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De Setor Norte a reunião com Andrés: Cacau revela bastidores do Corinthians Feminino ao Meu Timão

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Cacau comemorando o título do Campeonato Paulista Feminino 2019 na Arena Corinthians

Bruno Teixeira/Ag. Corinthians

A atacante Cacau não deve se esquecer tão cedo de tudo que viveu na Arena Corinthians no último domingo. Pela final do Campeonato Paulista, as alvinegras bateram o São Paulo por 3 a 0 e viram mais de 28 mil torcedores marcarem presença em Itaquera para acompanhar o clássico.

Em entrevista ao Meu Timão, Cacau, com brilho nos olhos, não poupou palavras para definir todos os sentimentos envolvidos na histórica decisão estadual e revelou até que costuma marcar presença no Setor Norte da Arena em dia de jogos do Timão pelo masculino. Ela, inclusive, ainda lamentou o fato de muitos ingressos terem caído nas mãos de cambistas antes da final.

"Momento maravilhoso, sentimento inexplicável, chorei muito. Eu contava com o apoio da Fiel, porque eu conheço, sou corinthiana, todo mundo sabe, eu sabia que eles não iam decepcionar, como nunca decepcionaram aqui na Fazendinha. Sabia que esse jogo seria especial, torcida iria lotar, e podia ter lotado mais, mas muitos ingressos caíram na mão de cambistas, enfim. Foi um momento maravilhoso, sentimento inexplicável, chorei o hino inteiro, foi muito marcante. Foi toda uma vida lutando para termos o que tivemos ali em 90 minutos, um estádio cheio", pontuou.

"Para mim, que sou corinthiana, Arena Corinthians, todas as organizadas que eu adoro... Quando vou em jogo vou sempre na (arquibancada) Norte mesmo. Aliás, a Pardal também me acompanha no meio das organizadas... foi mágico, o carinho da torcida, para mim foi um orgulho dar esse orgulho, alegria para eles. O masculino não está tão bem também, então a alegria que a gente deu para eles foi muito especial também", completou.

Cacau ainda sugeriu o clube promover jogos do feminino antes do masculino entrar em campo na Arena Corinthians.

"Espero que tenha mais jogos lá, com tudo isso que aconteceu ficamos feliz. Quem sabe não podemos fazer jogos antes do masculino lá", comentou.

Cacau comemorou bastante o título do Paulistão na Arena Corinthians

Cacau comemorou bastante o título do Paulistão na Arena Corinthians

Bruno Teixeira/Ag. Corinthians

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E para o Corinthians Feminino chegar no patamar atual, as alvinegras tiveram que passar por momentos delicados no início do projeto, em 2016. Cacau, que está no clube desde quando havia parceria com o Audax (que se encerrou em 2017), admitiu que o presidente Andrés Sanchez não apoiava o investimento na modalidade. Algo que mudou radicalmente ao longo dos anos.

"A gente brinca, ele mesmo fala que não gostava do futebol feminino porque teve uns problemas, em 2009, mas depois ele mudou a cabeça. A Cris conseguiu convence-lo também a seguir esse grande projeto do feminino. Acho que o primeiro ano foi bem um teste, uma prova, fomos campeãs com o Audax, e cada vez mais ele começou a ter orgulho, ele é o presidente, está investindo e quer resultados. Temos uma cobrança grande, mas estamos respondendo, acho que suprimos o que ele espera, chegamos nas finais esse ano, ganhamos a Libertadores e o Paulista... E ele ainda falou para 'não perder para o São Paulo', ele deu o recado, e a gente cumpriu com isso", relatou.

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Não bastasse o título da Libertadores e do Paulista, outro motivo deixou a atacante mais feliz em 2019. Com o momento bem ruim do plantel masculino, a atacante acredita que a Fiel termina o ano mais contente com todas as conquistas e feitos protagonizados pelas mulheres ao longo da temporada.

