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Renê Júnior revela premonição da esposa, fala do drama das lesões e se diz pronto para Majestoso

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Renê Júnior atendeu a reportagem do Meu Timão horas depois de voltar aos gramados após mais de um ano

Renê Júnior atendeu a reportagem do Meu Timão horas depois de voltar aos gramados após mais de um ano

Rodrigo Vessoni / Meu Timão

Abril de 2018. Durante um treino, Renê Júnior sofre uma lesão no menisco do joelho direito, precisa passar por cirurgia e só retorna após a Copa do Mundo.

Julho de 2018. No clássico contra o São Paulo, o jogador rompe o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e passa por nova cirurgia, com previsão de seis a oito meses.

Março de 2019. O volante passa por um novo procedimento médico no joelho esquerdo - artroscopia diagnóstica, segundo o médico Joaquim Grava.

Três cirurgias em série, num período curto, que transformaram a passagem de Renê Júnior pelo Corinthians num calvário. Foram 446 dias longe dos gramados até ser chamado pelo técnico Carille para entrar durante o segundo tempo contra o Athletico-PR.

Uma nova chance que, segundo ele, teve a premonição da esposa. "Nesse tempo que fiquei fora, minha esposa nunca falou nada. Mas ontem (quarta) ela disse 'você vai entrar, boa reestreia na equipe'", revelou o jogador, em entrevista exclusiva ao Meu Timão concedida na manhã desta sexta-feira no CT.

O camisa 8 do Timão contou como foi ficar mais de um ano fora dos gramados, as dificuldades e incertezas enfrentadas, além de falar sobre o momento da equipe. Sobre o clássico contra o São Paulo, domingo, no Morumbi, a certeza de que "jogo grande é o que mais gosto, é jogo bom, clássico, jogo que gosto de jogar".

Acompanhe a entrevista exclusiva do volante alvinegro ao Meu Timão

Meu Timão: Como foram as horas depois de seu retorno aos gramados? Sua esposa e suas filhas viram o jogo? Como elas reagiram?

Renê Júnior: Gratidão a elas, que estão comigo a todo momento. Nesse tempo que fiquei fora, minha esposa nunca falou nada. Mas ontem ela disse "Você vai entrar, boa reestreia". Graças a Deus aconteceu mesmo o que ela falou. Eu pude reestrear, pude ajudar da melhor fora que eu consegui, agora é ganhar ritmo e sequência de jogos no campeonato.

Faltou ritmo, pelo tempo de ausência. Mas sobrou experiência em campo, sofrendo faltas e fazendo o time respirar um pouco, tocando de pé em pé evitando passes longos... foi nessa linha mesmo?

Foi isso, já estou há um tempo no futebol, sei que não posso correr igual maluco porque sentiria no final. Eu procurei ajudar, segurar o jogo, foi o que o Fábio (Carille) pediu, ajudando, dando uma acalmada, lógico que falou ritmo. Mas era normal. Agora é pegar ritmo na competição. Se tiver mais chances, é aproveitar de novo.

Renê Júnior precisou de três intervenções cirúrgicas num curto período

Renê Júnior precisou de três intervenções cirúrgicas num curto período

Reprodução/Instagram

Você teve três lesões que precisaram de intervenção cirúrgica. Como foi todo esse período e essa ida para o hospital nas três vezes?

Passei por três, e seguidas. Foi difícil, sem dúvida, um dos momentos mais difíceis da minha carreira. Jamais abaixei a cabeça, eu sabia que uma hora isso passaria que, com trabalho e fé, tudo se encaixaria novamente. E, graças a Deus, estou bem. Bem de saúde, digo fisicamente. Mas foi uma das fases mais complicadas da minha vida. Mas estou de volta.

Diante de três cirurgias e muitas incertezas, o que se apegou nesse período para manter a esperança?

Em Deus e na família, muita oração, muito carinho da minha esposa e das minhas famílias, podendo estar ao máximo com elas e pegar as coisas boas.

Em alguns treinos que acompanhamos, todos os jogadores com bola e você de lado, correndo de cabeça baixa. Passou pela sua cabeça que não voltaria em alto nível?

