Jair Ventura aceitou comandar o Corinthians em setembro de 2018. À época demitido recentemente do rival Santos, o técnico topou o desafio de conduzir o Timão na parte final da temporada, às vésperas de uma semifinal de Copa do Brasil. Uma missão da qual não se arrepende de ter dito “sim”.

Entrevistado do programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, Jair recordou os últimos episódios de sua breve passagem pelo Parque São Jorge. O treinador afirmou que, embora já sentisse que não teria vida longa no clube, manteve rigorosamente o mesmo trabalho até o dia de sua demissão, em 3 de dezembro.

“Esse foi um momento muito marcante negativo. Se você perguntar para todo mundo que ficou, o meu profissionalismo foi o mesmo. Lógico, a gente acompanha tudo por vocês e a gente estava vendo toda a situação. Ainda faltavam cinco ou seis jogos, o que é mais preocupante, e eu fui a mesma pessoa e me orgulho muito disso”, declarou Jair Ventura.

“Fui só com meu auxiliar, a gente falava, vamos tocar da mesma maneira, com dignidade, profissionalismo, os mesmos treinos, a mesma preleção, o mesmo treino em sala. Fiz tudo da mesma maneira mesmo sabendo de tudo que estava acontecendo”.

Jair estreou à frente do Corinthians na tarde de 9 de setembro, contra o Palmeiras, em pleno Allianz Parque. A equipe alvinegra, ainda órfã de Fábio Carille, acabou derrotada pelo placar de 1 a 0. Por outro lado, o time conseguiu segurar o Flamengo no Rio de Janeiro e venceu os cariocas por 2 a 1 na Arena, avançando à decisão da Copa do Brasil.

“Depois que passa, hoje, dois meses depois, falo: 'Como é que você conseguiu fazer uma situação dessas?'. A gente amadurece, a cada dia você aprende, a cada dia você amadurece. Foi um amadurecimento profissional e pessoal incrível pela situação toda”, acrescentou o ex-comandante do Corinthians.

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Contratado para a vaga de Osmar Loss, Jair durou somente 19 partidas no Timão, sendo quatro vitórias, seis empates e nove derrotas. Os maus resultados aumentaram a pressão sobre ele à medida que o presidente Andrés Sanchez reatou relacionamento com um dos empresários de Carille. No fim das contas, Fábio acertou sua rescisão no Al-Wehda e retornou à agremiação antes da virada do ano.

Questionado se teria se arrependido da decisão de treinar o Corinthians, Jair assegura que não: “Falam: 'Pô, você foi vice!'. Fui vice deixando para trás 78 times. São 80 times numa Copa do Brasil. Era uma oportunidade e muitas vezes a gente aprende com nossos amigos, tenho companheiros de trabalho mais experientes que tiveram chances de ir para grandes clubes e aquela chance bateu uma vez e não voltou mais. Acontece”, justificou.

“De repente era uma chance de eu trabalhar no Corinthians. Não era o que eu queria, mas vou ter que fazer pela grandeza do Corinthians. E não me arrependo, não me arrependo”.

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