"Vários motivos me deixaram feliz, e um deles foi esse (apresentar um futebol ofensivo, que a torcida gosta). Passa um filme na cabeça. Eu vou nos jogos do masculino, torço, sou corinthiana, sofro também. Acho que quem viu nosso jogo, muita gente ali não devia nem conhecer o futebol feminino, quando viu se apaixonou, gostou e vai mais, foi um belo futebol. Quem critica a modalidade estava ali aquele dia, deve ter mudado o conceito, porque além de um resultado incrível, um grande espetáculo, um clássico, uma final, apresentamos um belo futebol. Para o torcedor deve ter sido maravilhoso, foi uma honra, para mim, dar orgulho para eles", resumiu.

Cacau também enalteceu o trabalho de Arthur Elias, que soube aproveitar todas as peças do elenco. Ela não escondeu a alegria ao falar de todas as marcas alcançadas nesse ano, como por exemplo recordes de vitórias consecutivas e três finais em três torneios disputados.

"A gente sabia que a meta era chegar nas três finais e ao longo da temporada isso se confirmou, deixou de ser ambição e passou a ser foco para chegar nas finais. Tudo que alcançamos foi por muito trabalho. O recorde de vitórias, a gente nem estava sabendo e já estava quase batendo, o Arthur comentou, mas ninguém sabia. Nosso grupo é muito forte, brigamos e competimos com nós mesmas nos treinos para chegar no jogo e vencer, e ai o Arthur muda as peças, a gente joga, todo mundo jogou, teve oportunidade. E isso é pelo trabalho da comissão, extremamente profissionais, cuidam de tudo, é um coletivo."

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Veja mais trechos da entrevista com a atacante Cacau

Preparação para jogar na Arena Corinthians

"Esse ano falaram que a gente poderia fazer uma final na Arena. O torcedor sempre pede, né? Mas no Brasileirão a gente mesmo não quis, preferimos jogar na Fazendinha exatamente por isso, gramado que já estamos acostumadas, treinamos aqui, é diferente. Ficamos um pouco receosas de não ir muito público também. Mas com o passar do tempo, fomos campeãs da Libertadores, mais gente conhecendo, a mobilização da FPF para fazer as duas finais no Morumbi e Arena... A gente ficou muito feliz. Vimos como um momento único e histórico. Jogar no Morumbi também foi especial, quantos anos o São Paulo não está sem atividade e volta com o time feminino? Muito legal isso. Jogar na Arena foi diferente, treinamos lá, e isso foi importante. O gramado realmente é diferente, escorregadio, e nem todas temos chuteiras de cravo misto, que é o que o masculino usa, isso também foi diferente, pedimos para não molhar muito, tivemos que tomar alguns cuidados para fazer nosso jogo, e deu certo. Molha mais, molha menos, no fim deu tudo certo, arquibancada cheia e o título".

Qualidade técnica do futebol feminino. Evoluiu?

"Eu acho que está melhorando, e é uma questão de investimento. O Corinthians acredita e investe, é um trabalho de quatro anos, estou aqui nos quatro, tem jogadoras que também, Lelê, Mimi, e é uma série de fatores. Manter o grupo, trabalho bem feito e ter investimento. As outras equipes precisam investir. O São Paulo, por exemplo, chegou esse ano e já chegou na final, tem jogadoras como Cristiane no elenco. O nível está melhor, não temos mais aquelas goleadas que tinha, a não ser no carioca, que teve uma bem larga, e aí a gente vê, o estado de São Paulo acho que está na frente dos outros, já tem anos de Paulista, com clubes investindo, como Ferroviária. É uma questão de investimento, interesse, para não ter mais essa diferença de nível".

Temporada mágica do futebol feminino. Cacau também foi autora de música que viralizou entre os brasileiros em 2019

"Para mim isso tudo é maravilhoso, ano mais incrível da minha carreira, por tudo. Pelo futebol feminino, a Copa do Mundo na TV, a música que eu consegui, depois de oito anos gravar, e eu nem imaginava essa proporção, é o hino do futebol feminino no Brasil, empoderamento feminino, muitas meninas se inspirando na música, isso é gratificante, a final do Brasileiro, campeonato passando na TV, e agora essa final fechou com chave de ouro. Arena lotada, TV, recorde de público no Brasil. Essa temporada para a modalidade deu um passo bem largo, para tudo que sonhamos e queremos: a igualdade. Agora tudo tende a crescer mais e em passos mais largos".

Veja mais em: Corinthians feminino.

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