De não voltar nunca passou, falo com toda sinceridade. Eu sabia que voltaria, só não sabia o tempo. Eu vinha de uma, depois outra e outra (cirurgia). É normal ficar meio cabisbaixo, até por essa sequência. Em nenhum momento eu pensei em desistir, sempre tenho comigo que coisas ruins atraem coisas ruins. Pensei sempre na coisa positiva, me apeguei à família e tudo foi acontecendo.

Renê Júnior com a esposa e as filhas durante uma passagem de ano

Renê Júnior com a esposa e as filhas durante uma passagem de ano

Reprodução/Instagram

Ter tantas lesões num clube grande e de estrutura deu mais tranquilidade de que a recuperação seria feita da melhor maneira possível?

Eu posso falar porque já vivi os dois lados da moeda, já atuei em times menores, sei o que é estar lá. Sou muito grato ao Corinthians, sou muito grato a Deus por ter colocado aqui nos momentos das minhas lesões, tendo a chance de recuperar 100% num clube com grandes profissionais e uma grande estrutura para me deixar o melhor possível.

Por aquelas ironias do destino do futebol, você retorna aos gramados às véspera de enfrentar o São Paulo no Morumbi, mesmo palco da lesão grave no Brasileirão do ano passado. Como será voltar ao local onde começou esse martírio de mais de um ano?

É onde começou, mas eu não encaro de forma ruim. Teve a lesão e tudo, mas sempre tratei como lesão. Mas sempre gostei de atuar em jogos grandes, jogos decisivos. Se tiver a chance de entrar, vou dar meu máximo, me esforçar. Pode faltar algo tecnicamente, mas vontade nunca faltará. São jogos que eu gosto de atuar, principalmente nos clássicos. Outros jogos também, mas a atenção é sempre redobrada nos clássicos.

Como você vê o atual momento da equipe, que tem uma colocação boa no Brasileirão, mas bastante criticado fora de campo pela forma de jogar...

Futebol tem coisa que você não entende. Eu prefiro mil vezes estar jogando nosso futebol, futebol que eles dizem defensivo, que joga por uma bola, mas fazendo os três pontos, do que jogando bem e estar lá atrás na tabela. Agora é mais detalhes, Fábio está trabalhando nisso, a forma que ele pensa de jogar, ele mesmo já frisou que tem de melhorar na parte ofensiva, alguns encaixes na parte defensiva, mas é isso. Em 2017 jogava por uma bola, mas conquistava os três pontos e, no final do campeonato, terminou campeão. Esperamos pontuar ao máximo e ver o que vai dar com o decorrer da competição.

A posição de segundo volante, apesar da concorrência forte com Júnior Urso, Matheus Jesus e Ramiro, ainda segue aberta. Isso dá esperança de atropelar e ganhar a titularidade?

A gente respeita todo mundo. Eu estou aqui há um pouco mais tempo que o pessoal, já passei por isso. Mas a gente respeita a todos, quem está no Corinthians tem de pensar grande, em ser titular, em estar sempre em campo. É o que penso, eu voltei a trabalhar normal, estou me sentindo bem. Se tiver a chance de jogar vou procurar dar meu máximo. Quero me firmar de novo, preciso de uma sequência de jogos para render meu futebol.

Se ele optar por você no domingo, você acha que fecha os 90 minutos ou é difícil dizer antes de a bola rolar?

Tenho condições de jogar os 90 minutos, sim. Fiz alguns amistosos, atuei os 90, em intensidade alta. Começar um jogo é diferente do que entrar durante o segundo tempo. Para quem não entende, acha que pega o jogo andando e é mais fácil, mas é ao contrário. Você entra e o jogo tá a milhão. Quando se pega desde o início, você faz a leitura do jogo, vai progredindo conforme o jogo, dosando o que o jogo pede. Quando entra no segundo tempo é mais intenso, jogo pede essa intensidade. Se tiver que jogar domingo, eu posso jogar.

Por fim, um recado ao torcedor do Corinthians que já viu você jogou bem, já viu inclusive gol em clássico (Santos, no Pacaembu, no Paulistão-18)...

Se tiver a chance de jogar, eu darei o meu melhor. Se aparecer uma bolinha vou tentar matar. Jogo grande é o que mais gosto, é jogo bom, clássico, jogo que gosto de jogar. Para a torcida, meu recado é que estou de voltar, quero ajudar, que vontade nunca faltará. Esperamos conquistar os três pontos.

Veja mais em: Renê Júnior, Majestoso e Campeonato Brasileiro.

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