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Fischer fala sobre jogar no time do coração, novo elenco do basquete e apoio da Fiel durante lesão

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Fischer retornou aos jogos do Timão depois de nove meses afastado

Fischer retornou aos jogos do Timão depois de nove meses afastado

Beto Miller/Ag. Corinthians

Ricardo Fischer é armador do Corinthians desde a temporada passada. Mas sua, ainda que curta, trajetória no clube não começou fácil. Logo após a sua chegada, o jogador sofreu uma grave lesão e precisou ficar nove meses afastado das quadras. O retorno aconteceu no último dia 7 e foi marcante para Fischer.

"Foram oito meses e 24 dias parado. A sensação de voltar é muito boa, voltei parecendo uma criança. Quase não dormi na noite anterior. Durante o aquecimento, o jogo, eu estava me divertindo. Lógico que eu sabia que não estava nem perto de minhas melhores condições, mas eu estava feliz por estar ali, eu tenho que ajudar a equipe. Naquele dia eu me diverti, aproveitei o momento, porque antes eu sofri bastante", relembrou o armador, em entrevista exclusiva ao Meu Timão.

Fischer rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito e precisou passar por cirurgia. A lesão aconteceu após uma pancada em partida contra o Flamengo, no NBB 2018/19, em novembro do ano passado. A temporada só estava começando e o basquete ainda não tinha conquistado a Fiel. Por isso, o armador não esconde a surpresa com a apoio da torcida do Corinthians no período que ficou parado.

"Essa parte me surpreendeu muito, porque quando eu me machuquei o time ainda não tinha pegado a torcida. Os jogos ainda tinham pouca gente, poucos jogos televisionados também. Então, eu não tive muito desse contato direto, a torcida não me assistiu jogando. Mas foi incrível, todos os jogos que eu acompanhava o time, sempre todos os torcedores vinham até mim e perguntavam 'Como você está?', 'Quero que você volte logo', 'Estamos esperando você'", contou.

"Até dentro do clube mesmo, eu estive sozinho me cuidando em muitos horários e sempre que me viam perguntavam como eu estava, quando ia voltar, e isso foi muito bom, é muito gratificante. É um projeto que eu nem estava jogando quando a torcida abraçou realmente, quando o amor da torcida corinthiana voltou, mas eu senti esse carinho e sinto mais ainda agora. Fico muito feliz quando vejo a torcida, em cada parte das coisas que faço, me ajudam a evoluir", completou.

Passado o longo período de recuperação, Ricardo se preparou junto do reformulado elenco do Corinthians para a segunda temporada do basquete alvinegro. O início já agrada: são quatro jogos e apenas uma derrota, justamente no primeiro jogo sem Fischer e alguns dos reforços para o ano. O armador ressaltou as mudanças no grupo entre uma temporada e outra.

"Teve uma grande mudança, nosso time ficou mais jovem, mais físico e com mais peças. Acho que a diretoria foi muito inteligente junto com o Bruno, montou um grande elenco. Nossos objetivos esse ano são muito maiores. O Corinthians não entra só para jogar um campeonato, o Corinthians entra com o objetivo de ter títulos, e esse elenco tem total condição de disputar todos os títulos, que são Paulista, Sul-Americana e NBB. Acho que o elenco está muito forte e coisas boas estão por vir", ressaltou o confiante armador.

A entrevista ao Meu Timão, que durou cerca de 20 minutos, ainda abordou o atual preparo físico do armador, a importância da Fiel na fase de recuperação, sua paixão pelo Corinthians e a união do atual elenco. Confira abaixo mais sobre o papo com Ricardo Fischer.

Ricardo Fischer abriu o coração para a reportagem do Meu Timão

Ricardo Fischer abriu o coração para a reportagem do Meu Timão

Beto Miller/Ag. Corinthians

100% para a nova temporada?

Ricardo voltou no jogo contra o Bauru, segundo do Timão na temporada. Até agora, atuou em três partidas. Seu tempo de quadra vem evoluindo, assim como seus números. O armador, porém, assume que não está 100% e que ainda sente dores.

"Como foi minha segunda lesão, tive que tirar uma parte do meu patelar, então eu ainda sinto um pouco de dor, meus treinos estão sendo bem adaptados, ainda não posso treinar loucamente porque ainda sinto um pouco de dor. Agora começaram os jogos então para mim ainda fica um pouco pesado, mas se for ver minha evolução do primeiro jogo para o de ontem (terça-feira, contra o Paulistano), eu já tive uma grande evolução tanto física, de aguentar o jogo, quanto as dores no joelho. O staff todo do Corinthians está fazendo um grande trabalho para que cada dia eu evolua um pouco mais".

