O empate de 0 a 0 entre Corinthians e Santos, no clássico disputado no fim de tarde deste domingo na Arena, em Itaquera, pelo Campeonato Paulista, foi a melhor exibição do Timão na atual temporada. E isso serviu de gatilho para um forte desabafo de Fábio Carille.

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Tudo porque, não coincidentemente, o Corinthians teve nos últimos dias sua primeira semana cheia (só de treinos) na temporada. E conseguiu, após os trabalhos intensivos no CT Joaquim Grava, desempenhar um futebol superior ao do líder geral do Paulistão.

"Sem dúvida foi o melhor jogo do Corinthians na temporada. As chances que o Santos teve, na maioria foi em erros nossos de saída. Eles jogaram no contra-ataque. Saio muito satisfeito. Sobre essa questão de tempo... Tenho escutado que o nível do futebol brasileiro não está legal, e não está mesmo, mas passa muito pelo calendário", declarou.

"No jogo contra o Racing busquei muitas coisas, eles não têm Estadual, fazem praticamente cinco ou seis jogos por mês, aqui fazemos oito ou nove. Até o jogo contra o São Bento eu não fiz um treino decente para cobrar dos meus jogadores, foi tudo na base da conversa e recuperação. A qualidade dos jogos, para a televisão vender um produto melhor, para o torcedor ver um jogo melhor, passa pelo calendário. É muito ruim você ver o jogador 'pô, tenho que jogar outra vez'. Porque cansa, não prepara direito, não treina. Tivemos uma semana boa para trabalhar, e acho que estamos no caminho certo", completou.

Na sequência, Carille ainda projetou uma melhora do nível do futebol brasileiro em caso de menos aperto no calendário de competições. Isso não só para jogos do Corinthians...

"A tendência é ser melhor, com melhor preparo físico. O campeonato não está legal. Se os times tivessem mais tempo, estariam melhor. Não é só o Corinthians. Acho que o ideal são seis jogos por mês. Uma quarta com jogo e outra não. Acredito que se tiver isso, o torcedor e vocês vão acompanhar jogos melhores", discorreu.

Logicamente, o calendário não é a única justificativa para as dificuldades encontradas por Carille neste início de segunda passagem pelo Corinthians, mas é um fator importante na análise do rendimento ainda aquém do esperado:

"Eu percebo que falta tempo de trabalho. Falei no início que não tinha feito um trabalho decente para depois cobrar dos jogadores. Muitos jogadores chegando, outros machucados no início. São vários fatores. Se tivesse mais tempo de trabalho, o rendimento poderia ser melhor", definiu o comandante alvinegro.

Sem tempo para descansar (e treinar), o Corinthians já viaja nesta próxima terça-feira para Fortaleza, onde enfrente o Ceará quarta-feira pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil.

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