 mi nos dias atuais)
- Medial Saúde (2008): R$ 16,5 milhões (R$ 30,3 mi nos dias atuais)
- Batavo (2009): R$ 18 milhões (R$ 31,3 mi nos dias atuais)
- Hypermarcas (2010): R$ 38 milhões (R$ 63,2 mi nos dias atuais)
- Caixa Econômica (2012): R$ 30 milhões (R$ 44,3 mi nos dias atuais)
- BMG (2019): R$ 12 milhões