Dupla do Corinthians cita falta de união e critica planejamento da equipe de vôlei do Corinthians
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Por Rafael Bianco, no Parque São Jorge
A temporada do Corinthians/Guarulhos ficou completamente aquém do esperado. Com um bom início, a equipe chegou a figurar entre as oito primeiras da competição, mas caiu de rendimento e só se livrou do rebaixamento no último sábado, quando venceu o São Judas e garantiu a permanência na Superliga em 2019/20.
Dentro do elenco, porém, a sensação é de um certo incômodo com o rumo da equipe, que ainda nem tem como garantia a permanência da parceria entre Corinthians e Guarulhos para a continuação do projeto. É o caso do ponta Diogo, que demonstrou a sua infelicidade e garante que nem mesmo ele sabe se permanece na equipe.
"Fazer um balanço da temporada depois de uma vitória talvez esconda um pouco algumas escolhas e comportamentos que tivemos errados durante a competição. Todo clube passa por suas dificuldades, nós tivemos as nossas e não soubemos superá-las. Tivemos a ausência do Riva (Rivaldo), eu acabei jogando como oposto improvisado, mas acho que poderíamos ter ido melhor", disse o jogador em entrevista ao Meu Timão, após o jogo deste sábado.
"Acho que a gente poderia ter se superado, ter sido um grupo um pouco mais unido, mas não deu. É um aprendizado e espero que as coisas mudem para a próxima temporada. Não sei se eu fico ou como vai ser, mas espero que as coisas tomem outros rumos, que façam escolhas melhores, em todos os sentidos, e que tenha um time forte, porque o Corinthians merece", finalizou o ponta.
Um dos grandes pilares desta equipe desde o início do projeto, Serginho já ganhou tudo que disputou no vôlei. O líbero criticou o planejamento para a temporada e afirmou que com o investimento feito pelo Corinthians, fica impossível brigar lá em cima.
"Faltou orçamento. É difícil fazer uma Superliga e jogar contra time que custa 12 milhões, é muito complicado, não tem como. Nossa ideia era ficar entre os oito e não conseguimos. Ainda perdemos o Rivaldo no meio da competição e é muito difícil ficar sem oposto. Você pega um time que custa um milhão e vai jogar contra time de doze, não vai ganhar", disse Serginho também ao Meu Timão após a partida.
O líbero ainda complementou a fala, reforçando o discurso de que o rendimento não foi o esperado. Na temporada passada, por exemplo, o Timão fez uma boa temporada na competição, com 11 vitórias e 13 derrotas, participando das quartas de final, números bem diferentes dos atuais, no qual terminou com seis vitórias e 16 derrotas
"Acho que a gente fez o que tinha que fazer, mas dava pra ter entrado entre os oito. Só que por conta de algumas contusões e jogadores que não renderam o que tinham que render a gente acabou pagando o preço. É lógico que mesmo entrando entre os oito dificilmente passaríamos para as semi. Temos que ser realistas, é muito complicado", adicionou.
Para o veterano, no entanto, mesmo com os resultados não agradando, tudo está no caminho certo. Ele acredita que o fundamental é o projeto, que apresenta uma nova possibilidade para diversas pessoas, trazendo o vôlei como uma chance principalmente na vida de crianças.
"Mas é assim mesmo, o projeto é importante, o voleibol dentro do Corinthians respira. Usamos o esporte como projeto de inclusão social e a nossa proposta é vencer títulos, mas o importante é termos bons exemplos para as crianças se espelharem. Precisamos trazer essas crianças pro esporte, porque ganhamos o título hoje e amanhã já esquecemos, temos que usar o vôlei como arma de inclusão social", completou o líbero.
No final, quando perguntado sobre a sua continuidade na equipe, mesmo dentro ou fora de quadra, o líbero fundamental para o projeto não quis responder, mas deixou um sentimento no ar de que pode estar chegando próximo ao momento de parar de jogar.
Com o fim da disputa da Superliga, o Corinthians/Guarulhos entra de férias.