Sequência emocional pesada na carreira

A lesão sofrida com a camisa do Corinthians foi a última de uma série de tombos na carreira do atleta de 28 anos. Em 2016, o jogador se machucou pouco antes da Olimpíada no Brasil - ele estava, no que considera, o auge da sua trajetória. Depois disso, fez uma temporada mediana no Flamengo e se transferiu para a Europa. Por lá defendeu as cores do Bilbao, da Espanha, mas foi dispensado após troca de treinador. O convite do Corinthians veio logo depois e, então, a lesão que o tirou nove meses de quadra.

"Muita gente escreve, fala que faz parte, que pode acontecer isso, só que é muito difícil. Desde 2016 até agora foram três anos bem duros emocionalmente e claro que profissionalmente. Foi um ano que dois, três meses antes eu me machuquei um pouco antes da Olimpíada, eu estava no auge da minha carreira, um dos meus melhores momentos, e eu acabei tendo essa lesão. Logo depois eu fui pro Flamengo, tive várias lesões musculares, foi uma grande decepção não poder contribuir da melhor maneira que eu gostaria lá. Depois eu sai do país, foi tudo muito rápido, a mudança de país, de técnico, time, depois eles acabem me demitindo. Foi uma época que fiquei meio perdido em tudo que estava acontecendo, reflexivo, comecei a me questionar se era realmente capaz", contou.

"Minha família e meus amigos foram sensacionais, me deram todo o apoio e eu acabei voltando pro Brasil. Fiz um grande trabalho com Ratinho, que hoje é do Flamengo, um trabalho de me preparar para a próxima temporada. Aí veio o convite do Corinthians, foi onde eu vi o momento de voltar para minha cidade e ficar perto da minha família. Foi realmente o momento que eu me encontrei mentalmente, eu estava muito feliz de estar jogando, me diverti em quadra, até a lesão. Essa lesão mexeu muito comigo, fiquei muito triste, me questionei muito, pensei 'O que eu estou fazendo? O que está acontecendo? Porque comigo mais uma vez?'. Mas meu amor pelo esporte me fez voltar, o carinho das pessoas, as mensagens, me surpreendeu tanto. Isso me fez querer voltar, ser mais forte, jogar bem, me divertir, mas até hoje eu paro para pensar e foram três anos extremamente difíceis, que eu fiquei por muito tempo muito mal. Hoje estou mais consciente, para meu corpo mesmo, o que eu tenho que fazer, como me preparar, mas foram três anos, sem dúvida, muito difíceis mentalmente", completou.

Sofrimento por não poder jogar no NBB 2018/19

Com a lesão logo no início da disputa do NBB, Ricardo Fischer acompanhou a boa campanha do Corinthians de longe das quadras. A equipe chegou até as quartas de final, perdendo para o Flamengo, que foi o campeão da edição. O desempenho foi o melhor de uma equipe estreante na história do NBB. Apesar de não poder atuar, o armador ia em todos os jogos e acompanhava do banco, quase como um membro da comissão técnica. E a missão não foi fácil.

"Foi bem complicado (ficar de fora), mas eu sabia que eu fazia parte do grupo. Eu sabia que eu tinha que ajudar de alguma forma, eu tinha uma visão boa do jogo e de fora você tem outra visão de tempo, então eu tentava de qualquer maneira, dava uma dica ou outra, para ajudar e tentar buscar a vitória. Eu sabia que não podia estar dentro de quadra, mas no final eu quase coloquei o uniforme e fui jogar. É muito difícil ficar de fora, nessas situações a gente vê o que o técnico sofre, porque você tenta ajudar, dar dicas, mas nada se compara a você entrar e fazer do seu jeito, como você está vendo que pode ser feito. Foi bem complicado, mas o grupo fez uma grande temporada, principalmente para um início de projeto. No nosso primeiro jogo tinha 50 pessoas no ginásio, o jogo do Flamengo já eram sete mil pessoa. É uma coisa muito boa que o time conquistou, o time inteiro está de parabéns. De fora eu sempre tentava ajudar", explicou.

Elenco atual na Arena Corinthians

Elenco atual na Arena Corinthians

Beto Miller/Ag. Corinthians

Mais sobre o novo elenco para a temporada 2018/19

O elenco do Corinthians para a temporada conta com 12 jogadores: Guilherme Teichmann, Wesley, Anthony, Douglas Santos, Humberto, Felipe Vezaro, Daniel, Nesbitt, Tracy, Fuller, Arthur Pecos e, claro, Fischer. Desse time, sete não estavam no time do ano passado.

