Diretor do Corinthians prevê prejuízo em quarentena e comenta questões financeiras do clube
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Por Meu Timão
Não bastasse questões financeiras que já estavam nos cálculos do Corinthians no início da temporada, a diretoria alvinegra também precisará encarar novos problemas que devem surgir durante a quarentena.
Com a paralisação do futebol nacional e a suspensão das atividades do clube, o Timão deixará de arrecadar um valor considerado fundamental para o orçamento corinthiano em 2020. Na última segunda-feira, o diretor administrativo Eduardo Caggiano atualizou a situação financeira no Parque São Jorge com o surto do novo coronavírus.
"Os prejuízos são certos. Estamos só administrando qual será o ponto inicial. Queremos entender o nosso piso, para ver o tamanho da escalada. O clube não é só futebol. O futebol já é mais difícil. Além de ser valores maiores, tem campeonatos que ainda não sabe quando e se vai começar. Existem mais 40 modalidades praticadas no clube. Temos barco de remo com chance de ir para a Olímpiada, que foi adiada para o ano que vem. O contrato que acabaria em agosto, não vamos deixar o atleta na mão. Vamos sentar com eles, negociar. Tem futebol feminino, categorias de base. Nesse momento, então, precisamos chegar no chão para saber o tamanho da escalada", disse em entrevista ao Podcastimão.
"Dependemos do governador, que prorrogou a quarentena até o dia 22. Depois disso, dependemos também do prefeito. Quanto a mensalidade, estou recebendo esses questionamentos, temos algumas particularidades. Independente do clube estar aberto, 80% das despesas estão acontecendo. Quem não está de férias está trabalhando, fazendo banco de horas, treinando. Quando falo funcionário, é atleta também. Nossos contratos estão em vigor. Manutenção, limpeza, segurança. Entendo a dificuldade. O diretor administrativo deve sentar com Andrés para tentar fazer uma composição. Mas nesse momento, precisamos desses valores. Andrés não quer demitir ninguém, assim como os demais diretores. Precisamos de ajuda de quem pode ajudar o Corinthians. Precisamos nos unir. Não tem oposição e situação. Quem pode pagar, paga. Quem não pode realmente, quando o clube reabrir vai sentar e tenho certeza que o André vai tentar ajudar todo mundo", acrescentou.
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Na sequência, Eduardo Caggiano admitiu que as modalidades precisarão se "reinventar" após a paralisação das atividades pela pandemia. O diretor pontuou algumas outras questões financeiras e deu indícios de que uma nova estratégia precisará ser adotada pela diretoria do Timão. Cabe destacar que ainda não há previsão para a bola voltar a rolar no futebol brasileiro.
"As modalidades precisam se reinventar. O clube vai ter que se reinventar. Não dá mais para arcar com todas essas despesas jogando a conta no futebol. Não sou radical ao ponto de falarem em aterrar piscina, acabar com isso e aquilo. Amo esporte, de jeito nenhum eu quero pensar que o Corinthians vai ficar sem isso. Hoje não dá para o associado pagar ingresso para Arena no domingo, futsal na segunda-feira, feminino na quarta-feira e basquete no sábado. Não tem como. Aí falam, ingresso a R$ 5. Isso não paga conta. Qual é a dificuldade como conselheiro? Aparece muita gente perguntando do naming rights. Qualquer torcedor que tem um patrocinador, seja para naming right ou outra modalidade, tenho certeza que o presidente vai atender", concluiu.