O momento ruim do Corinthians na temporada resultou em uma reformulação geral na comissão técnica. Além de Fábio Carille, outros seis profissionais deixaram o clube. Entre eles o preparador físico Walmir Cruz, que comentou o adeus e admitiu o incômodo com algumas críticas que vinham sendo feitas ao trabalho desenvolvido no CT Joaquim Grava, sobretudo a uma suposta união do elenco para derrubar o treinador.

"As pessoas que comentam isso não estão no dia a dia. É diferente você estar lá, ver a reação dos atletas. A gente consegue perceber no dia a dia se alguém tirou o pé, isso ou aquilo. Você ouve muita inverdade, a respeito de pessoas e do seu trabalho. E você fica chateado. Tirando o profissional, machuca a pessoa. Precisam saber se colocar melhor, a questão da mídia social, que é uma zoeira total, querem sempre denegrir sua imagem. É importante ter a cabeça no lugar para seguir seu trabalho", pontuou, em participação no programa A Bola Não Para, no Canal de São Paulo.

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Durante o mês turbulento do Timão em outubro, muito se falou que os atletas pararam de correr pelo técnico Fábio Carille. Como era responsável pela parte física, Walmir foi diretamente atingido pelos comentários, mas está tranquilo com o respaldo dos números.

"Não me incomodou porque o Corinthians tem um sistema onde você grava e depois de dois dias a gente recebe a estatística do time. Ali a gente constatou que o problema não era físico. Tudo estava sempre acima da média. Isso me conforta bastante e não a opinião de quem não está no dia a dia e diz que o time não está correndo. Queria aprender com essas pessoas como elas olham e acham que o jogador está cansado se depois a gente constata em números que é bem diferente", analisou.

Depois de descartar qualquer "tirada de pé" do plantel, o preparador admitiu que as entrevistas do técnico Fábio Carille podem ter causado certo desconforto - coisa que parte dos atletas já confirmaram.

"Eu não ouvi nenhuma entrevista porque eu não tenho costume. Algumas pessoas vieram me falar. Eu certamente não comentava nada com ele. Nosso negócio era focar no trabalho e reverter a situação. O Carille é muito sincero e no futebol você precisa saber lidar com isso. Ele vai adquirindo com o tempo, tendo um pouco mais de jogo de cintura. Faz parte da aprendizagem. Viramos a página e bola pra frente", afirmou.

Saldo positivo

Apesar da despedida turbulenta após uma goleada por 4 a 1 para o Flamengo e críticas durante toda a temporada, o agora ex-preparador alvinegro vê o ano como positivo pelas campanhas nas frentes disputadas pelo Timão.

"Foi extremamente positiva as duas passagens que tive pelo Corinthians. São seis títulos. As pessoas tentam colocar algumas coisas, mas em 2019 o Corinthians foi tricampeão paulista, semifinalista da Sul-Americana e quando saímos estava em quinto. Teve um mês que a coisa realmente não foi como gostaríamos que fosse e muitas pessoas colocam essa parte pequena acima do que foi positivo. Vejo de outra maneira. Após a parada da Copa América, o Corinthians foi um dos desfalques. Em outubro a coisa realmente desandou. Faz parte", concluiu.

Veja mais em: Fábio Carille e Departamento Médico.