"Teve uma grande mudança, nosso time ficou mais jovem, mais físico, e com mais peças. Ano passado foi uma grande correria para montar o elenco, tivemos que ir rápido atrás de jogadores no mercado e um início de projeto as pessoas não confiam tanto, alguns jogadores preferiram outros times, eu entendo porque já vimos alguns projetos que começam e depois de um ano já acabam. A gente fez uma pré-temporada de dez dias só, foi tudo se atropelando. Nesse ano o Corinthians montou um grande elenco, tem 12 jogadores de alto nível, quando vemos um jogo como o de ontem (contra o Paulistano), a gente estava atrás no terceiro quarto e tivemos físico para buscar. Esse era o momento do jogo que a gente já estava cansado assim, mas com esse elenco a gente ganha muito mais no físico para dar o bote final. Acho que a diretoria foi muito inteligente junto com o Bruno, montou um grande elenco. Nossos objetivos esse ano são muito maiores, o Corinthians não entra só para jogar um campeonato, o Corinthians entra com o objetivo de ter títulos, e esse elenco tem total condição de disputar todos os títulos, que são Paulista, Sul-Americana e NBB. Acho que o elenco está muito forte e coisas boas estão por vir".

Apesar da quantidade de reforços, o elenco parece ser muito unido. Nas redes sociais, a torcida pode acompanhar diversas cenas dos jogadores juntos - até mesmo em jogos do futebol na Arena Corinthians. Fischer contou que, apesar do pouco tempo, a química entre os atletas já faz a diferença.

"Com certeza somos unidos. Todos os jogadores que vieram eu já conhecia, só não tinha jogado junto. Mas, veio todo mundo com o mesmo propósito, de disputar títulos, de querer melhorar, acho que isso deu uma química muito grande. A gente é realmente muito unido, a gente se fala quase o dia inteiro quando não está treinando, é um zoando o outro, brincadeiras, quando acaba o jogo a gente tenta sempre sair para jantar juntos, a gente fica unido e com certeza isso reflete dentro da quadra. A gente joga um pelo outro, fica feliz pelo outro. A gente sabe que no basquete cada um vai ter seu momento, temos que estar alegres, felizes e dispostos a lutar pelo outro e fazer o outro jogar bem. Acho que em pouco tempo a gente já deu essa química e isso vai fazer uma grande diferença para nossos objetivos", finalizou.

O amor pelo Corinthians e a chance de defender o seu time do coração

Apesar da longa experiência no basquete, Fischer vive uma novidade em sua vida: a chance de vestir a camisa do seu time de coração. O armador contou que é torcedor do Corinthians desde criança e que não pensou duas vezes quando recebeu o convite do clube.

"Sou corinthiano. Desde de pequeno, minha família inteira é corinthiana, então isso ajuda um pouco", disse.

"Como faz muito tempo que o Corinthians não tem basquete, é muito louco estar em um momento muito importante da minha vida, da minha carreira, voltar para minha cidade natal, jogar pelo Corinthians, que sempre foi meu time do coração, é muito gostoso. Tem um gostinho a mais sentir a torcida, ver lotar o ginásio, dá para sentir o que é Corinthians, porque é diferente. As pessoas olham os novos jogadores dizerem aquela frase clichê de que 'jogar no Corinthians é diferente', mas é porque é mesmo diferente. Tem o calor da torcida, o abraço, tem a cobrança que tem que ter, mas é outra responsabilidade jogar no Corinthians, de tanta história. Foi muito legal também quando a gente chegou, viu toda a história, foi no estádio. Está sendo uma coisa muito gostosa participar desse projeto, até por isso na hora que o Corinthians me ligou eu aceitei na hora, era um projeto novo e eu quero estar aqui por muitos anos ainda", ressaltou.

Recado para a Fiel

Para finalizar, o armador fez questão de deixar um recado para a torcida do Corinthians.

"Primeiro gostaria agradecer por todo o carinho que tiveram comigo e com o nosso basquete. Agradecer sempre o apoio deles, em todo lugar que jogamos eles estão lá torcendo para a gente. E, depois, dizer que vocês podem esperar, porque vamos dar o sangue, vamos dar tudo para representar o Corinthians da melhor maneira possível. Tomara que tenham cada vez mais torcedores nos assistindo e apoiando o nosso basquete".

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