O Corinthians não tem uma grande virtude, mas também não tem um grande defeito. Normalmente chuta mais que o adversário, cria mais e tenta mais. Nada revolucionário, porém. Faltou à equipe contra o Ituano, neste domingo, e em vários outros jogos, arriscar no ataque do mesmo jeito que se arrisca na defesa.

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Por várias vezes o Timão deixou seus defensores no mano a mano, confiando na capacidade de recuperação deles. No ataque, porém, a ideia de ter mais atletas pouco flui justamente pela dificuldade em arriscar. Os movimentos são parecidos, as jogadas são previsíveis e as ideias, ainda que boas, acabam ficando "manjadas" para o adversário.

O primeiro tempo mostrou um esquema mais próximo ao do começo de trabalho de Tiago Nunes, com dois pontas pelos lados e a dupla Camacho/Cantillo a cargo da saída de bola. A principal foi diferença foi na lateral esquerda, optando pelo mais defensivo Carlos em relação aos ofensivos Piton e Sidcley.

O problema estrutural do Corinthians, porém, foi mais a falta de intensidade e confiança. O time tentou pouquíssimos passes para quebrar a última linha adversária, optando sempre por inversões de jogo e cruzamentos na área. Ao todo foram 22 cruzamentos na etapa inicial, com apenas oito acertando um jogador corinthiano.

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Do outro lado, o Ituano, que apostava em uma pressão inicial, depois montava suas duas linhas para se defender e sair no contra-ataque, conseguiu seu gol ironicamente em um lance que aconteceu várias vezes no lado alvinegro: um cruzamento errado de Breno Lopes, contando com grande falha de Cássio na hora de cortar.

As principais chances do Timão, sem confiança, acabaram saindo "sem querer". Primeiro um passe de Gil para Luan passou pelo meia e ficou com Boselli cara a cara com o goleiro, mas o argentino perdeu o gol. Depois, Everaldo aproveitou bate-rebate e achou Luan livre, Cara a cara, o meia acertou o ângulo para empatar.

No segundo tempo, Tiago Nunes mandou a campo Janderson e Araos, mas optou por sacar Cantillo da equipe e manter Camacho com os dois pontas em campo. A criação perdeu seu principal passador e o time seguiu sem apresentar algo de novo, que "desarrumasse" o esquema tanto do Corinthians quanto do Ituano.

Luan, em outra boa atuação na opinião deste que vos escreve, chamou a responsabilidade e tentou bastante. Faltou alguém que conseguisse trabalhar com o meia com a mesma qualidade que ele, porém. Nem mesmo a entrada de Vagner Love mudou o cenário, dramático para uma equipe que parece incapaz de surpreender seu adversário.

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